sexta-feira, 29 de junho de 2012

A pouca ofensividade titeana

Há um tese 'anti' rondando a internet de que o Corinthians pratlica o anti-jogo, que só sabe ficar retrancado e joga por uma bola, ao melhor estilo Chelsea. Uma parte dessa tese é explicada pelo falso domínio que o Corinthians dá aos adversários quando assim lhe convém (vide os 2 jogos contra o Santos e o primeiro tempo contra o Boca). O outro time fica com mais posse mas pouco produz, e por mais que o Corinthians ataque pouco, acaba tendo as melhores oportunidades de gol. No mais, embora longe de ser uma máquina de atacar, os números mostram que quando é para agredir o adversário, o time, meio aos trancos e barrancos, consegue resultados (na liberta, nos 6 jogos em casa, foram 5 vitórias e 1 empate, sendo o empate no único jogo que lhe era favorável). Um outro ponto seria o que aconteceu no segundo tempo contra o Boca, onde o time foi claramente pressionado, tomou o gol, mas se "safou" da derrota numa conjunção de fatores. O engraçado é a incoerência: se o Boca é isso tudo, se a bombenera é isso tudo, e ainda assim eles queriam que o Corinthians fosse lá e desse um baile de bola neles?
 
Mas a tese tem um fundinho de razão no sentido de que esse time é muito mais competente defensivamente do que ofensivamente. Primeiro porque é difícil ser expert nas duas coisas - grandes times acabam se consagrando sempre por uma das duas - e, convenhamos, esse time é espetacular se defendendo. Mas apesar disso tem muito espaço para melhorar na frente, mesmo mantendo a estrutura tática. Todo corinthiano são não acredita que o título seja favas contadas; entende que ganhar do Boca em casa, mesmo por um placar simples, não será tarefa das mais tranquilas para esse time com pouca capacidade ofensiva.
 
Muitos atribuem a baixa produtividade ofensiva ao técnico, o que também tem muito de verdade. A estrutura tática é defensiva; Tite seria capaz de deixar Messi no banco se ele não ajudasse na marcação; a primeira função de qualquer atacante é recompor, se conseguir contribuir algo na frente, muito que bem. Outro problema é a pouca variação tática; todas as vezes que o time se defrontou contra um time bem armado atrás, e tinha que fazer gols, foi na base do Deus nos acuda.
 
Mas as peças disponíveis também não ajudam. No blog do Álvaro, há muito se comenta que um "Drogba" faria muito bem a esse time. Considerações práticas econômicas à parte, a análise faz muito sentido no tocante a características de jogador. Um centroavante forte e com técnica encaixaria muito bem, primeiro porque seria uma outra opção de escape no contrataque, além de dividir com o Sheik a responsabilidade pelas jogadas ofensivas, e fazer o pivô, segurando a bola enquanto o time volta da defesa. Ajudaria muito a manter a bola mais tempo no campo ofensivo. Se Drogba é sonho; Liedson em boas condições daria conta, assim como Adriano recuperado (nem precisaria ser o Adriano da Inter, o de São Paulo e Flamengo já daria). Lembro que Tite apelou pro 460 apenas nas quartas, contra o Vasco. Até lá ele tentou com Liedson, observou as péssimas atuações de Elton no time reserva e até improvisou Willian como centroavante. Como nada dava certo, mudou o esquema.
 
Os 2 meias são lentos, mais de carregar a bola do que fazê-la correr. Danilo conquistou a confiança da torcida, mas é o mesmo que desde 2010 alterna sonolência com eficiência tranquila. Alex melhorou nos últimos jogos, mas está longe de ser o Alex do Inter que esperávamos; ainda perde muitas bolas numa região crítica e erra passes bobos. Douglas veio para ser opção, mas continua tiozinho do churrasco. Se tivessemos um meia carregador de bola com mais velocidade e pontencial de decisão (característica do Kaká, por ex; o próprio Montillo; uma ótima opção seria o Willian do Shaktar, que saiu do timão) a saída pro contrataque também seria mais efetiva, dividindo com o Sheik a responsa da "correria". Uma outra alternativa seria ter um meia mais de passes em profundidade (Riquelme, Ganso, o próprio Douglas em boa forma) para contrabalancear. Mas o que tem de melhor pra hoje é Danilo e Alex, e pronto.
 
E os laterais? Fabio Santos continua sendo, para mim (em especial depois da saída do Jacaré) o elo fraco. Mas se não compromete, é muito mais na marcação do que no apoio. Alessandro voltou muito bem, mas principalmente pelo seu poder de marcação e cobertura, porque apoia muito pouco e, quando o faz, geralmente é ineficiente.
 
Enfim, com o passar do tempo, com todas as críticas táticas que podem ser feitas, passei a achar que o Tite tem extraído desse time uma bom suco dos limões que tem. Juntando um técnico defensivo com peças que não contribuem para um estilo de jogo ofensivo, e está aí o resultado.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Elenco

O gol do Romarinho ontem, na jogada mais bem construída de todo o jogo (dos dois lados), mostrou uma coisa: se tivéssemos um grande atacante em boas condições físicas (o Liedson do primeiro semestre do ano passado, o Adriano recuperado etc) nossa campanha teria sido muito mais tranquila do que foi. Faz muita falta alguém na frente com qualidade para ajudar o Sheik. O que nos leva a uma coisa que merece se comentada, depois, com mais calma: o elenco e o planejamento são inferiores ao que muita gente pensa, e isso deve ser levado em conta ao medir o trabalho do Tite e a avaliar o potencial de quanto esse time poderia jogar.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Boca 1 x 1 Corinthians

