segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bahea 0 x 0 Corinthians

O Bahia tem um time horripilante, em todos os sentidos. Ainda assim, não tinha muito mais o que o Corinthians podia ter feito no primeiro tempo, vindo de uma sequência de jogos, jogando com sol nas costas contra um time tentando marcar pressão empurrado pela torcida: truncou o jogo no começo e começou a dominar as ações lá pelo meio do primeiro tempo. Faltou um pouco de efetividade da produção ofensiva, é verdade, mas achei que o time melhoraria no segundo tempo, com a temperatura mais amena. O problema do segundo tempo é que o cansaço ficou nítido; junte-se a isso o fato de que o time não estava em uma partida tecnicamente brilhante e tivemos um jogo dos mais chatos. Empate ruim, mas mantivemos um % de 72 nos cincos jogos que o time realmente voltou da libertadores, que se mantido até o final do campeonato nos credencia ao título.
- Goste-se ou não, Sheik faz muita falta. Num jogo como ontem, quando o time não se encontra e tem dificuldades na produção ofensiva, ele é sempre uma válvula de escape com um drible e/ou uma arrancada. Romarinho ainda não tem a segurança nem a força física para tanto. O ataque com JH e Romarinho ficou capenga, porque Jorge já não sabe apoiar há algum tempo e Romarinho não conseguiu segurar a bucha sozinho.
- Tenho dificuldades de entender como Wallace consegue ser jogador profissional, de tanto que se atrapalha com a bola. Mas até que ontem não comprometeu.
- Agora uma muito bem-vinda semana de descanso antes do jogo contra o Vasco, sem Dedé de novo. Repor as energias, recuperar os contundidos, treinar variações, colocar Guerreiro e Martinez em condições. Com o time descansado boto muita fé em qualquer jogo contra qualquer adversário.

sábado, 28 de julho de 2012

Variados

- O time do Mano tem uma ótima capacidade ofensiva, mas defensivamente chega a ser uma piada de mau gosto. Poderia ter matado o jogo contra o Egito no primeiro tempo, assim como teria muito bem ter empatado pelos gols que o Egito perdeu no segundo. Os erros de posicionamento as vezes são bizarros; Juan é fraco tecnicamente e Marcelo não sabe marcar - motivo pelo qual Mourinho sempre preferiu Coentrão. O jeito é torcer para o Mano resolver os problemas mais intensos e o time resolver na frente. Pelo menos não teremos jogos chatos...
- O Santos está virtualmente fora da libertadores do ano que vem. Nao pela matemática, mas pelo cenário que se apresenta. O time é extremamente limitado e, quando Neymar voltar, pode recuperar um pouco, mas não suficiente para pegar liberta. Aí fica a pergunta: Neymar ficará para jogar Copa do Brasil? Ainda mais quando ficar mais claro do que já estava que para jogar contra o Santos é só marcar Neymar e pronto; durará muito o conto de fadas de renegar milhões de euros e pagar salários astrônomicos para um jogador que 20% do tempo está na seleção?
- Voltando as Olimpíadas...a Espanha tomou um sacode do Japão, na minha opinião caindo numa arrogância de estilo de jogo, daquela papagaiada de que no Barcelona as equipes de base jogam no mesmo esquema tático do time principal etc. Uma coisa é jogar naquele estilo de toques rápidos, mesmo na defesa, com segurança e tranquilidade, quando a média de idade do time é vinte e sete anos e tem-se puyol, busquets, xavi, iniesta e por aí vai. A outra é fazer isso com um bando de moleque de vinte anos. Cag*aram no pau umas quatro vezes e não tomaram uma goleada do Japão por sorte.
- Tenho gostado muito (mesmo) das partidas do Romarinho. O que mais me impressiona é que 80% das vezes ele faz a jogada correta - tanto na teoria quanto na execução, e essa jogada correta é bem variada no tipo. As vezes é um passe de primeira, as vezes é um drible, uma matada já saindo da marcação. Ele parece não ter grandes deficiências em nenhum fundamento. Inclusive na finalização; é o melhor finalizador dos atacantes depois que Liedson foi embora.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Em décimo

O blog andou parado nos últimos dias simplesmente porque não consegui assistir os dois últimos jogos. Pelo que li aqui e acolá, parece que contra a lusa o time pecou um pouco em concentração e força física (cansaço?), enquanto ontem já houve mais aplicação tática e pouco espaço pro Cruzeiro reverter. De qualquer jeito, o time caminha com certa firmeza em direção à primeira parte da tabela.
 
Depois do jogo contra o Bahia, teremos uma semana para treinar antes do jogo contra o Vasco, o que será ótimo, especialmente para descansar o grupo.
 
Tite está correto no discurso: foco sempre no próximo jogo. Já teremos complicações demais para evitar pensar no mundial em Dezembro; pensar em liderança ou título como primeiro objetivo estando na décima posição é contraprodutivo. Estabelecendo metas de curto prazo é provável que, se não faltar concentração, o time entre no terceiro terço do campeonato brigando pelas primeiras posições.

sábado, 21 de julho de 2012

Contra a lusinha

Poupando Danilo (e Alessandro), Tite ensaia entrar com o losango: ralf, edenilson pela direita, paulinho pela esquerda, e Douglas centralizado. Na frente, continuam Sheik e Romarinho. É uma variação tática interessante, especialmente porque Romarinho ganha um 'companheiro' de marcação pela direita e, ao menos em teoria, pode ficar mais solto - embora esse companheiro seja alguém com tão pouco cacoete de marcação quanto ele. É importante verificar se essa variação tática funciona na prática e adaptar. Um dos problemas do time é justamente a falta de variações.
 
