terça-feira, 18 de março de 2014

Os Deuses do Futebol...

Algumas coisas sobre a ‘polêmica’ da entregada:

- Que o Corinthians não se classificou porque fez um começo de campeonato muito ruim, não é preciso ser gênio para saber. Isso não tem nada a ver com a entregada
- Dizer “o Corinthians não fez a sua parte” como uma espécie de desculpa para falar da entregada é só cretinice. No limite, só existem entregadas pq times não fazem “a sua parte”. Se o outro time ganhasse mais pontos, sempre poderia ser campeão independente de quem entregasse o quê.
- Só para demonstrar o duplo padrão moral dos jornalistas esportivos quando se trata de Corinthians: na mesma rodada do fatídico jogo contra o Flamengo, em 2009, o SP tomou uma piaba do Goiás e o P?almeiras, uma rodada antes, tinha tomado uma piaba do Grêmio. Se o Corinthians tivesse entregado, teria sido desculpável, pq, afinal, seus rivais não fizeram a sua parte? O Flamengo foi o campeão dos pontos corridos com menos pontos feitos. Se em algum momento alguém não fez a sua parte, foi nesse campeonato. Mas não: a “história” conta que essa foi a primeira entregada, e até domingo eu nunca tinha ouvido a tese do “ah, mas o time rival também não fez sua parte...”

- O problema da entregada (como se fosse preciso explicar) é que desnívela a concorrência para times na mesma disputa: o São Paulo que o Corinthians enfrentou uma semana atrás, em termos de motivação e entrega,  é completamente diferente do São Paulo que o Ituano enfrentou domingo.
- De novo sobre “fazer sua parte”: o que é mais esperado num campeonato paulista? O Corinthians ir enfrentar o segundo melhor time do interior fora de casa (onde esse time enfiou 4 no Santos), embaixo dum sol de 40 graus, com gramado ruim, e não conseguir vencer, ou o Ituano vir no Morumbi e ganhar do São Paulo? Só é preciso desenhar para quem faz questão de não querer entender.
- Duplo padrão moral parte 2: em 2009, um Corinthians remelento, de férias, que fazia jogos sofríveis e tinha tomado até de 3 do Goiás em casa, pegou um Flamengo embalado num jogo sem mando de campo e perdeu. A imprensa esportiva em massa viu nisso sinal de entregada. O São Paulo pega o Ituano em casa e perde. Insinuar que haja entregada como Mano fez foi visto como sinal de “arrumar desculpa”. Então tá.
- “ah, mas o Felipe...”. Sim, aos 43 do segundo tempo daquele jogo de 2009, 1 x 0 para o Flamengo, Corinthians com um a menos, o juiz (que foi tendencioso o jogo todo) arruma um penalty pro Flamengo. Felipe nem pula na bola. Realmente, prova inequívoca de entrega.
- Alguém ouviu um piu sobre o penalty escandoloso não marcado pelo juiz?

- Então ficamos assim: se um time não jogar muito, não for amplamente superior que todos os seus adversários, então ele pode ser roubado pelo juiz e sacaneado por um rival entregando o jogo, pq, no fundo no fundo, a culpa é dele, pq não fez sua parte. Claro que isso só vale para o Corinthians.

domingo, 16 de março de 2014

Eliminado

Jogo: Mano apostou em segurar o jogo no primeiro tempo para sair para jogar no segundo. Jogar lá é complicado: deixam o gramado alto para a bola rolar pouco, tem um sol para cada um. No geral, jogamos mal, mas como Mano bem pontuou, se tem um jogo no interior que é difícil é esse em Penapolis (vide 4 x 1 no Santos). Precisávamos de 1 gol que não fizemos, mas que teria saído no penalty claríssimo não marcado.

Time: não podemos esquecer que fomos eliminados pelas 4 derrotas e 2 empates consecutivos, entrelaçadas por uma invasão de CT e uma reformulação apressada de elenco. Nos últimos 6 jogos o aproveitamento é de de 70%. O time está evoluindo aos poucos. Noves fora não é motivo de desespero.

São Paulo: claramente entregou. A diferença entre um jogo entregue e outro não é clara, só não vê quem não quer. Sempre nessas situações lembram do mito de 2009, contra o Flamengo, o que se tornou a maior mentira consolidada como verdade dos últimos tempos. Vamos ver quantas entregadas ridículas vão ser justificadas ao longo da história do futebol por conta dessa vez. Só sei que torcedor corinthiano indo pro estádio comemorar derrota, isso eu acho que não vou ver.


FPF: a campanha contra o Corinthians ficou evidente ao longo do campeonato. A arbitragem quase sempre esteve de má vontade. Há erros e erros, não dar aquele penalty por ex é uma bizarrice sem tamanho. Como o lance é a eleição da CBF e Marco Polo ganhará, é de se preocupar para o brasileiro. Muito. 

domingo, 9 de março de 2014

Corinthians 2 x 3 São Paulo

Do fim para o começo: o São Paulo foi superior durante 70% do jogo. É um time mais pronto, e um fator resume isso: não há nenhum jogador do elenco bambístico que, estando de fora, faz o rendimento do time cair tanto quanto Jadson fez para o Corinthians. A missão de Mano (e do time como um todo) para esse jogo era fazer o time render sem Jadson – não conseguiu, embora seja compreensível o porquê. Voltemos a isso depois.