O jogo começou como esperado; nervoso, muita festa da torcida, de jogadores mal se escutarem em campo. A cada bola, tentava-se esfriar o jogo, demorar para repor a bola etc. O esquema de jogo era o mesmo, em uma posição defensiva com Jorge compondo o lado direito na linha dos volantes e Danilo, Alex e Sheik formando a primeira linha. Toda bola o Cássio tentava buscar a cabeça do Danilo, que embora tenha ganhado algumas pelo ar, pelo chão tava queimando: além da bola no calcanhar no que poderia ser a nossa melhor chance, perdeu umas duas bolas que mataram contrataque e colocaram o Boca de novo em nosso campo. A rigor, a única chance do Boca foi aquela bola do Santiago que bateu no Alessandro. Mas não quer dizer que não tenhamos corrido perigo, justamente porque aquelas tabelas pelo lado só precisam acertar o penúltimo passe uma vez para a cag* estar feita. Do nosso lado, tivemos o chute do Paulinho, a falta do Chicão e umas 3 “quase chances”, aquela que se o penúltimo passe sair perfeito teria boas chances de encaixar. Sheik,como sempre, era a válvula de escape; foi inteligente em forçar o cartão em Roncaglia, em Riquelme e ainda deixar o juiz achando que “tava devendo”, pois não tinha expulsado o Roncaglia no lance do chicão.
Aí Jorge se machuca; sei que muitos acham isso “sorte”, pois o esquema com Liedson seria melhor. Mas naquele momento era uma preocupação; Jorge não estava muito bem, mas o setor esquerdo, com as caídas constantes do Riquelme e o apoio de Ervitti, precisava ser congestionado. Com Liedson, formou-se a linha de 4 de novo, com Danilo e Alex mais à direita e Liedson e Sheik mais à esquerda. Num jogo pegado desse, com o juiz só marcando faltas claras, não era jogo para Liedson por opção. Aliás, alguns jogadores demoraram a perceber que o juiz  não dava faltinha, e caíam quando alguém chegava mais forte.
Os primeiros quinze minutos do segundo tempo foram pavorosos; o Boca apertou a marcação e fazia pressão, e a bola cruzou várias vezes a nossa área. Foi um apagão geral, os jogadores sentiram e a bola queimava. Mas a mudança do esquema ajudou a piorar; Danilo estava muito mal, e como a saída era sempre pelos lados, quando ele foi para esquerda no lugar do Jorge ele atrapalhou muito nessa saída; perdeu umas quatro bolas que poderiam ser saída para manter a bola no ataque mas mantiveram o Boca na pressão. Tite percebeu e botou o Alex ali, deixando o Danilo mais isolado no meio, onde receberia a bola só no ataque. O time deu uma equilibrada, mas o Boca continuava dando perigo, pela nossa direita, onde a presença do Jorge fez muita falta. Liedson não foi especialmente mal, mas mostrou que não tem condição física para um jogo pegado desse, fora de casa. No jogo em casa é outra coisa... Aí, o gol, que poderia tanto ter saído quanto não – faz parte do jogo. Naquele momento, acho que todo mundo teve a mesma sensação – “acaba logo essa m*rda”. Quando disseram na transmissão que o Tite tava pensando em Romarinho, juro que pensei “ah não vai, não viaja”...mas bom, eu não sou técnico de futebol. Estrela do moleque, muita calma para finalizar, e estrela do Tite. Emocionalmente acabou sendo muito melhor do que o zero a zero. Mas nada resolvido, ainda precisamos ganhar desse time matreiro no Paca.
- em alguns momentos, alguns do time sentiram: Cássio que sempre sai socando tudo saiu muito pouco nas bolas aéreas. Ralf e Fabio Santos queimavam com a bola no pé. Danilo não sei se sentiu ou só jogou mal. Por outro lado, Alessandro e a dupla de zaga foram muito bem, assim como Paulinho, Alex e Sheik.
- o Chicão ia fazendo uma besteira tremenda. Se ele é expulso ali, e o Boca ainda faz gol, era a sentença da derrota, ainda tendo de jogar a volta sem ele. Demos sorte. Aliás, alguém fala pro Chicão que ele desaprendeu a bater faltas há uns 2 anos?
- o juizão foi muito bem. Deu para notar o quanto o Boca conta com juiz caseiro: nos escanteios eles empurram descaradamente, Riquelme quer apitar o jogo todo etc. Juiz foi macho e não deixou eles tomarem conta do jogo.
- Fabio perde todas de cabeça. Já na Vila o Muricy pos o Kardec para jogar em cima dele na bola aérea e as melhores jogadas do Santos saíram por ali. Hoje o gol foi em cima dele e o quase gol na trave também.
- Eu não tenho gritado gol nos gols do Corinthians; acho que fico muito nervoso e demoro para acreditar que foi gol mesmo. Minha mulher brinca que sai gol e eu faço um muxoxo; o juiz não marca uma falta e só falta eu quebrar a casa inteira de tanto que xingo. Mas dessa vez não deu: quando saiu o gol eu gritava “romarinhooooo!! C**ralhoooo!!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Panorama

Os times. O Boca em alguma coisa se parece com o Santos: é time de um jogador só, cercado por companheiros medianos. Na comparação com o Santos homem a homem, o Corinthians ganha em 8 ou 9 posições. Seria pretensão dizer que conheço suficientemente o time do Boca para fazer uma comparação desse tipo, mas imagino que o resultado fosse semelhante. Mas eles tem Riquelme, que se der bobeira resolve o jogo num passe ou cruzamento. Se o Tite conseguir deixar o time confiante e sem temer a tradição deles e a Bombonera, é para ser, tecnicamente, um jogo menos complicado do que foi Vasco em São Januário e Santos na Vila.
 
Esquema
 
Não é hora de mudar, ainda mais fora de casa. Empate fora de casa sempre foi e sempre continuará sendo bom resultado. O critério das outras fases de gol fora deixa alguns confusos, achando que 0x0 fora de casa é ruim porque não fez gol. Bom, agora não há nem motivo para dúvidas - o gol fora não vale a mais. Trazendo para a casa a chance de levar o título com vitória simples, que assim seja.
 