No lugar do Alessandro, Welder. Na maratona de jogos quarta e domingo, a tendência é vermos essas coisas acontecerem mais - jogadores a ponto de estourar e reservas entrando. Esperamos que o nível caia tão pouco quanto caiu quarta.
 
A propósito, depois das Olimpíadas Ralf e Paulinho deverão ser presença constante nas convocações da seleção. São desfalques que preocupam e muito, e deverão comprometer o desempenho do time.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

...

- Quando JH estiver recuperado, deve retomar o lugar de Romarinho. Futebolisticamente, o time tende a piorar. Romarinho oferece melhores condições ofensivas pro time e ainda não está viciado em defender. Mas vendo o panorama geral, Tite acertaria ao tomar essa decisão, mesmo que o time sofra uns 2 ou 3 jogos e Romarinho recupere a posição. É a tal da "coerencibilidade" titeana. Não se mantém um grupo de jogadores mais ou menos unidos e focados por um bom tempo, com boas opçoes de banco, mantendo os jogadores assustados com a perspectiva de saírem por suspensão ou lesão e perderem suas vagas. A perda da posição de titular deve ser algo comprovado com uma boa sequência de jogos e oportunidades ao reserva. Se JH retornar, não produzir, e em 2 ou 3 jogos (+ treinos) Romarinho entrar e jogar mais, toma a vaga de vez (que é o que deve acontecer).
 
- jogo sábado a noite é fueda. Tenho alvará para assistir todo jogo, mas esse até eu tenho vergonha de pedir para ver...
 
- no blog do Dr. Osmar, a tal da mudança de jogo do Corinthians para competir com a seleção. As reações aqui e ali são engraçadas - time da mídia, globo manipuladora, entre outras. Quando da competição para transmissão das Olimpíadas, muita gente gostou da Record ter ganhado, sabe-se lá a que preço e com dinheiro de quem. Parece que a globo não tem direito de usar suas armas na briga pela audiência...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Papai Joel 0 x 3 Corinthians

Foi um jogo entre um time e um catado.
 
A diferença tática, técnica e emocional era tamanha que, mesmo se os gols não tivessem saído do jeito que saíram, poder-se-ia chamar de um massacre. Aos 23 min do primeiro tempo, o Flamengo formou sua primeira jogada de perigo - uma bola cruzada que acabou sendo tirada por Danilo. Até então, o Corinthians já tinha chegado umas cinco vezes com algum perigo. Os 2 gols saíram de um Douglas ligado no jogo (e visivelmente mais magro), que já tinha enfiado 2 boas bolas. O ataque com Sheik e Romarinho tem uma movimentação muito interessante, pois os 2 são incisivos, buscam a diagonal em direção ao gol adversário. O terceiro gol foi uma belíssima troca de passes, com uma finalização ainda mais bela de Danilo. No mais, pouco a se falar sobre o jogo de forma geral.
 
- Outro ótimo desempenho de Romarinho. O garoto parece desempenhar todas as funções importantes bem: recebe de costas, dribla, passa e finaliza. Tite já está "adestrando" ele à marcação, o que é preocupante, mas por outro lado compreensível. Ontem, ao menos, foi mais exigido nessa função quando já estava 2 x 0, o que nos dá um alento de que Tite pode estar gostando dessa ofensividade maior.
- A diferença de padrão tático do time esse ano em relação ao ano passado é gritante. Peças vão chegar, vai haver desfalques, e é possível que haja flutuações. Mas o padrão tático está claramente definido.
- Exceção feitas a jogos contra Flu, Vasco e Inter (se completo; se for o Inter desfalcado do jogo do Galo ontem é outra baba) e os clássicos, deveria ser todo o jogo, mesmo fora de casa, a facilidade que foi ontem. O campeonato brasileiro é fraco, a despeito do que os jornalistas afirmam. A diferença de técnica e padrão tático de um time como Corinthians e times como o Flamengo, com uma escalação tosca, um técnico fanfarrão e sem nenhum padrão tático é abissal.
- O óbvio é que Douglas ganhou muitos pontos. Mesmo que não tivesse feito os gols do modo que fez, seus primeiros 20min de jogo já davam mostras de que pode contribuir. Mas é cedo. O padrão tático titeano exige os 10 quase 100% concentrados a maioria do tempo. Douglas tem de mostrar que ontem foi a regra, não a exceção. Alex funcionava melhor taticamente. O contrapeso disso é que Tite não vai deixar 3 (Sheik, Douglas e Romarinho) com pouca aplicação tática, e deve exigir do Romarinho um posicionamento mais a Jorge Henrique, o que ofensivamente é ruim. Por isso que Douglas deverá compensar bastante essa modificação jogando muito.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Alex (e mais sobre o Martinez)

Antes, falando mais sobre o Martinez.
 
Nos jogos que vi do Velez, fica difícil estabelecer qual era a real função dele, pois nos 3 jogos o time argentino jogou com escalações bem diferentes - em especial nos 2 jogos contra o Santos, quando estava muito desfalcado. Todos dão conta de que é um segundo atacante, rápido, que cai pelos lados, e de fato pareceu jogar assim nos jogos que vi. Mas tem características um pouco diferentes de Sheik, por exemplo. Embora possa dar arrancadas em velocidade (como imagens da internet mostram num golaço que fez contra o Racing), normalmente carrega a bola com uma certa tranquilidade, mostrando domínio de bola e capacidade para enxergar o jogo. Parece-me mais um meia aberto no 451 do Mano de 2009, com espaço para fechar pelo meio, do que um extremo do Tite, com pouca liberdade para sair da linha lateral do campo. Por isso que acho até que, a princípio, ele pode compor o meio, se tiver disciplina tática para isso - até porque é destro. Mesmo "disputando" posição com Sheik e Romarinho, tem características diferentes, o que pode dar ao Tite opções táticas.
 
