Por conta de assuntos mais “urgentes” na semana passada,
acabei não postando sobre isso, mas tive a chance de ver bons pedaços de Milan
x Barça e Real x Juve. Tinha curiosidade de ver como o Barça estava jogando com
Tata Martino e como o Real estava jogando depois da saída do Mourinho.
No time catalão, depois de ter visto alguns jogos pós
Guardiola, fica a certeza de que o Barça nunca mais será o mesmo daquela fase.
Aquele estilo de jogo não veremos mais, mesmo que continue sendo um time tecnicamente
fantástico. Neymar parece que se intimida um pouco com Messi, e conseguir
operar um time com os dois rendendo o máximo que podem é um desafio abissal,
para o qual não sei se Tata está preparado. Jogando ali isolado na esquerda
(numa função que qualquer Pedro pode desempenhar bem), Neymar consegue ser um
baita jogador, mas nunca ocupará de fato o lugar de melhor do mundo que um dia
poderia ocupar. Para isso, como ressaltou Cesar Luis Menotti e como já
falávamos na época do Muricy no Santos, ele precisa aprender a jogar em outras
faixas de campo. Felipão o tem forçado a flutuar mais pelo meio na seleção, e
tem se saído bem. Agora, essa faixa de campo é de Messi. Além de Messi ser
Messi, todo o esquema do Barcelona dos últimos 4 anos foi montado liberando-se
essa faixa de campo para o argentino movimentar-se à vontade. A diferença de produção
de quando Messi não está em campo é brutal (vide as quartas da Champions contra
o PSG), não só pq o argentino é f*, mas porque o esquema perde a razão de ser.
O que nos leva a uma pergunta: embora Neymar não tenha custado tão caro, fazia
sentido contratá-lo? Na disposição tática em campo, me parece que Tata Martino
(ou qualquer técnico que assumisse o Barcelona) ficará refém do que deu muito
certo no passado. Dani Alves aberto na direita, Neymar aberto na esquerda,
Iniesta e Xavi fazendo o meio, Alexis Sanches como falso centroavante que
também tem liberdade para flutuar, e uma linha quase de 3 atrás. Só que a
dinâmica de toque de bola e movimentação não é a mesma, pois Guardiola não está
mais lá. Tudo indica que haverá times na Europa jogando mais bola do que o
Barça esse ano, de novo...
No Real, como Ozil saiu, o esquema também mudou. Ancelloti
lança mão de um 433 meio esquisitos, com 3 volantes (talvez 2 semi-volantes) e
sem o meia de ligação. A qualidade do plantel, a marcação adiantada e o fato de
ter CR em campo dão produção ofensiva, mas a disposição tática não me agrada.
Há a opção (que de fato dele usou no segundo tempo de jogo) de tirar Benzema,
que não joga nada faz tempo, jogar o CR para a referência, deslocar Di maria
para a esquerda para jogar Bale na direita, função que fazia no Toteham. Hum,
mudar o time inteiro para colocar o Bale? Aliás, se dá para questionar a
contratação do Neymar, a do Bale é de lascar – numa função já muito bem
executada por Di Maria, qual o sentido de gastar os tubos e fazer a contratação
mais cara da história? Enfim, também acho que não há motivos para achar que o Real
chegará mais longe esse ano do que ano passado.
Um time que vem jogando muito bem é a Juve – agora com
Carlitos no ataque. Não é time para bater o Bayern, por ex, se o Guardiola
conseguir lidar com as resistências, mas já era um time que dava trabalho ano
passado e melhorou. No jogo contra o Real, não fosse a expulsão exagerada do
Chiellini era jogo para dar briga boa até o fim. Veremos no jogo de volta em
Turim...
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