 
Clima, motivação
 
Boca poupou os titulares numa decisão quase perdida do Argentino. O time vinha de uma viagem e um jogo pegado no Chile na quinta. Dizem os jornais que o time está estafado, e é nítido que Riquelme, o único que não marca, cansa aos 20min do segundo tempo. Mas o clima lá é de favoritismo, eles são o todo poderoso Boca, hexa campeão, e nós somos os novatos. É bom que seja assim. Mas é importante o time entrar muito concentrado e saber levar a catimba, que existirá e não será pouca. Na marcação eles pegam firme, irritam e qualquer juíz que apite lá será caseiro. Tem que ter cabeça e, principalmente, não desperdiçar quando a chance aparecer, porque serão poucas. Se o extra jogo não falar mais alto, temos tudo para voltar pro Paca com um bom resultado.
 
Vai Corinthians!!
Tecnicamente, o 451 - ou alguma outra coisa que conte com pelo menos um atacante de ofício enfiado - é melhor; possibilita mais jogadas, tabelas, abre espaço para que os de trás apareçam com mais liberdade. Os melhores desempenhos ofensivos nos jogos em casa foram com esse esquema.
 
Mas esse esquema propõe um jogo mais aberto. No segundo tempo do Paca contra o Santos, quando Liedson entrou, o time adiantou a marcação, porque a primeira linha de pegada é de 2 jogadores (ou 2 atacantes, ou como no caso desse jogo, um meia sobe para compor, como Alex, e Douglas contra o Palmeiras...). Com uma linha de 2 adiantada, você não consegue compactar atrás, e a saída é marcar pressão. Só que essa marcação adiantada cansa mais, a chance de falhar é maior, e você abre espaço pro adversário se alguém dá um bote errado. Por isso é uma proposta de jogo mais aberto, propícia para quem quer buscar resultado, e que oferece perigos contra um time que contrataca bem como o Boca.
 
Acho que o melhor desempenho tático do time nessa Libertadores, considerado o contexto, foi o jogo contra o Santos na Vila. O 460 (do qual não gosto) tem sido aprimorado, e bem treinado, com Sheik saindo em velocidade, já mostrou que pode funcionar e bem. Liedson não tem condição física para um jogo desse tipo, fora de casa - marcação 100% atenta e aplicada para saídas rápidas. Jorge Henrique tem sido fraco com a bola nos pés, mas compôs muito bem em um esquema de jogo equilibrado, que ataca sem sofrer pressão do adversário.
 
Assim, no jogo fora de casa eu continuaria com a mesma escalação e disposição do jogo da Vila. No jogo em casa, depende do resultado da ida.
 
Pensei que seria melhor uma marcação quase individual em Riquelme. Mas é arriscado, porque a marcação por zona, além de muito eficiente, tá muito bem treinada. Além do que, se deixar o Ralf correndo atrás do Riquelme aonde ele for, perdemos a cobertura sempre eficiente nas laterais e um combate a mais a frente dos zagueiros. Sei lá, é uma pepinosa pro Tite resolver. O importante é que o espaço dele seja mínimo. Diferente do Neymar, ele não consegue sair da marcação com meio-metro. O que não pode deixar é ele ter tempo de virar para dar um passe em profundidade.

domingo, 24 de junho de 2012

Reservas 2 x 1 Titulares

Logo aos 3min nossa zaga reserva limitada e desentrosada deu as caras. Todo mundo vendo o jogo sabia que a bola ia ser enfiada pro lateral nas costas do Ramon – só o Ramon não sabia. A cobertura do PA muito lenta, sem rebote no chute do Zé Ramalho, gol. E expectativa de mais um daqueles jogos do nosso time reserva horríveis de se ver. Mas surpreendentemente o time não sentiu, se reorganizou e pressionou o adversário. Interessante: embora não tenha sido uma baaaaita pressão, a diferença entre uma pressão perigosa e a que foi a ‘pressão’ que o Santos fez nos 2 jogos contra nós é claro. Numa pressão real, como a do primeiro tempo de hoje, teve bola na trave, defesa do Bruno e bolas cruzando por baixo a pequena área. Até que numa bela trama, belo gol do Romarinho.
Segundo tempo, nada de muito interessante, até o outro belíssimo gol do Romarinho. Não pude deixar de pensar que ele ainda não deixou o Tite colocar nele o medo de entrar na área que acomete todos os segundos-atacantes do nosso time...Depois, recuabilidade, segurar a pseudo pressão do Palmeiras, fim de jogo, primeira vitória, lanterna para outro alguém.

- Liedson mostrou nesse jogo e no segundo tempo do Santos que ainda pode ser útil, principalmente taticamente. Mas sempre como opção para jogos com determinadas circunstâncias, não como titular absoluto. Por exemplo, começar jogando jogos fora de casa, não rola. Não é possível que ainda achem que o Liedson tem condições físicas de ser o mesmo Liedson de sempre. Todo jogo há uns 2 ou 3 lances que percebe-se claramente sua dificuldade de correr. O lance que ele recebeu sozinho atrás do meio campo foi exemplificativo. Ah, mas era meio do segundo tempo...lembra do terceiro gol contra o Santos no Paulista ano passado? A diferença de estamina é gritante...

- Jogadores como o Douglas, que pelo nome e capacidade tem chances de brigarem para ser titular, quando jogam com um time reserva tem que ser o destaque do jogo. Lembram quando o Sheik perdeu a vaga no começo do ano e jogou umas 3 ou 4 do paulista? Destoava claramente do resto do time e rapidamente fez os comentaristas falarem “o Sheik tem de ser titular”. Douglas continua na mesma toada...o pior é quando o cara não entra nem na lista dos 5 que jogaram melhor no time reserva.

- As primeiras duas partidas do Willian Arão foram horrendas. As últimas foram razoáveis, coroada com uma boa partida hoje.

- Quantos passes / lançamentos / cruzamentos o Ramon tem de errar para perceber que ele não é o Roberto Carlos?

- Não é possível que não seja possível por um cara como o Willian para treinar finalização? Se ele recebe uma bola a 2m do gol, sem goleiro, ele vai enfiar a bica. Tite precisaria colocar ele uma semana só para treinar finalização, para aprender a olhar pro gol, a posição do goleiro e tentar por a bola em vez de chutar de peito de pé de qquer distância.