Eu teria entrado com Danilo e não RA. Jadson não fez tanta falta só pq fez golaços e deu boas assistências nos últimos jogos. É pq é o jogador que mais toca na bola nessa formação; organiza o ataque e também ajuda o Uendel a desafogar a saída ali pela esquerda. Quem entrasse no lugar dele, mantida a formação, deveria tentar participar tanto do jogo quanto ele. Danilo estaria mais pronto para isso do que RA, sem ritmo de jogo e fisicamente frágil. Também tive dúvidas se Luciano iria sentir o clássico e se a formação sem alguém batendo com os 2 zagueiros funcionaria. Meus receios quanto ao Luciano não se confirmaram – foi o melhor do time – mas quanto a formação sim; produzimos quase nada ofensivamente no primeiro tempo. De verdade, tirando o ataque que gerou o escanteio do gol e o gol propriamente dito, fomos totalmente dominados. O São Paulo não causava perigo pq defensivamente estávamos bem abertos, mas atrair o adversário pro seu campo expõe ao risco de acontecer o que de fato acontecer – uma falha de marcação, um lance feliz do adversário, e pronto.

Há mais a se falar sobre o andamento do jogo no geral, mas no fundo não importa. Não é tão preocupante pelo seguinte fato: há seis rodadas, vivíamos uma crise imensa. Hoje a preocupação é que o time é dependente de Jadson. Mano não resolveria esse problema em uma rodada. Há outras coisas a resolver; Uendel, por ex, é muito ruim defensivamente. 2 gols saíram em parte por problemas seus de marcação. Se Fabio Santos volta, perdemos bastante na produção ofensiva. Mais uma semana de trabalho para Mano encontrar as soluções dos problemas, como vem fazendo nas últimas semanas. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Pato e Jadson

O negócio é horroroso para o Corinthians. Se você não entende o porquê, o post no blog do Álvaro responde bem. Ainda assim, não estou indignado com a troca. Um amigo, antes do jogo de ontem, me mandou msgs indignadas com o absurdo da coisa. Eu concordo 100% com os argumentos e, ainda assim, me sinto meio indiferente. E acho que o porquê disso é o seguinte: considere a frase “A burrice da torcida e a incompetência da diretoria torraram 40 milhões do patrimônio do clube”. Ok? Todos os que estão indignados com a troca (e eu) concordam com essa frase. Pois bem, é que eu aceitei e me conformei com essa dura realidade sábado, quando descobri sobre a invasão e que, pasmem, um dos alvos era Pato. Se já era muito difícil Pato virar a mesa, ali o angu azedou de vez. Conversando com pessoas aqui e ali, vejo que em geral elas subestimaram o peso de sábado. Qualquer jogador que entrar na Justiça contra o Corinthians por conta de sábado rescinde o contrato e sai de graça - simples assim. Imagine um já muito infeliz e para que o clube deve dinheiro?  O que penso sobre a vida de Pato no Corinthians está bem documentado no blog. Em suma, ele foi decisivamente boicotado pela panelinha de Tite e pelo esquema tático imutável do treinador. A imprensa fez o seu papel e aproveitou cada chance para tirar uma lasquinha, e a torcida, boboca, com medo inconsciente de admitir que a família Tite não funcionava mais achou seu bode expiatório. Pato foi o melhor percentual de gols por minuto jogado em 2013, naquele time que era ofensiviamente horripiliante.  A culpa de longe dessa situação é da diretoria, omissa, que aceitou essa imagem se estabelecendo e viu 40 milhões irem pelo ralo, ao invés de focar todos os seus esforços em blindar o jogador internamente contra as críticas que eram tão esperadas quanto o sol nascer amanhã.  Errou novamente quando subestimou a capacidade de fazer burrices da torcida: negou um empréstimo ao Juventus quinta para ver no sábado (já com janela fechada) a cag* armada.  Ali, a cag* já estava sacramentada. Acabou. “Ah, então a culpa foi da invasão sábado?”. Não, ali foi fechar o caixão. A culpa foi de um ano de omissão de diretoria que cuidou dum patrimônio de 40 milhões como uma criança de 3 anos cuida de um brinquedinho novo.  O empréstimo pro São Paulo é a saída menos ruim? Provavelmente não. Mas esperar agora, nesse momento final, uma saída diferente da diretoria, é a mesma coisa que esperar da criança de 3 anos amadurecer 30 anos em um dia.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Ponte 2 x 1