Venda do Alex. Seria interessante se ele não saísse, mas a sua saída é longe de ser uma catástrofe. No plano técnico, ainda não atingiu o que esperava-se dele. Correspondeu mais pelo vontade e pela contribuição nas bolas paradas (nos cruzamentos; nas faltas batidas direto pro gol o aproveitamento é ruim) do que propriamente pela bola rolando. Perde bolas e, diferentemente do Danilo, sua lentidão com a bola no pé não é compensada por passes tão precisos e decisivos. Ainda assim, é mais um em um time encaixado e sua saída trará problemas. Mas dada a situação, não dava para segurar. O time árabe ofereceu um caminhão de dinheiro ao jogador. Para o Corinthians, é a retomada do investimento ano passado acréscimo por um jogador de 30 anos, e a liberação de 400 mil na folha. Para segurar o jogador seria necessário torná-lo o maior salário do elenco com alguma sobra. Confrontando-se desempenho técnico e situação financeira, acho que manter o Alex seria um esforço exagerado.
 
Se não contratar ninguém, a primeira opção é Douglas. Para ele, é a última chance, aquele "vai ou racha". Com sequência de jogo, não terá mais desculpas se não render. Uma outra opção é a mudança de esquema tático; acho que Martinez é uma opção para compor o meio. Uma terceira opção é um losango, com ralf, paulinho edenilson e danilo. De qualquer jeito, a diretoria teria até o final do ano para observar e ver se precisa alguém para a posição.
 
obs: agora no almoço na Band cogitaram a vinda do Nenê do PSG.

Segunda de frio

Acabei não tendo tempo de postar algo sobre o jogo. Então vão alguns comentários aleatórios:
 
- até a chegada dos reforços, a análise tática fica facilitada. O time, diferentemente do brasileiro do ano passado, já tem padrão tático definido. Sem Elton e voltando Sheik volta-se ao suposto 442 com dois atacantes bem abertos e Danilo e Alex se revezando no meio.
 
- Romarinho já tinha sido a ressalva do jogo contra o Botafogo. Gostei muito da sua atuação sábado. Não fez nada brilhantemente, mas mostrou ser o segundo atacante do elenco (tirando o Sheik) com mais capacidade ofensiva: faz tudo razoavelmente bem. Recebe de costas, dribla, passa e arremata. Há de se esperar uma sequência, mas nesse esquema com 2 atacantes que conseguem ser agudos, como Sheik e Romarinho, pode render muito bem (se Tite não encher o saco do garoto para marcar mais do que precisa).
 
- a produção ofensiva com Sheik é completamente outra.
 
- Guerrero e Martinez: o primeiro não conheço. O segundo já tinha chamado a atenção nos 3 jogos do Velez que assisti esse ano. No jogo contra o Santos na Argentina tinha até mandado um sms a um amigo "esse cara caíria bem no timão". Pode até fazer a função de meia carregador de bola, estilo Montillo, coisa que caíria bem no time.
 
- Essencial trazer um reserva pro Ralf. Pro Paulinho tem o Edenilson. Pro Fabio Santos estão apostando (com razão) em Denner. Está na hora de, em algumas funções, deixar a reserva para garotos promissores entrarem no time aos poucos.
 
- alguém acredita que o galo manterá o gás?

sábado, 14 de julho de 2012

Para espantar o marasmo

Acho que o Corinthians ainda demora para engrenar no brasileirão – se é que será possível engrenar. Demorará porque ainda há definições a serem efetuadas de quem fica e quem sai, há a retomada da alta concentração (depois de cinco meses disputando uma competição que exige máximo de foco), há a chegada de reforços. O problema é que, só interessando o título, quando o time conseguir voltar a jogar em alto nível, a diferença pros líderes pode ser tamanha que impedirá uma retomada efetiva.

Entendo que haja dois motivos principais para clubes que conquistaram libertadores e copa-br no primeiro semestre relaxem no segundo. O primeiro, chamado de “relaxamento natural”, embora seja um clichê, é parte da natureza humana. Durante metade do ano todo o foco e concentração foram direcionados para um objetivo que, felizmente, foi conquistado. Quem já passou por situações semelhantes – passou numa prova difícil, conquistou uma grande promoção – sabe que isso acontece.  Junte-se a isso a reformulação do elenco e pronto, está feita a salada. Os times que chegam às finais dessas competições sofrem mais com o descasamento de calendários europeu e brasileiro. Os times eliminados mais cedo conseguem pensar suas reformulações antes; Palmeiras e Corinthians estão começando suas reformulações na oitava rodada; terão condições de estar com elenco fechado e rodando a partir da décima segunda. Contra essas circunstâncias, pouco pode ser feito para evitar essa “relaxada”.

O segundo motivo é a mentalidade. O campeão da Copa BR já tem vaga na libertadores conquistada; o da libertadores alcançou o topo do mundo (na visão da maioria) – o resto parece pequeno perto dos louros da vitória. Essa razão para cag* e andar no brasileiro dá para mudar – e acho que, pelo menos para o Corinthians, será mudada (louve-se a postura do Vasco ano passado). Há razões muito lógicas para jogar a sério o brasileiro. O primeiro é que uma competição importante (e legal) para cacete. Depois porque é longa – enrolar o torcedor por cinco meses será complicado. A decorrência disso é o risco de perda de receita – se o time estiver enrolando, o público cairá bastante. O espaço na mídia também cai. Além de tudo, tem o fato de que a melhor forma de se preparar para o mundial é estar com o time afinado e concentrado – e isso se consegue jogando, disputando uma competição. Os fracassos retumbantes de Inter 2010 e Santos ano passado nos mundiais comprovam isso (e mesmo as vitórias de São Paulo e Inter em 2005 e 2006 não são argumentos contra, pois foram vitórias que contaram com uma conjunção muito específica de circunstâncias).