- O time do Palmeiras é muito limitado, pelo amor...Aquele Barcos é um Elton que acha que joga bola, Daniel Carvalho é um Douglas (em termos de forma física) piorado. Sem o Marcos Assunção para fazer gol de falta...só não dá para dizer que se fosse o time titular seria uma goleada porque o nosso time titular não goleia.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

E será mesmo o Boca

quando pensei que a parada não estava 100% resolvida no primeiro jogo, fui ingênuo e subestimei a diferença de inteligência tática entre Boca e Lau.
 
Pude ver uns 70% do segundo jogo. Do Boca, vi partes de outros 3 jogos - mas todos fora de casa...não sei como atuam em casa, embora possamos fazer uma idéia.
 
Mas fora de casa, é um time muito inteligente. Dá  aula de como se defender sem abdicar do contrataque. O triângulo ofensivo (Riquelme no meio, Santiago e Mouche se movimentando a frente) quase não recua, não volta da linha do meio-de-campo (nos escanteios El tanque troca com um dos volantes). Atrás, duas linhas - uma de 4 e uma de 3 - bastante compactas. Imagino que um time com boa capacidade ofensiva não tivesse tantas dificuldades de furar esse bloqueio, que numericamente não é grande. Mas o problema é a rapidez e inteligência do contratauqe: bola no Riquelme, que mata e rapidamente deixa alguém na cara do gol. Assim que algum defensor intercepta a bola, o trio se desloca com velocidade para receber já do meio pra frente e pegar a zaga adversária aberta. O primeiro tempo ontem podia ter virado 2 x 0 pro Boca sem problemas - foi muito mais perigoso que LAU. A sorte é que Mouche e Santiago Silva são para lá de limitados. De fato, o time todo - exceção feita a Riquelme - é mediano. A marcação é regular, com uma boa disposição tática, mas longe de ser o nosso ferrolho, por ex. Mas Riquelme continua sendo Riquelme
 
Pensei em que tipo de marcação deve ser feita. Não gosto de marcação individal - a por zona é muito mais efetiva, no geral. Mas marcar Neymar é diferente de marcar Riquelme, pelas características. O perigo do Neymar é dar espaço para correr e com cobertura afastada, lenta. Se o marcador individual do Neymar dá um bote errado, é problema. Riquelme é lento e não tem muita perna, mas precisa de pouquíssimo tempo e espaço para par um espaço milimétrico. A marcação em Neymar não precisa não deixar ele pegar a bola; pode congestionar e empurrá-lo para uma zona onde é menos perigoso. A marcação em Riquelme deve primeiro tentar impedir ele de receber a bola e, quando receber, não deixá-lo ficar de frente para dar passes em profundidade. Acho que uma marcação individual seria interessante. Os atacantes não são especialmente rápidos, e a boa zaga corinthiana não tem porque temer suas infiltrações se o passe sair abafado, mascado. Mas é atenção 100% do jogo.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O mito vai cair?

Antes de tudo, é preciso lembrar que, embora freqüentemente se use o termo “mito” de forma errada, seu verdadeiro sentido é de algo que não existe, uma explicação fantasiosa e primitiva. E o mito que existiu por muito tempo é o de que o Santos era um ‘baita time’, o melhor do Brasil etc. E o motivo pelo qual o mito deveria cair é só porque foi eliminado? Bom, não foi uma eliminação simples. Já tinha sido inferior ao Vélez e se classificado por circunstâncias. No confronto total com o Corinthians, um rival local menos badalado e sem grandes craques, nos 30 min que se dispôs (porque precisou) jogar – os primeiros 20 na vila e até fazer o gol no Pacaembu – o Corinthians dominou. No resto, deu ao Santos um falso domínio, onde pouco produziu. O segundo tempo do Pacaembu, onde o Santos não teve 1 chance de gol e se entregou faltando 10min para acabar o jogo é paradigmático.

Mas voltando ao mito...há 24 meses, o Santos é tido como o grande time do Brasil. Ano passado, depois de ganhar a liberta, estava uns 12 pontos atrás no brasileiro e ainda tinha gente cravando Santos como campeão. O pior é que havia poucos motivos para essa euforia. Nos dois últimos anos, o Santos desfilou mediocridade nos segundos semestres. Ok, tinha ganhos títulos importantes no primeiro semestre e faltou motivação. 1 ano, vá lá...2? Ok. Tomou um vareio do Barca que nem os times que brigam para não cair no espanhol tomam? Ah, mas é que o Barca é demais...Ainda assim, o clima era como se o time santista fosse tipo o melhor time brasileiro dos últimos 20 anos. Cada vez que o Santos joga mal, há alguma desculpa: ta cansado, Neymar não vai resolver sempre, ta desmotivado, ta pensando no Barcelona...

Pô, mas ganhou a Libertadores, né? Qualquer analista frio deve reconhecer que ganhar a libertadores há algum tempo não é sinônimo de ser um time muito bom. Nem Corinthians nem Boca esse ano são brilhantes; o último time ótimo a ser campeão da dita cuja foi o próprio Boca em 2003. Mas para fins da argumentação, admitamos que a empolgação tenha sido por conta do título da Libertadores. Mas aí, vejamos: o Inter foi campeão em 2010 passando por um Argentino tradicionalíssimo (então campeão) e um brasileiro com muita tradição na competição, atropelando um ótimo mexicano na final. Porque cargas dágua o Santos em 2011 foi 3x mais badalado como ótimo time, páreo para pegar o Barca etc etc, enquanto o Inter, como todo brasileiro campeão da cucaracha cup, chega no mundial cheio de desconfiança?

E o tri do paulista? Ganhou de pequenos e do São Paulo, que se “abotafogou” e virou vítima preferida do Neymar. Ganhou do Corinthians ano passado, é verdade. Mas foi um confronto igual contra um time remontado e desacreditado pela torcida, e ainda assim contou com frango do Jacaré. Pegue as estatísticas de clássicos contra Palmeiras e Corinthians nesses 3 anos para ver se tem domínio santista. A primeira vez nesses 2 anos que enfrentou um adversário com alguma capacidade de confronto em um jogo valendo alguma coisa, nas quartas da Liberta desse ano – o sexto colocado do campeonato argentino, desfalcado e sem tanta tradição – sofreu. Quando pegou um adversário um pouco melhor passou muito longe de se classificar.

