Bom, pouco a se falar sobre o jogo. Tive a sorte (ou
prudência) de não apressar meus compromissos para conseguir ver o jogo, de
sorte que liguei a tv aos 40 do primeiro tempo com 3 x 0 já na lomba.
Poder-se-ia argumentar que Guerrero perdeu penalty, que Gil foi expulso quando
o time ameaçava alguma reação, mas na boa? 4 x 0 contra um time lutando para
não cair jogando praticamente em casa não se explica. Se já era chato assistir
aos jogos do Corinthians, hoje chegamos ao ápice.
- Não é que estamos a oito jogos sem vitória. Estamos há 8
jogos tendo marcado apenas 1 gol – contra e impedido. Nesses 8 jogos, o
desempenho foi aceitável em 3 tempos – um contra o goiás, um contra o Grêmio e
outro contra o Cruzeiro. Não é que demos azar, que a bola não entrou, que o juiz
roubou – o time simplesmente não produz. Um ou outro adversário apresentou
dificuldades por si (Botafogo, Cruzeiro), mas também não produzimos nada contra
Náutico, Ponte, Lusa. O cenário é horripilante e no horizonte não há solução
que não passe por algumas mudanças.
- O único argumento que achei interessante para talvez
manter Tite era a Copa do Brasil; talvez o time conseguisse se motivar para um
mata-mata que salvaria o ano. Vimos que não foi propriamente o caso
quarta-feira; até foi, por um tempo, mas de forma não tão efetiva e que Tite
conseguiu estragar no intervalo. Temos 20 dias até o jogo da volta, dá tempo de
salvar o ano.
- A imprensa, em geral, vem argumentando contra as críticas
ao Tite, batendo na velha tecla “a filosofia do futebol tem que mudar”, de não
se mandar embora técnico no primeiro sinal de crise. Cita-se os exemplos
europeus etc. Fico me perguntando: será que o Fergurson enfrentou, em algum
momento, uma fase dessa? De novo, não é não ter resultados, oscilar, demorar
para reencontrar um padrão de jogo, perder um título. É ter desempenho de
rebaixado e persistir nos mesmos erros, é não se questionar, não se reinventar,
é demorar 9 meses para tentar algo quando as coisas claramente não vem dando
certo. Como um amigo lembrou quarta-feira no estádio, também não é assim na
Europa: os exemplos de técnicos que ficam vários anos são poucos. Mesmo o
Guardiola saiu do Barcelona depois de ganhar tudo em 4 anos. As coisas tem seu
ciclo.
- Não há a menor esperança com Tite. Não porque ele seja mau
técnico ou não mereça todo o reconhecimento pelo seu trabalho e seus títulos,
mas porque as coisas mudam e não estão funcionando mais nem dão mostras de que
podem funcionar. Precisamos de mudanças. Corremos risco real de rebaixamento e
a provável ausença da libertadores do ano que vem é um absurdo para o nível que
o time acabou ano passado e com os reforços que teve. É incompetência pura e
simples.