A diferença entre teoria e prática é grande. No discurso, a diretoria vem acertando, pregando que a libertadores “já passou” e que agora temos o brasileiro. Se vai dar certo, só vendo...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Palmeiras, Felipão, Assunção

A propósito do título palmeirense...
 
Não falaremos da óbvia fraca qualidade técnica do torneio - além de ser um assunto batido, pareceria despeito pelo título do rival. Parabéns a eles e pronto. Engraçado é que no ano mais feliz dos últimos 13 anos palmeirenses estejamos comemorando um título da competição mais importante que eles já ganharam ehehe.
 
Mesmo com a baixa qualidade técnica, o time de Felipão passou por todos seus adversários com bastante facilidade. Mesmo nos 2 anos de vacas magras de Felipão no Palmeiras, nunca deixei de considerá-lo um bom técnico - pelo menos um técnico que sabe fazer uma coisa muito bem: montar times encardidos para jogar mata-matas. Com um elenco claramente limitadíssimo, chega a um título duma competição em que times com mais elenco (como São Paulo e Grêmio) e técnicos não menos badalados ficaram para trás. O Palmeiras lutarará para não cair no brasileiro; ainda assim um jogo contra eles é sempre um jogo difícil.
 
Uma questão interessante futebolisticamente falando: Marcos Assunção, o melhor batedor de faltas do futebol brasileiro desde Marcelinho, seria jogador para times de alto nível?
 
O nível dele nas bolas paradas é espetacular. Com a bola rolando, é um jogador mediano, com a desvantagem de não poder corresponder fisicamente. Na minha opinião, não jogaria em um time que buscasse jogar em alto nível - como Fluminense, Inter e Corinthians, por ex. Seria preciso montar todo um esquema de meio-campo para que ele pudesse jogar. Funciona em um time limitado que faz 50% dos seus gols pelos pés dele. Em um time mais competitivo, o trade-off seria negativo. Lembro do Estudiantes de Veron, que jogava em posição parecida. Mas Veron era bem mais interessante com a bola rolando, além de toda a sua experiência de comandar o time.
 
Em tempo: o que estaríamos ouvindo hoje na imprensa se fosse o Corinthians a ser campeão com essa arbitragem - penalty duvidoso marcado e outro escandaloso não marcado a favor do Coritiba no primeiro jogo, e no segundo jogo gol de falta que não foi?

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Corinthians 1 x 3 Botafogo

Foi o jogo de um time sonolento, ainda de ressaca, contra um time que veio jogar um jogo fora de casa no Brasileirão contra um adversário forte (ao menos em teoria).
No quesito vontade, Romarinho e Alessandro destoaram do resto; no quesito técnica, tava tudo no mesmo marasmo. Até o gol, o jogo estava paradão, com o Botafogo chegando um pouco mais. Depois do gol, o time até ameaçou alguma organização e criou 2 ou 3 boas chances. No segundo tempo, no entanto, o marasmo chegou com toda a sua força e o limitadíssimo time Botafoguense fez o que quis. Pouco a se avaliar além da claríssima sonolência do time. Vejamos pelo lado positivo: se a comissão técnica usar o resultado para falar "bom, somos campeões, comemoramos, agora essa é a realidade pelos próximos seis meses, acorda p*tada", pode dar resultado. Outra coisa é mostrar que essa de "vende depois a gente repõe" não funciona muito bem não e pode dar um incentivo à diretoria para manter jogadores.
- E o Elton, hein? Parece um paredão de tênis: bate e volta...
- Que juizinho ruim esse Heber. É vergonhoso que juízes tão fracos assim gozem de tanto prestígio no cenário nacional.
- vai levar algum tempo para acertar o lado esquerdo da defesa sem Castan. Ontem 2 gols e mais umas 3 oportunidades do Botafogo saíram por lá.
- Para mim a coisa mais irritante no futebol é simulação; é muita "brasileirice" pro meu gosto. Ontem uns 9 jogadores do Botafogo caíram no chão e esperaram a maca; o Cidinho caiu, levantou para ver o fim do lance e quando a bola saiu, caiu de novo. Ronaldo gordo já falava: precisaria se criar uma regra para quando o jogador saíssse de maca, ficasse uns 5 minutos fora antes de voltar. Não vão criar essa regra porque na Europa eles simulam muito menos. Deixei os índios aqui da América do Sul jogarem esse joguinho tosco que jogam por aqui...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Paulinho e Oscar