Santos é Neymar. Ganso deveria estar tentando provar algo há 2 anos – só não está porque a imprensa acha que ele é o novo Zidane independentemente do que faça em campo. Aí alguém fala em Arouca (who?) e só. O resto não seria titular na maioria dos grandes brasileiros. Luis Roberto falou algo de sensato no Bem, Amigos dessa segunda: tirando o Neymar, posição a posição o Santos perde todas (todas! ele falou) pro Corinthians. A zaga é fraca, os laterais são fracos. A dupla de volantes é mediana, e os meias, quando Ganso não está inspirado (que é 90% dos jogos) é mediana. Neymar desequilibra. Mas sabe o que? Neymar não joga fora de São Paulo. Neymar pipoca em confrontos importantes contra grandes times, se não for contra time fraco / pequeno / o São Paulo. Pode ser um grande craque, mas enquanto não for para a Europa, amadurecer, jogar contra gente grande, corre o risco de ser apenas uma nova versão do Robinho. Por mais que Laor ache que quem fale isso quer o mal do Santos ou está fazendo complô.

Vamos ver quanto tempo demora para a nossa mídia analista fria e desapaixonada enxergar isso.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pela primeira vez

O primeiro tempo se desenhou como esperado. Muricy veio com Borges, e não perdeu o meio-de-campo porque o Corinthians se postou da mesma forma como a Vila, então praticamente não tinha jogo no meio-de-campo. O Santos teve um domínio totalmente enganoso, onde 80% do tempo trocava passes entre seus zagueiros, sem produzir nada. O Corinthians contratacava menos e mais lentamente do que devia – ainda assim, teve duas boas chances antes do Santos ameaçar Cássio. Mas...esse tipo de estratégia é perigosa, porque você não pode falhar nunca – uma bola estraga seu jogo. Num lance que começou numa semi-cotovelada do Kardec (aí o problema do critério – num jogo onde Vuaden tava marcando até espirro, Ralf caiu zonzo no chão certo de que haveria falta), a zaga assistiu Borges desviar e Neymar pegar o rebote. Antes do final, Corinthians saiu um pouco mais e assustou com a cabeçada de Jorge Henrique, mas era bom que acabasse para o time esfriar a cabeça, absorver o gol e lembrar que ainda jogava em casa.
A escalação do Willian: concordei. Foi uma opção, antes de tudo, tática. Não dá para mudar o esquema a essa altura. A outra opção seria Liedson, mas que precisaria estar muito inteiro e muito em boa fase para forçar uma mudança de esquema – o que não é o caso. Lembremos que o Corinthians não tem um Drogba, um Ribery. É isso aí que tem para hoje.

Intervalo, tudo igual. Você é o Tite, o que você faz? Sai para cima? O problema é que naquela situação, fazendo um gol, o outro time continua precisando só de 1 gol. Tomando um gol, a casa cai...
Tite foi sacudo em por Liedson logo de cara. Voltou pro 451, com Alex compondo a primeira linha de 2 na marcação; Danilo compõe na esquerda A postura do time mudou, adiantou as linhas. Jorge pegava Juan já na defesa e a marcação em Neymar se tornou individual quando ele caía pela esquerda E a sorte estava do nosso lado: 3 min, 1 x 1, na tranqüilidade do Danilo. O time continuou adiantado e mandou no jogo até os vinte e poucos. Aí, a recuabilidade, que num jogo desse porte é inevitável. Mas, pegue lá: no segundo tempo o Santos não produziu nenhum (nenhum) ataque. Ameaçou pouquíssimo. Neymar perdeu todas as bolas pro Alessandro ou errando passe. Aos 40 min o Santos estava totalmente entregue, e fazia faltas com pouquíssima inteligência, ajudando a amarrar o jogo. A melhor chance deles foi aquela espirrada de taco do Alessandro. Falta aqui, enrola aqui. Fim de papo. A final é nossa.
- a arbitragem do Vuaden foi fraquíssima. Não acho que tenha prejudicado o Corinthians. No primeiro tempo, sua falta de critério ajudou um pouco o Santos. Mas no segundo tempo marcou qualquer espirro, e isso foi ótimo para o time que estava com a vantagem. Sempre vejo comentaristas falando “marca tudo para não deixar o jogo escapar do controle”. Quem já viu uma arbitragem do Amarilla sabe que isso é besteira, juiz bom consegue controlar o jogo sem ficar marcando faltinha.
- a atuação do Neymar no segundo tempo é a definição de pipocar. Vamos ver a desculpa dessa vez. E da-lhe, Alessandro!
- pela grandeza do confronto, o saldo foi uma vitória acachapante. O Santos foi superior por uns 10min no segundo tempo da Vila. Uma boa parte do confronto o Santos parecia dominar, mas era enganoso. Nos 180min, o time da Vila criou 3 chances de gols – ainda assim, não claras. A classificação esteve em dúvida por apenas 8 min de jogo jogado. Muito pouco pra um time tão badalado.
- falha grotesca do Durval no gol do Danilo. A defesa fraquíssima dos lambaris é o que os “analistas” esquecem de analisar.
- quando é para cornetar, a gente corneta. Mas o Alex fez uma partidassa taticamente; no primeiro tempo, recebeu algumas bolas numa fria e teve categoria para matar, afastar o marcador e sair jogando. Chamou a responsa, organizou o time.
- por falar em técnico...30min, tendo de fazer gol, Muricy põe um centroavante e...tira o outro! Boa, garoto!
- aliás, é a sétima libertadores em seqüência do Muricy, entrando com times com ótimas condições de ganhar. Sexta eliminação.
- deve ser contra o Boca, o que será histórico, épico, inominável. Mas o Lau joga muito ofensivamente em casa, não dou a fatura por liquidada não.

