Esqueça o contexto, toda as minhas desavenças táticas com
Tite; dado o desempenho do segundo tempo contra o SP, achei a escalação de hoje
razoável e tive um fio de esperança que o time pudesse ter um desempenho minimamente
elogiável. E, de fato, acho que o time fez um primeiro tempo ao menos razoável.
Bem postado, marcando em cima, dando pouquíssimo espaço para o Grêmio articular
jogadas (não que eles precisassem de muita resistência para não conseguir armar
jogadas, dada a formulação tática do Renato) e tendo as melhores – mas poucas –
chances do primeiro tempo. Claro que ofensivamente era pouco, muito pouco. O
principal problema me parecia a ocupação de espaços mais próximos ao gol do
adversário. Sem centroavante, Sheik foi escalado para fazer a função de 1. Um
centroavante a la Barcos faz a parede e o pivô para a aproximação do resto do
time; um jogador a la Pato tem como alternativa se enfiar no meio dos zagueiros
parar correr atrás duma bola. Sheik tem como cacoete buscar a bola antes dos
zagueiros e conduzi-la de lado, de modo que quase sempre a linha mais adiantada
do Corinthians estava antes da intermediária gremista. Fica muito mais difícil
construir assim. Estava quase decidido a ir dormir no intervalo quando aquela
bola enfiada do Douglas me deu alguma esperança e decidi assistir um pouco
mais.
O problema desse jogo muito encaixado de marcação é que o
gol só sai num erro de alguém, e esse erro sempre pode ser nosso. E foi
justamente no que entendi como uma dormida do Cléber que Barcos fez 1 x 0. A
partir daí, show de horrores. É patético ver um time que não sabe e não está
acostumado a atacar tentar fazer pressão no adversário; nenhuma organização, erros técnicos. E se Tite, que
até então, apenas nesse jogo específico, talvez não merecesse nenhuma crítica
mais contundente, decidiu mostrar porque seu lema em 2013 é “ se não cag* na
entrada, cag* na saída”. Substituições completamente equivocadas. A do Macedo
pelo Rodriguinho só merece a crítica de que não mexia no principal problema do
Corinthians para chegar na frente. A do Guilherme...bem, até entende-se o
conceito, você buscar uma saída pelo meio. O problema é que Tite tem vivido do
seu fantástico mundo de alucinações, e desconsiderou o fato óbvio de que a
opção era Ibson! Quando Ibson conseguiu fazer essa transição com qualidade
jogando no Corinthians? Tite cometeu o exato erro que fez contra o Gremio na
Copa BR: pos Ibson e perdeu o meio de campo. Aí a última também de lascar, que
fez até o são-paulino e comedido Caio a descer o sarrafo. Tite se queixou
muitas vezes da falta de centroavante. Douglas tanque retornou e foi posto como
opção no banco ontem. Estamos no segundo tempo, time perdendo, ataque
completamente perdido sem uma referência
na frente; se você não vai usar o moleque nessa circunstância, para que levar
pro jogo? Só ficou a sensação de que o
time lutou para empatar até o fim porque Cássio fez outro milagre e evitou o 2
x 0, o que já selaria o caixão bem antes. Melancólico, desesperador.
- Estou seriamente preocupado com o rebaixamento. Se o
são-paulino não tem motivos para achar que já escapou com a vitória ontem
contra o Náutico, porque nós, que estamos agora atrás deles, devemos ficar mais
tranquilos? A água bateu na bunda e veio gelada para cacete...
- Não sabia quem ia apitar o jogo até o Gaciba fazer o
comentário aos 13 do primeiro tempo. Já tinha pensado “esse juiz é bom, hein...”,
no sentido de ele ter acertado todas as faltas e não-faltas até então.
Arbitragem muito boa, uma lição pro Vuaden aprender o que é deixar o jogo
correr sem ter um critério aloprado sobre o que é falta e o que não é. Sandro Ricci é o melhor arbitro brasileiro em
atividade; pena ter ficado marcado pelo penalty corretamente assinalado naquele
jogo contra o Cruzeiro.
- Não assisto mais jogos à noite até o fim enquanto Tite for
o técnico. Não sei se consigo manter a palavra no jogo da Copa Br,
maaas....vamos ver.
- Chiste: teria Ferguson resistido a incrível marca de 3 gols em 13 jogos? Ou a ameaça realíssima de rebaixamento?
- Para. Respira. Não pensa em cada. Agora volta: se alguém te falasse no começo do ano que brigaríamos para não cair esse ano, você daria risada...
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