As ofertas para Paulinho e Oscar são exemplificativas de que não se deve vender volantes, laterais e zagueiros - a não ser que venha uma proposta estratosférica.
As diferenças entre os 2 que indicam que o preço de Oscar deveria mesmo ser maior são duas: ele é mais novo e joga mais a frente do que Paulinho.
Pró-Paulinho tem o fato indubitável de que já provou bem mais que Oscar; é um dos principais (se não for o principal) jogador do clube campeão brasileiro e da libertadores. Vem jogando em alto nível há pelo menos um ano e meio, enquanto Oscar joga há uns 6 meses.
Ainda assim, a oferta do Chelsea para o Inter é de 20 milhões de Euros; a da Inter de Milão para Paulinho é de 8,5 milhões. É mais do que o dobro.
Essa diferença é paradigmática até pela diferença pequena em posicionamento em campo. Paulinho é um segundo volante que chega muito ao ataque; Oscar é um meia. Essa pequena diferença de posicionamento é a principal razão da diferença de ofertas.
Por isso que de volantes para trás tem de fazer o máximo esforço para não vender. Paulinho merece um salário de 400 mil (digamos) e as fontes dão conta que nessas condições ele ficaria. Nesse caso, difícil é convencer os investidores. Vale a pena até comprar parte dos direitos pelo valor da oferta. A sorte que o Corinthians tem dado após a venda de Elias e Jucilei, de logo surgir alguém bom para ocupar o lugar, dificilmente se manterá. E a opção seria trazer alguém de fora, para se adaptar, gastando os tubos com transferência e salário.
Quanto a meias e atacantes...se o cabra recebe uma proposta de 20 milhões de euros e salários de 400 mil euros ou mais, não tem o que fazer. Vende e pronto. Talvez daqui a alguns anos a situação mude; por enquanto é isso.

terça-feira, 10 de julho de 2012

4 de Julho de 2012

Como não pude estar no Paca quarta passada, pedi ao amigo Luiz Paulo, que lá esteve, para descrever um pouco da sensação e do jogo visto de dentro do estádio.

* * * *

A pedido do dono do blog vou tentar colocar em palavras um pouco do que vivi no dia 4 de julho de 2012. Desde o começo do dia tentei me policiar para nao ficar excessivamente ansioso. Nos jogos com Vasco e principalmente Santos acho q passei um pouco do ponto e queria evitar o estado de quase colapso nervoso q estava durante aquela semifinal. Sendo assim, mais um dia de trabalho seguia normalmente até as 5 da tarde. Programei meu dia para acabar umas 2 horas mais cedo e como moro perto do Pacaembu ia dar uma relaxada em casa antes de ir para o jogo. Meu planejamento começou a mudar quando resolvi passar na frente "só para dar uma olhada" como estavam as coisas. O clima q senti ali foi algo q nunca tinha visto igual. Faltando 5 horas para o jogo, as ruas estavam tomadas, o pessoal ja entoando os cantos com todo o pulmão. Era so subir o som do carro q ja havia a identificação na base do "Vai Curintia". Vendo aquilo fiquei pensando q parte daquele dia historico era viver todo esse clima. Passei em casa, vesti o manto e tentei explicar para o meu filho de 2 anos a importancia do q estava para acontecer. Obviamente ele nao entendeu, mas qdo eu mostrar o video da nossa conversa daqui uns 10 anos acho q ele vai conseguir ter uma ideia. Ja eram 6 e pouco e tranquilamente fui ate a Vila Boim. Na rua so se viam camisas do Timao, todos com uma confianca extrema estampada na cara. A essa altura o caracteristico som do rush paulistano ja fora trocado por rojoes pipocando no ceu e pequenos grupos cantando. A rua da praca Vila Boim estava tomada, parecia o pos Copa de 2002, so q antes do jogo comecar. Mal passava um carro. Ja no Bar da Praca virando alguns chopps para tentar relaxar, eu via a galera chegando, se abracando, na certeza de q daquele dia nao passaria.
19.30 ja dentro do Pacaembu quase cheio e o tempo nao passando. Teve ai uma cena interessante. Os goleiros adversarios qdo entraram para aquecer me pareceram um pouco surpreendidos pelo q encontraram. Desde a entrada dos times no gramado senti um clima muito diferente do q havia sido contra o santos. Ao inves daquela apreensao e tensao, O q se via era confianca.
A impressao é q cada torcedor q estava la sabia q estava representando um sem numero de torcedores q ficou sem ingressos. Passados mosaicos, fogos ensurdecedores e toda festa, a hora havia chegado. O jogo em si no primeiro tempo pareceu mais do mesmo. O Boca num falso dominio e o Corinthians tendo algumas chances mais agudas. No intervalo a conversa era q assim como no br11 os principais gols foram no portao principal, na Libertadores todos aconteciam no gol do toboga, bem ali na nossa frente. Veio o segundo tempo e o primeiro gol foi o auge, acredito q muita gente nao tenha visto direito gracas as faixas q subiram segundos antes. Durante os 15 minutos entre os dois gols pareceu q o tempo estava congelado. Gritavamos sem parar e qdo perguntavamos, 2 minutos haviam passado. Depois do segundo gol tudo pareceu muito rapido. O tempo q insistia em nao passar até entao acelerou. Timidamente começava a sair aquele grito q até algum tempo atrás parecia impossível: "É CAMPEÃO", o Sheik sacaneando os argentinos só foi a cereja do bolo, indicando q era só questão de tempo para o bando de loucos poder se libertar de vez de tudo o q envolveu esse torneio.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Qual é o próximo?

Final dos anos 50, anos 60, anos 70...um entre os times mais importantes de São Paulo não ganha um título e, por isso, é motivo de chacotas. Apesar disso, sua torcida cresceu como nunca, ganhando o apelido de "fiel". Até que, no fatídico 77, o título. Depois disso, outro em 79, o bi em 82 e 83, e a retomada do caminho que o levaria ao que é hoje: o maior campeão estadual paulista de todos os tempos.
 
Até pelo menos o começo dos anos 80, os estaduais eram os campeonatos mais importantes. As diretorias montavam times para disputar o estadual; o resto era o resto. Mas o recém formulado campeonato brasileiro ganhava força e, em meados da década de 80, enquanto seus rivais São Paulo e Palmeiras já tinham sido campeões, o Corinthians não. O estadual, que sempre foi o mais importante, caminhou lentamente para ser chamado, nos dias de hoje, de "paulistinha". Então o Corinthians começava a ser chamado de "time local", pois não havia ganhado, nesses novos formatos, um torneio de âmbito nacional. Até que, em 90, Neto e cia. ganharam o primeiro, sendimento o caminho que o levaria o que é hoje: o maior campeão nacional, com 8 títulos (5 brasileiros e 3 copas do Brasil - por óbvio, ignorados os torneios ganhados por fax do Palmeiras).
 