Hoje, no Pacaembu

Muricy certamtente tentará algo diferente. Dizem os jornais que ele entrará com o time do segundo tempo - sai elano, entra Borges. Kardec deve bater com Fabio Santos (no seg tempo de vila, o santista ganhou todas de cabeça nesse confronto, criando problema). Borges vai bater com os zagueiros, coisa que faz bem, e com isso Muricy também busca descompactar a marcação, espaçando a linha dos zagueiros e dos volantes. Tite deve ter antecipado e isso e treinado o posicionamento defensivo de acordo (assim esperamos). Por ex, não podemos cometer o erro que o Jorge cometeu em alguns momentos do segundo tempo, de pegar o Juan no campo de ataque - só abriu espaço pro Neymar bater com o Alessandro com campo para correr, que é tudo que ele queria.
 
Do nosso lado, sem muito o que modificar - a postura deve ser a do primeiro tempo, até o gol. Principalmente porque, dentro de casa, é preciso aproveitar a pressão da torcida. Se o time se defender muito atrás logo de cara, corre o risco de tomar sufoco e, com isso, perder um pouco o fator pressão. A perda técnica com a saída do Sheik é gritante. Por outro lado, Willian compõe melhor os espaços na parte defensiva, o que deve criar mais dificuldades para a já fraca saída de bola santista. Outro fator é que a principal qualidade do Willian é a matada, mesmo de bolas longas e espetadas. Com a ótima reposição do Cássio, temos aí uma oportunidade de contrataques, se ele não se livrar da bola depois de matá-la (como costuma fazer) e alguém acompanhar.
 
Tite e o time terão como maior dificuldade mostrar personalidade. A pressão mudou de lado depois do primeiro jogo. Se o Santos virar, será uma virada histórica, o quanto Neymar é decisivo etc, enquanto do nosso lado será uma nova amarelada na liberta. Se ganharmos, poderemos chacotear, fazer pouco do tão baladado time da vila, mas nesse momento será apenas a manutenção dum favoritismo já conquistado no primeiro jogo. O time precisa de muita maturidade e sangue frio. E contar com a precisão do primeiro jogo: quando tiver a chance, tem que fazer.
 
Chute de placar: 2 x 1 para nós. Vai Corinthians!!

sábado, 16 de junho de 2012

LAOR no estádio 97

Tentei pegar o áudio na internet mas não achei.
 
Ontem, o rádio ligado no estádio 97, qual não é a minha surpresa quando descubro qual o convidado na noite...alalaor!!
 
Primeira fala é do Benjamim Beijasaco, que tem a pachorra de cumprimntar assim o presidente lambari "presidente, parabéns! o senhor foi muito bem na declaração de ontem, tirando o foco do time, bla bla bla". Aí o presidente, falastrão do jeito que é, começou um discursinho sobre o que ele tinha falado, tentando pegar mais leve etc, negar que acusou a CBF e que tava dando desculpas para a derrota. Ainda bem que, como de costume, o verdadeiro corinthiano do programa, Mano, representou a torcida. Cumprimentou o presidente e, num tom semi-agressivo, mas dentro do decoro e da educação que um programa de rádio exige, começou a criticar a declaração do santista. Falou que foi uma declaração infeliz, que desrepeitava a CBF e o Corinthians...lembrou que o Sheik já tinha sido naturalizado e jogado pelo Qatar, ao que o presidente fez uma piadinha que, claro, todo o resto dos integrantes do programa adoraram. E retrucou que era uma informação "tecnicista" que ele não tinha obrigação de saber (claro, faz todo sentido espinafrar o futebol brasileiro e insuniar um complô criminoso sem 'informações tecnicistas'). Mas o mais engraçado foi a atitude do presidente durante o confronto; enquanto ele interrompia o Mano nas suas colocações, ficava p* quando era interrompido. Enquanto Mano o confrontava com fatos e argumentos, ele confrontava com colocações do tipo "você acha que é o dono da verdade! se for para discutir assim eu to fora!" e coisas maduras do tipo. Num dos momentos mais patéticos, perguntou pq o Castan não poderia ser um dos 3 zagueiros acima de 23 na Olímpiada; claro, um cara que nunca foi convocado! O impressionante é que no confronto dos 2, foi justamente o mais velho, o mais experiente, o supostamente mais preparado que acabou perdendo a cabeça; ameaçou ir embora e só ficou pq o Sombra apaziguou e mudou o rumo da conversa. Imperdível! mas não achei o áudio na internet...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Alalaoooo

Vamos contar quantas bobagens ou ah-la-la-or falou numa só entrevista?
 
- A seleção dos amistosos era olímpica e 90% dos convocados (entre eles Neymar e Rafael) tinham idade adequada para tal
- Poupar o principal jogador da seleção na principal sequência de amistosos para treinar o time para a Olímpiada?
- cansado? o cara jogou no sábado depois de descansar uma semana e o outro jogo era quarta?
- nos 2 jogos contra o Velez, todos da seleção e mais tantos outros fora da Vila que o Neymar não jogou nada e estava "descansado", seria culpa das lombrigas?
- baladas, mulherada, show de pagode, gravação de anúncio, participação de eventos, isso tudo não cansa?
- estivesse o Neymar no Barcelona, ele seria poupado?
- Os convocados acima de 23 são jogadores que estão sendo considerados para jogar em Londres. Estaria ele achando razoável que um dos 3 fosse Ralf, Paulinho ou Sheik?
- Sheik é naturalizado pelo Catar, até já jogou pela seleção de lá.
- Mesmo que fosse seleção principal e o Sheik pudesse jogar pelo Brasil, levar um jogador de 33 anos, que terá 35 em 2014?
- Sheik é melhor jogador que Hulk, que acabou de ser contratado por um valor absurdo?? além do Sheik jogar pela esquerda, onde Neymar reina absoluto, enquanto Hulk joga pela direita ou pelo meio, onde faltam opções
- ué, Arouca não era injustiçado até outro dia por não ser convocado? agora a briga é pro Paulinho ir...
- o presidente da CBF é um são-paulino histórico, aliado do JJ de carteirinha, e que já deixou claro que olha as convocações antes dela saírem...mas o complô mesmo é do técnico e de 1 diretor, o presidente não manda nada...
 
