Ontem era aquele típico jogo no qual os 3 pontos valiam mais
do que jogar bem – o jogo antes da parada, com um mês a frente para arrumar várias
coisas no time.
Até ensaiamos uma postura diferente, mais agressiva nos
primeiros 15 minutos. Mas taticamente tava difícil. O problema antigo nas
laterais agravados – dum lado um tímido substituto do Fábio Santos, no outro a
quarta opção; no meio, dois volantes com pouca saída. Com Danilo e Sheik, cada
um isolado em cada ponta, Pato marcado entre os zagueiros e Douglas sozinho no
meio, ficou muito fácil para a Lusa trancar completamente nossa produção
ofensiva. Junte-se a isso uma partida muito ruim tecnicamente de Danilo e
Douglas e tem-se um time totalmente improdutivo. As únicas chances do primeiro
tempo foram da Lusa.
Tite foi até macho de não por um zagueiro no lugar do PA; a
entrada de Ibson deu algum lampejo de produção ofensiva, o que foi melhorar com
a entrada (muito tardia) do Romarinho. Ensaiamos uma pressão, muito mais na
base da vontade e do desespero do que de capacidade tática. Duas bolas na trave
e a impressão de que mesmo com mais uns 30 minutos de jogo não faríamos o gol.
Agora é torcer para que a pausa seja suficiente para o time reencontrar um padrão
tático. No post que escrevi sobre o modelo do Bayern, entendia que um dos
grandes problemas é o jeito que Tite posiciona os meias abertos; enquanto isso
estiver assim, dificilmente acharemos uma produção ofensiva sustentável ao
longo dos jogos: estaremos sempre dependendo de um jogador surpresa (como o
Paulinho) chegar de trás e expostos a produzir muito pouco quando esse jogador
estiver de fora ou não jogar bem.
- quando você lê no jornal quem vai apitar o jogo, tem
alguns juízes que te fazem pensar “vai dar m*rda, capitão...”. Flávio Guerra é
um deles. Não que ele tenha prejudicado o Corinthians – de fato, poderia até
ter expulso o Sheik naquela cotovelada. Mas tem uma diferença entre tentar
apitar a la Européia e ser só negligente. Tenho notado cada vez mais juízes
quererem “vuadar” mas serem piores que o Vuaden na falta de critério. Se o cara
quer “deixar o jogo correr”, é fundamental que ele acompanhe os lances bem de
perto (para inibir reclamações) e ter um critério bem estabelecido do que é
falta do que não é. Um juiz só
permissivo, como o Guerra foi, acompanha de longe e meio de forma aleatória
decide que encostadas são faltas e quais não. No primeiro tempo, teve umas
cinco ou seis semi-faltas (aquelas que alguns juízes dão, outros não – sem contar
duas super faltas que ele simplesmente ignorou) que ele não deu pra um lado e
deu para o outro. Aí a negada começa a descer a botina, entrar mais duro nas
divididas e o cara age como se não fosse com ele...
- Douglas começou a mostrar o problema dos últimos 3
semestres. Entrou bem contra o Santos e fez uma partidassa contra o Goiás. Ai
entrou contra a Ponte e jogou desde o começo os últimos 2 – todas partidas de medianas
para ruins. É incrível como não consegue manter uma regularidade.
- Há uns 3 posts elogiei o Guilherme; mas nesse esquema (ou
em qualquer esquema que o Tite montar com 2 caras tão abertos) não dá para ter
um segundo volante não tímido. Ou ele chega mais a frente ou não será uma opção
viável. Claro que é cedíssimo, mas Ibson mostrou que tem algo a contribuir, ao
menos como opção no elenco.
- Exceção feita a se chegar um proposta do nível do Paulinho
(20 de euros), ou se o jogador bater o pé, a maior cag* do mundo seria vender o
Ralf. Joga muito, é o melhor da posição, sem exageros, talvez do mundo. É
regular, ontem mesmo como zagueiro arrebentou, fora a condição física.
- Cinco rodadas do brasileiro e muita gente tendo contusão.
O nível de intensidade do estilo de jogo de Tite demanda um time mais novo, em
média, e duas opções em quase toda posição.