Em 92 e 93, o São Paulo foi bicampeão da libertadores e da copa intercontinental toyota. A libertadores havia recentemente começado a ser transmitida pela Globo; o Brasil vivia um período de abertura comercial (Collor), acelerava-se a globalização, os brasileiros acompanhavam mais de perto o futebol europeu. Ver um clube brasileiro jogar contra (e ganhar) de Barcelona e Milan criou uma sensação: a competição que, até então, era solenemente ignorada, passou a ser valorizada. Grêmio e Cruzeiro tornaram-se bicampeões, Vasco e Palmeiras ganharam a sua primeira. Pronto; agora havia mais um motivo para sacanear o Corinthians - nunca tinha ganhado uma libertadores! Era o time sem passaporte...Nem o mundial de 2000 mudou o panorama, pois para uma boa parte, era "torneio de verão", entre outras coisas.
 
13 anos depois de seu maior rival ter ganhado essa competição, o Corinthians conquista a sua primeira libertadores de forma brilhante - brilhantismo com o qual nenhum outro clube brasileiro jamais havia ganhado. No extra-campo, o agigantamento do time é evidente: já é o maior arrecadador do futebol brasileiro, está construindo seu estádio (que, aliás, será sede da abertura de uma Copa do Mundo) e sua gestão se profissionalizou de forma impressionante. O panomrama que se abre à nossa frente é o do time disputar pelo menos 80% das próximas libertadores que virão, certamente conquistando mais algumas edições.
 
Agora nós, corinthiamos, perguntamos: qual é a próximo desafio que nos lançarão? Podem mandar...mais cedo ou mais tarde, será conquistado. Como 2 mais 2 são 4.
 
Fica a piada: agora somos o único do trio de ferro que já conquistou todos os títulos importantes nacionais e internacionais - brasileiro, copa do brasil, libertadores e mundial. Ao Palmeiras, falta o mundial; ao São Paulo, falta a copa do brasil.

domingo, 8 de julho de 2012

Sport 1 x 1 Corinthians B (para não dizer que não falei das flores...)

- Difícil saber o que é pior: a atuação corinthiana no primeiro tempo ou a qualidade desse árbitro Péricles Bassols.
- No segundo tempo, Corinthians consegue ficar um pouco com a bola, e na jogada melhor trabalhada, 1 x 0.
- E o Jacaré, hein? Tem aquela máxima que goleiro tem de pegar as bolas fáceis; tomou uma bola lenta por baixo dele e já tinha armado uma presepada no primeiro tempo, a despeito de umas 3 ou 4 boas defesas.
- As condições físicas de Liedson são, na melhor das hipóteses, duvidosas. Hoje recebeu uma bola que é o sonho de qualquer atacante; há poucos metros da área, no mano a mano. Em vez de tentar encarar o zagueiro, arriscou um chute de esquerda de longe e com ângulo esquisito; a falta de confiança e a noção de que fisicamente não consegue mais certos movimentos já se instalaram. Daqui para frente é disso para pior. Apesar disso, ainda pode ser útil. Ainda é uma opção bem mais interessante do que Elton, por exemplo. O problema é que custa 400 mil por mês; vale a pena renovar? Colocando o sentimentalismo de lado, sinto que não. Se aceitasse uma redução de salário, valeria a pena mantê-lo no elenco por mais um ano. Se os boatos de prazo de contrato e valor forem verdade, a diretoria não tem outra opção a não ser deixá-lo buscar novos ares.

O jeito de jogar a libertadores

Muita gente comentava, não sem certa razão, de que o Corinthians não sabia jogar a Libertadores. Se perdia, se descontrolava emocionalmente.
 
Em 96, o time que tinha vencido 2 vezes o Grêmio na final na Copa do Brasil no ano anterior tomou de 3 a zero em casa do mesmo Grêmio, num jogo daqueles típicos entre um time copeiro e um time mais técnico mas bem mais ingênuo.
 
Em 1999 e 2000, foi eliminado pelo arqui-rival que, novamente, era inferior tecnicamente. No primeiro jogo de 99, contra o mesmo Felipão, um jogo muito parecido com o primeiro de 96 - atacou mais, era melhor, mas perdeu para um time mais eficiente. Em 2000 a diferença técnica era ainda maior; mas no primeiro jogo, onde foi amplamente superior, conseguiu a façanha de tomar 3 gols e ganhar da diferença mínima. No segundo jogo, teve o confronto duas vezes na mão, mas se descontrolou e deixou o adversário reviver, para ser novamente eliminado nos penalties.
 
Em 2003, um time técnico, que tinha como base o ótimo time de 2002, foi eliminado de forma idiota. Ganhava de forma tranquila o primeiro jogo na Argentina contra o River até os 35 min do segundo tempo. Deixou virar, e no jogo em casa o descontrole emocional ficou claríssimo com o fatídico "pega! pega!" que ficou famoso.
 
Em 2006 talvez a maior expressão do que faltava para ser campeão: um time com Tevez, Mascherano, Nilmar, Ricardinho, Roger; mas sem defesa, com um técnico novato. Virou o segundo tempo do segundo jogo classificado, até o gol contra de Coelho, quando o emocional (do time e da torcida) veio abaixo e não teve forças para segurar um mediano River.
 