O que está acontecendo no contexto geral é muito mais relevante do que fazermos uma análise do jogo em si. Faz menos de 30 dias que os jogadores voltaram de férias. Tiveram uma pré-temporada de 2 semanas e fizeram 5 jogos em 14 dias. A pré-temporada deveria ser a primeira fase do paulista; independentemente dos resultados, era para Mano estar fazendo testes, revezamentos, projetando um time para daqui a 2 meses. O que vimos, no entanto, é um time pressionado, tenso, com medo do resultado, o que é absurdo para uma quinta rodada dum paulista (mesmo que tivéssemos perdido as 4 primeiras, o que não é verdade). É ridículo. O que tem rolado nos gramados não é ainda futebol profissional, porque não é possível isso com menos de 30 dias de volta de férias. Nesse período, na Europa, os times grandes estão fazendo amistosos. A imprensa tá no seu papel de fazer o alvoroço – até porque, na sua esmagadora maioria, tem o ranso que já é conhecido. Não gosta do Mano, e o politicamente correto e burro dita que teria sido um absurdo dispensar Tite. Agora, burrice, burrice mesmo, é a torcida ter absorvido essa pressão como se fosse devida, como se fosse adequada, como se fizesse sentido. O que aconteceu sábado no CT é de um absurdo gritante, é surreal. É coisa de bandido, é para botar todo mundo na cadeia. Agora, fazer o que quando a própria diretoria apoia e acoberta as m* que a torcida organizada faz? Esse tipo de coisa faz a gente pensar seriamente em abandonar futebol como hobby. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Que chocolate...

A derrota se explicaria por, nesse momento, o time do Santos estar razoavelmente mais organizado do que o do Corinthians. O tamanho do chocolate, no entanto, se explica por outras coisas. Primeiro o buraco varzeano que o lado direito da nossa defesa é hoje. Segundo que num começo de temporada numa noite escaldante, ter mais garotos no time ajuda muito. Terceiro por ter sido uma noite que tudo deu certo para um lado e nada para o outro. Acontece. Não vale a pena ficar remoendo, apenas tirar lições:
- Diego Macedo entende tanto da função defensiva de um lateral quanto eu de javanês. Mano precisa urgentemente subir alguém da base para ser reserva do Fagner.
- Paulo André não deve ter lugar nesse time. Se Mano vai apostar num esquema mais ofensivo, com segundo atacante voltando menos e laterais apoiando mais, deve ter homens rápidos atrás na cobertura. Frequentemente os volantes e zagueiros ficarão no mano a mano, e Paulo André joga de calça jeans. Apostaria desde já em Cléber, jovem, rápido e forte. Paulo André só funciona mal e mal como homem da cobertura.
- Mano ainda não tem todas as peças, e demorará um pouco para criar alternativas quando as coisas não vão bem. Por ex, Rodriguinho não está funcionando? Renato Augusto seria opção, ou jogar o Danilo pro meio. Mas e quando Danilo está mal, como ontem? E ao mesmo tempo Romarinho não encaixou no jogo? Sheik ou Pato deveriam entrar exatamente na mesma função. Enfim, isso tudo, com paciência, se consegue depois de umas 15 rodadas de tentativas e repetições.

Antes do primeiro jogo, tinha pensado em lembrar que Mano demora para acertar times. Em 2008, o time foi pegar corpo no primeiro jogo da final da Copa BR contra o Sport (até lá as atuações eram instáveis). Em 2009, Mano achou o esquema com 3 atacantes no penúltimo jogo da primeira fase do Paulista contra o Ituano (final de Abril). Em 2010, após a eliminação para o Flamengo na Liberta (com o time ainda rateando), Mano achou um novo 442 na sétima ou oitava rodada do Brasileiro, pouco antes de ir para a seleção. Enfim, o bom desempenho dos primeiros tempos contra Lusa e Paulista nos fez pensar que cortaríamos caminho, mas parece que devemos voltar à velha paciência...

domingo, 26 de janeiro de 2014

1 x 0 São Bernardo

Mano fez o sensato pra esse começo de temporada e poupou quem tava meia bomba; mas aí o time ficou desfigurado no sistema que usou nos 2 primeiros jogos. O setor esquerdo, que vinha funcionando muito bem com Danilo e Uendel, ontem tinha Jocinei e...ninguém. Não é só a ruindade do Ibson, mas o fato de que ele fechava pro meio toda a hora em vez de buscar a esquerda. Romarinho, embora com liberdade, vinha atuando preferencialmente pela direita. Sheik tem cacoete de cair pela esquerda e na tentativa de flutuar, ficou meio perdido (embora tenha sido o que mais procurou o jogo). O time não funcionou. A boa notícia é que Mano não tem medo de mudar no intervalo o que claramente não deu certo no primeiro tempo. Danilo entrou, depois Guerrero, depois Romarinho, mas nada funcionou muito bem. Derrota para por na conta do começo de temporada. Se o time “titular” ainda não está entrosado e com ritmo, não dá para cobrar muito o mistão...vejamos nas próximas partidas. Fica a lição: quando Mano não puder contar com Danilo e Renato Augusto (os 2 meias que podem fazer um papel mais lateral), deverá achar uma outra formação.