Em qualquer lugar do mundo esse cara seria absurdamente satirizado pela coleção de bobeiras que falou. Mas hey, ele falou mal do Corinthians né...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Já na Globo...(e no resto)

Até os quero-queros da Vila Belmiro sabem que a luz foi apagada de propósito. É um estratagema mais antigo que a Hebe Camargo. Não é, Arnaldo?

“mas a luz acabou quando a bola já tava no pé do Santista...”

Pois é. Vamos lá, fundamentos básicos do Raciocínio Lógico I para antis:

O intervalo de tempo entre a bola sair do pé do Alex e ser interceptada pelo Juan dá alguns décimos de segundo.

Quanto tempo demora de alguém falar “apaga, apaga!”, o cara com o dedo no botão apertar, a luz apagar e esse apagão se tornar visível do estádio?

Ah, ta...

Última pergunta:

O que estariam falando hoje se fosse o Corinthians a...

- ter autorização para mandar um jogo da semi num estádio com capacidade para 16 mil quando o regulamento prevê no mínimo 20 mil?
- ter no seu estádio arremesso de capacete, copo dágua e chinelo no campo?
- ter a luz apagada no final do jogo num contrataque do adversário?

Enquanto isso, na Fox...

Só assisto jogos na Fox que não passaram na tv aberta. Mas nos jogos do Corinthians acabo vendo o pós-jogo lá enquanto a adrenalina baixa. O único que tenta ser um pouco imparcial é aquele apresentador que fica no estúdio, conversando com narrador e comentarista. No mais, a equipe é um amontoado de gaúchos e cariocas, e aí, já sabem a tendência...

Primeiro jogo contra o Vasco. Narrador e Simon estão comentando em cima das imagens do gol anulado do Alecssandro. Aquele câmara fora de ângulo, mostrando repetidas vezes, e o Simon vociferando contra o gol mal anulado, que influenciou no resultado etc etc etc. Até que o cara do estúdio intervem “pessoal, vamos só lembrar que sem um tira-teima não dá para cravar que não tava impedido hein, precisava de outra câmera...”, ao que Simon e narrador respondem com algum muchocho.

Ontem: as imagens são sobre os “lances polêmicos”. Passa o pisão do Durval em cima do JH. Simon: “aqui Durval e Jorge se desentendem”...e já ia pro próximo lance, quando o cara do estúdio intervem “Simon, o Durval pisou no Jorge Henrique” e ele “é, ele tava saindo do lance, acaba pisando...(tipo = foi sem querer)”. Até o narrador ficou meio sem graça “nossa, a encenação que o Durval fez foi qualquer coisa...”.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cambalhoteiros 0 x 1 Corinthians

Tite entrou com o já esperado 460. Mas na posição defensiva houve uma mudança interessante: um 433 mais recuado, com Jorge compondo a linha de volantes com Paulinho e Ralf e Sheik, Alex e Danilo compondo a frente. Danilo e Alex revezavam entre a direita e o meio do ataque. Como sempre, atrás muito compacto; a saída pro jogo um pouco lenta, esperando o time se recompor – nada fora do esperado. Com a bola no ataque, a linha de 4 do ataque se recompunha. Do lado de lá, impressionado por tudo o que Neymar não jogou nos jogos contra o Vélez e na seleção (o que evidenciou que qualquer time mediano já aprendeu como marcar Neymar quando ele joga isolado na esquerda), Muricy trouxe Neymar pro meio, flutuando de vez em quando pelos lados. Ele não teve tempo de treinar isso, mas deve ter se aproveitado do fato de que Mano Menezes treinou isso com ele a semana toda para pegar a Argentina. Azar o deles que Neymar fora da esquerda vira um jogador apenas bom – até se acostumar a novas funções, o que deve demorar um pouco. No final do segundo tempo, quando caiu pela direita, tomou um baile de marcação do Fábio Santos, que nem é um marcador exímio.

Fizemos um primeiro tempo muito bom; marcação boa quase todo o tempo e até os primeiros quinze minutos, saída de bola com qualidade. Tivemos até mais posse por um tempo. Só não foi melhor por dois aspectos. Alex continua sua rotina de perder muitas bolas; é desatento quando mata de costas, erra passes numa região crítica. Danilo caminha numa linha tênue entre paciência e sonolência; no primeiro tempo passou mais tempo na segunda área (embora tenha evoluído muito no segundo). Também demos sorte: nossa melhor bola, Sheik guardou no ângulo, na melhor do Santos Fabio Santos salvou. Mas naquelas ‘quase chances’, aquelas bolas que ficam rodando perigosamente a área adversária, fomos mais incisivos.

Vem o segundo tempo e voltamos com uma disposição de 451; Alex e Danilo compõe o meio e Sheik fica batendo com os zagueiros, com uma clara disposição de só sair na boa. O Santos vem mais para frente, com Ganso e Arouca tentando municiar Kardec, Borges e o dançarino. O Santos faz uma leve pressão, mas sem chances de gols claras (tirando a cabeçada do Borges, que é aquela defesa que só parece difícil). O Corinthians tinha dificuldade de contrataque, até porque os erros de passe continuavam com a insistente contribuição do Jorge Henrique.
Até que...a cagada. Não há nomes para a imbecilidade que fez o Sheik. É preciso um tratado sobre psicologia, sobre uma tendência suicida do camarada para se boicotar, para explicar isso. Num jogo totalmente controlado, ele primeiro toma um cartão completamente bobo. Depois, já pendurado, dá um carrinho totalmente imprudente e é expulso. Foi expulso corretamente, a despeito do critério (ou melhor, da total falta dele) do juiz. Uma bobagem inominável, em especial porque não joga o segundo jogo.
Toque final: que segurança passa o Cássio!