Em 2009, foi detalhe, mas um detalhe importante. Um jogo controlado no RJ, com um maracanã enlamaçado, até que um reserva mal-contratado entrega a rapadura. O tipo de detalhe que um time copeiro, pronto para ser campeão, não pode cometer.
 
Aí, 2012, Tite, esse time aí. Podemos falar de tática; que o time não sabe atacar, o time do 1 x 0, que não há opções táticas, que não joga bonito. Podemos falar várias coisas. Mas foi o primeiro time realmente copeiro do Corinthians a jogar a libertadores do jeito que tem que se jogar. Nâo se joga do jeito que alguém acha que deveria; não se joga bonito, não se dá espetáculo. Mata-mata se joga com eficiência, com concentração, com malandragem, com sabedoria. E assim o foi. Um time com uma alta capacidade de concentração, que erra pouquíssimo e explora as falhas do adversários. Faltou técnica para esse time; Alex não jogou o que sabe, Liedson estava fisicamente comprometido, Douglas fora de forma, faltavam opções ofensivas. Ainda assim, uma defesa quase intransponível e alguns jogadores com capacidade de decidir quando era preciso. Exatamente o que é preciso em um time copeiro.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

E o tamanho do feito do Tite...

Sem análises pretensamente profundas; atenhamo-nos aos fatos frios. Já falamos sobre o tamanho da conquista em si; falemos agora do contexto do técnico.
 
Muricy assumiu o Santos no meio da libetadores 2011 (depois de ter deixado um Flu quase eliminado), arrumou a defesa e contou com Neymar decidindo jogo sim jogo também.
 
Celso Roth comandou o Inter 2010 em quatro jogos, assim como Autuori comandou o São Paulo 2005 em apenas 6, num time montado pelo Leão. Abel comandou o Inter 2006 de cabo a rabo, mas tiha assumido o time no mesmo ano (time montado um ano antes pelo Muricy).
 
Então que outro treinador montou um time, classificou para a Libertadoes e foi campeão? Felipão em 98/99 com o Palmeiras; mas se classificou ganhando a Copa-br, o 'caminho mais curto', e também uma competição estilo mata-mata (mostrando o que ele mostrou outras vezes - ser especialista em mata-mata). E quem fez a mesma coisa, mas sendo campeão brasileiro no ano anterior? Antonio Lopes, com o Vasco 97/98, que tinha Mauro Galvão, Juninho, Edmundo, Evair (na liberta, Luizão e Donizete pantera). E o brasileiro ainda não era pontos corridos com 38 jogos...
 
Então, recapitulando; Tite começou o ano anterior comandando o time. Foi moldando o grupo, ajudando na montagem do elenco. Foi campeão brasileiro de pontos corridos. Virou o ano, foi campeão da libertadores, invicto, contra grandes adversários.
 
Eu nunca gostei muito do Tite, mas na boa? Nunca antes na história desse país...

E aconteceu o inevitável

(foi ressaca...o texto abaixo deveria estar no blog desde ontem cedo; mas em vez de publicar deixei como rascunho!! agora vai...)

Um dia ganharíamos, tão certo quando dois mais dois são quatro. Foi ontem.

Não há muito a se falar sobre o jogo, taticamente. Esses jogos são assim; se um time não é muito superior ao outro (como não era), ganha-se errando menos, aproveitando as chances. O Corinthians foi quase perfeito para um jogo nervoso e importante como era ontem. Domou o monstro no primeiro tempo; sobrou no segundo. Para quem conhece esse time do Tite o roteiro transcorreu no melhor dos cenários. Não esteve ameaçado em nenhum momento, e coroou com chave de diamante uma campanha perfeita, para anti nenhum botar defeito.

Para comentar mais, tinha que estar no estádio, e eu não estava. Então deixa, vamos comemorar! Com calma, teremos muito tempo para falar: do Sheik monstruoso, do Tite, da melhor campanha da história da Libertadores, dos antis, dos novos argumentos que os antis acharão, do planejamento do elenco, de ir pro Japão, etc etc etc. Mas depois...hoje é só um forte e sonoro VAAAAAAIII CORINTHIANS!!!!!

O tamanho da conquista

Os rivais encheram tanto o nosso saco com a falta do título da Libertadores que os deuses do futebol devem ter pensado "eles vão demorar para ganhar mas, quando ganharem, vocês vão ver que beleza..."

Eu acompanho a libertadores há uns 20 anos; nesse tempo, não houve campanha tão fantástica quanto essa.

Invicto. E jogando 14 jogos, não os 8 do Boca, muito menos os ridículos 4 do Santos, quando a Libertadores, então recém-criada, era aínda um Ramon de Carranza.

Segunda melhor campanha da primeira fase. Nos mata-matas, não passou em nenhum por penalties, nenhum por critério de gols fora, nenhum nem mesmo por critério de saldo de gols. Nos 4 confrontos, o Corinthians passou pelo primeiro critério: somou mais pontos do que os adversários nos 2 jogos.

Na soma dos 8 jogos, o Corinthians teve apenas 10 minutos (os 10 minutos que separaram o gol do Roncaglia do gol do Romarinho na Bombonera) onde, se o confronto acabasse naquele momento, o time estaria fora. Em todos os outros 720 minutos o time esteve na frente ou empatado. E mesmo empatado, o único confronto em que o desenrolar dos últimos minutos davam dúvidas de que nos classificaríamos foi contra o Vasco. Contra Emelec e Boca, o jogo estava resolvido aos 20 min do segundo tempo. Contra o Santos, embora o resultado não fosse folgado, a superioridade em campo no segundo tempo do segundo jogo deixou qualquer analista frio com a sensação clara que dificilmente o Santos chegaria.