- Liedson fora do banco: na condição física dele, se ele ainda pode ser útil, não é num jogo fora de casa. Fora de casa os 10 da linha tem de marcar o tempo todo, e numa saída de bola de contrataque precisa-se de alguém com condições de correr 20m com alguma velocidade. Se a escalação não previa centroavante jogando, deixar apenas o Elton como banco não me parece nenhum absurdo. No jogo em casa a coisa pode ser diferente.

- juiz: quando saiu a escalação do Marcelo Henrique, fiquei receoso. Não gosto dele, é fraco e caseiro. Nos primeiros minutos me enganou, e até teve um desempenho positivo no tocante a não marcar todas as vezes que Neymar dava cambalhota. Mas a boa impressão passou rápido. O pior foi o critério de cartão. Na falta do Danilo no Neymar no primeiro tempo tiveram uns 2 jogadores do Santos que só faltaram bater no juiz. Num impedimento o Dracena só faltou enfiar o dedo no toba dele. Aliás o Santos reclamou do juiz o jogo inteiro e ninguém tomou cartão. Aí ele amarela um zagueiro aos 20 do primeiro tempo por reclamação, de lá de longe? Um zagueiro pendurado é um baita perigo, pq se não é expulso, há muita chance dele deixar de fazer uma falta importante com medo de ser expulso. Durval  pisou no Jorge e ele não viu nada. Neymar deu no Castan sem bola e só recebeu amarelo. O problema do não-critério é esse: ele foi benevolente para um lado e rigoroso pro outro, e o resultado foi uma expulsão que ferra o time.

- Poucas coisas me irritam mais no futebol do que jogador que simula agressão, que a falta foi muito mais dura do que foi etc. Parece que o Santos todo tomou essa característica deplorável do Neymar (as cambalhotas dele eu já nem conto mais). Durval pisou no Jorge e quando esse lhe deu um tapa na pernas, caiu e ficou rolando no chão. Adriano quando tomou o encontrão do Sheik deu um salto carpado triplo. Uns dois outros que não me lembram tomaram trombadas ou encostões e caíram no chão com a mão no estômago como se estivem sendo atacados por lombrigas diabólicas. Simplesmente patético.
- Lembra do jogo do Santos em La Paz? O berreiro da imprensa, do absurdo de jogar em estádios assim, torcida bla bla. Vamos ver o que vão falar da tão civilizada e respeitosa cidade de Santos e Vila Belmiro, onde chovem copos, capacetes da PM e outros souvenirs.

domingo, 10 de junho de 2012

Grêmio 2 x 0 Corinthians

Sou a favor da ‘poupada’ de titulares. Não dá para jogar com os titulares em Porto Alegre domingo quase noite e jogar na quarta na Vila com a concentração e estamina que o jogo pede; além disso, perde-se 3 dias de treino focado.

Não vou comentar sobre o jogo horrendo. Estamos há dias do jogo mais importante do time nos últimos 12 anos. Há reclamações que poderiam ser feitas sobre o técnico, sobre o elenco, sobre o planejamento. Mas não é hora.

Tite não tem culpa de, poupados os 4 titulares entre volantes e miolo da zaga, ainda assim não ter Paulo André, Edenilson e Ramires. Tite não tem culpa do frango do Danilo e da falha do Fabio Santos no segundo gol. Mas tem uma hora que mesmo o mais paciente dos torcedores se irrita. Um time apático, perdendo de 2 x 0 e sem esboçar a menor reação, e a primeira substituição vai aos 35min do segundo tempo, e tira o único jogador que – mesmo gordo, cansado e desinteressado – é capaz de algo ofensivamente. Não dá. Tite faz a besteira de atrair para si olhares desconfiados até daqueles que passavam a achá-lo melhor técnico do que realmente é.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Corinthians 1 x 1 Figueirense

Eu não gosto do 460, acho que o time fica capenga. Mas com Liedson sem joelhos e Elton como "melhor" opção de centroavante, entendo a insistência do Adenor no esquema. Outro fator é que contra o Santos na Vila acho que essa é a melhor formação mesmo; tendo sido ontem o último jogo dos titulares antes desse confronto - mesmo contra um adversário mais fraco e jogando em casa - fazia sentido repetir a escalação para praticar.
O primeiro tempo não foi brilhante, mas foi bastante seguro. Amplo domínimo da posse de bola, e se não fez uma baita pressão em cima do Figueira - que tinha uma marcação forte e aplicada - criou umas 3 ou 4 chances razoáveis e não sofreu nada atrás. Em termos de movimentação, o esquema até que me surpreendeu positivamente. Aí vem o segundo tempo, e o que já esperávamos acontece: o Figueira adianta o jogo e cria uma pressãozinha, enquanto o Corinthians assiste o jogo. Mas aí duas coisas acontecem: o Argel põe um garoto em campo que entrou para perder bola e criar confusão, e numa bola enfiada Sheik arranca a expulsão do zagueiro. Pronto, um a mais, jogo nas mãos. Mas como de costume, o time só "enrola", toca de lado, gasta o tempo. É verdade que não sofria, mas o que sempre pode acontecer nessas horas aconteceu: um cruzamento, uma bobeada, um Ramon dormindo, gol. E tome sete ou oito minutos de tentativa de sufoco totalmente desorganizado e um péssimo resultado no bolso.
A bobeada do gol é daquelas que de vez em quando acontecem. Esse não é o problema; o problema é essa falta de vontade irritante do time de não matar os jogos, esse eterno pensamento de "meio a zero" tá bom. Sofremos isso bastante ano passado, e com um ano e meio de Tite no comando, é difícil imaginar que isso possa mudar. De tantos em tantos, o que aconteceu ontem vai acontecer novamente. Nos pontos corridos, recupera-se na soma dos pontos; tomara que não aconteça na Libertadores, quando um gol do adversário muda todo o cenário.
- Ramon não foi embora ainda?
- Douglas entrou faltando poucos minutos, é vero. Mas para mim o resumo dessa passagem dele no Corinthians foi ontem, aos 48min, sobra uma bola para ele na defesa, último lance, todo mundo esperando uma bola na área, aí ele caminha uns 20m com passinhos de bailarina e toca a bola na direita...