E os adversários? Tirando o Emelec - um confronto regular de oitavas de final - todos os outros foram casca grossa; o Campeão da Copa do Brasil e vice-campeão brasileiro; o então atual campeão da liberta e queridinho da mídia e, na final, o tão temido salve salve Boca Juniors.

Acho que uma frase polida e bem construida resume tudo: foi do car*lho!!!!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Expectativa!

Vaaaaaiiii! difícil controlar a ansiedade até o jogo...

eu tinha escrito um texto com uma pretensa análise tática, mas deixa para lá. Esses jogos são meio imprevisíveis, ganha-se pelo emocional, quem errar menos. Acho que temos que ter paciência, forçar no físico, que é nossa vantagem. Jogar de forma segura, como contra o Vasco. Emocionalmente o time tem de ser comportar bem, ter tranquilidade, tocar a bola, marcar forte, cansar o Boca. Aliás, preocupa-me um pouco a tensão da torcida; contra o Santos, pareceu sentir mais o gol do que o time, que respondeu bem. Temos 120 minutos para decidir contra um time que se cansará, embora uma prorrogação certamente cause alguns enfartes.

Não tem muito a se dizer, a não ser...Vaaiii Corinthians!!

domingo, 1 de julho de 2012

Futebol é business

Em 2009, após os títulos da Copa-br, a diretoria vendeu Douglas, Cristian e André Santos, desmontando a espinha dorsal dum time vencedor. O então diretor Mario Gobbi saiu-se com a frase "futebol é business", que foi ridicularizada por torcedores e mídia. Na época, concordei com a diretoria no sentido de que, muitas vezes, pouco se pode fazer quando chega uma boa proposta: jogador está louco para ir ganhar o quintúplo, empresário louco para ganhar a comissão, investidores loucos para realizarem o lucro etc. Poder-se-ia fazer um esforço financeiro tremendo para manter, mas nem sempre há grana e, as vezes, não há interesse.
3 anos depois, acho que o panorama mudou, e times como o Corinthians, raríssimas exceções feitas, não deveriam vender jogadores que encaixaram bem dos volantes para trás. Digo dos volantes para trás porque as propostas financeiras são sempre desproporcionais à importância para o time. A importância de ter um Lucas no elenco do São Paulo não é muito maior do que ter um Ralf como volante (na hipótese mais benévola; na mais realista, ter o Ralf contribui mais); ainda assim, a proposta mais alta que poderia vir para o Ralf seria uns 6 milhões de euros com 300 mil reais de salário; já para o Lucas é capaz de alguém chegar oferecendo 16, 17 milhões de euros e 600 mil de salário.
Voltando...o tema vem à tona agora com o que parece ser a já consumada venda do Castan. A diretoria deveria tentar mantê-lo, mas como tudo nesses negócios as coisas são mais complexas do que parecem a princípio. A oferta parece ser de 5 milhões de Euros (o que dá uns 13 milhões de reais) e salários de cerca de 325 mil reais mensais.
Se o jogador quer ir, é difícil segurar (diria que até não recomendável). Existe aquela história do sonho de todo mundo ir jogar na Europa - é status, um certo rótulo de "sou bem sucedido"; mas como tudo na vida aposto que a questão financeira fala mais alto. Jogar na Europa, anos atrás, significa um salto triplo carpado financeiro, ganhar muito mais do que se ganhava aqui. Hoje essas diferenças são menores. E ir para a Europa é sempre trocar uma vaga de titular garantido num grande clube brasileiro, na sua casa, perto da família, adaptado, para brigar por vaga em lugar desconhecido, frio, longe de casa. Se a grana é muito boa, cobre todos esses problemas; se a diferença é pequena...Os 325 mil do Castan lá, consideradas as diferenças fiscais, equivalem a uns 270 mil aqui. Claro, não dá para dar um salário desse pro cara do nada porque ele recebeu uma proposta; há problemas no elenco a se gerenciar, em especial para um clube que quer manter um elenco por muito tempo, com peças de reposição etc. Mas uma renovação de contrato, aumentando para uns 200 mil, e dando umas luvas parceladas (lembrando que na transferência ele ia levar quase 2 milhões de reais), acho que dá para segurar. Ninguém quer mudar de um bom emprego por pouca diferença financeira; você muda porque está insatisfeito ou porque vai ganhar bem mais. E se bem assessorado, um jogador do Corinthians que olhe para o panorama futuro sabe que pode ter tanta exposição por aqui quanto teria num clube de segunda linha na Europa.
Talvez a maior dificuldade sejam os investidores, dado que em alguns desses jogadores (Castan é um deles) o Corinthians tem um % muito pequeno dos direitos. Ainda acho que vale a pena tentar algo como comprar um % desses direitos pelo mesmo valor proposto pelo clube europeu - digamos, 30% dos direitos por 1,5 milhão de euro - para manter o investidor mais ou menos satisfeito e combinar que, se chegar, futuramente, uma proposta de uns 8 milhões de euros, vende-se o jogador. Castan tem uma convocação quase certa para a seleção após a Olimpíada, é novo, tem tudo para crescer. É um investimento viável.
Noves fora: acho que a mentalidade tem de ser essa - fazer esforços para manter. Nem sempre é viável, as vezes é quase impossível, mas tem de se tentar. Se chegar uma proposta muito acima (digamos, 10 milhões de euros e 500 mil de salário), aí não tem jeito...

ERRATA: jornais dão conta de que os direitos econômicos do Castan pertecem 100% ao Corinthians. Assim sendo, menos um motivo para vender. A avaliar a proposta financeira de salários ao jogador; pelo valor ao clube, é pouco para o melhor zagueiro pela esquerda jogando no Brasil e que encaixou tão bem.