quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mano e a seleção

(escrevo esse texto durante o jogo da seleção. até porque o resultado de hoje não muda nada).

Se eu fosse o Mano, pegaria meu chapéu e deixaria a seleção. Ligaria pro Andres, pediria meu lugar no Corinthians e deixaria "essa pica" para algum axpira que quiser pegar aí - Felipão, Muricy, sei lá. Explico.

Com a incapacidade de pensar da imprensa esportiva brasileira, qualquer consenso é, certamente, uma bobagem. O consenso da vez (não me lembro de unanimidade tão grande) é descer o cacete no Mano. Técnico da seleção, geralmente, sofre. Dunga assumiu com a responsabilidade de iniciar uma renovação e formar uma seleção com jogadores "com vontade de estar lá". Foi isso que fez, com absoluto sucesso, diga-se. Ganhou tudo até a Copa e perdeu a Copa por detalhe - até porque perde-se Copas muito mais do que se ganha, não? Pois é, mas apanhou por 4 anos, caiu depois da Copa aos comentários dos "gênios" da imprensa que só diziam "eu já sabia...". Aí veio o Mano. A principal crítica ao Dunga foi não ter levado Ganso e Neymar para a Copa - se hoje eles ainda precisam mostrar futebol, imagine há mais de ano. Mano assumiu e levou os 2 como "principais jogadores", e tem dado o que todo mundo está vendo. Mas agora o problema é não levar o Marcelo, o Hernanes, o Borges....

Voltando - técnico da seleção sofre. Mano tem contra si 2 problemas adicionais. O primeiro é que a rejeição a CBF vem crescendo exponencialmente na imprensa, possivelmente por conta das últimas rixas do Ricardo Teixeira com a Globo. Ressalte-se: não tenho a menor simpatia pelo Ricardo Teixeira. Só acho curioso que o país esteja na m* que tá - educação e saúde estagnadas há 10 anos, a infra-estrutura totalmente sucateada, corrupção crescente, e o grande vilão do país seja um cara presidente de uma fundação privada que organiza um esporte. "Ah, mas imprensa esportiva trata é de esporte...". Ok, para ficar no campo do esporte, o futebol todo é podre - os dirigentes dos clubes são bandidos e incompetentes, a imprensa é lastimavelmente fraca - mas não, o grande problema é a CBF. Na esteira de criticar tudo que se relacione à CBF e a Ricardo Teixeira, tudo que está do lado respinga. Essa rejeição é maior hoje do que era na época que Dunga assumiu, por isso Mano também sofre. O outro problema adicional que dificilmente alguém vai admitir é: Mano tem uma ligação com o Corinthians. E aí, bicho, sai de baixo. Para os "analistas", tem esquema com jogador, com empresário, é pau-mandado do Andres Sanchez e tudo mais quanto você imaginar. Na Copa América uma tese corrente era que o problema era a "Corinthianazação" da seleção - quando só o técnico tinha vindo do Corinthians, e o lateral-esquerdo tivesse aparecido no Timão também. É aquela coisa totalmente emocional, que todo mundo tenta (as vezes nem tanto) disfarçar mas, inegavelmente, tá lá.

De novo: não acho que o trabalho na seleção esteja bom, longe disso. Só acho que só uns 10% é responsabilidade do Mano. As pessoas não querem admitir que a safra do futebol brasileiro, hoje, é fraca. Os últimos jogadores muito bons que apareceram foram Kaká e Adriano - os 2 estão fora de combate hoje. Neymar tem tudo para ser, daqui a algum tempo, o melhor jogador do mundo. Mas tem grama para comer até chegar lá. Ganso faz mais de ano que não tem uma sequência boa de jogos. Quem mais? Daí é Lucas, Damião, sei lá mais quem, um monte de candidato a jogador decisivo que também tem muita lenha para queimar.

E quais as críticas ao Mano? Bom, queriam Neymar e Ganso, ele convocou. Queriam time ofensivo, ele escalou. Mas aí entra-se naquelas: o André Santos é muito ruim, tem de levar o Marcelo (joga de meia e é reserva no Real). Tem de dar uma chance pro Hernanes; quando chamou o Ralf, tinha de chamar o Willians do Flamengo. P*, será que não fica claro que o dia que dependermos de Hernanes e Willians, a coisa tá feia? Então, é por aí...

O Mano é novo. Sua carreira de treinador de primeiro escalão do futebol brasileiro começou há 6 anos. Talvez a encrenca na qual ele tenha se metido esteja acima da sua capacidade (política, de jogo de cintura, não técnica). Dá tempo dele sair da seleção, voltar pro Corinthians, ganhar uns títulos e voltar daqui a algum tempo, depois da Copa. Ele terá outras chances. Qualquer treinador nessa fase da seleção vai sofrer - menos se não tiver vindo do Corinthians. Deixa essa pica pro axpira...

Curiosidade: outro consenso é o Muricy ser o cara mais ético do mundo. Falam da recusa dele para a seleção e tal, como se ele nao tivesse deixado de ir pelo simples fato de que o Fluminense não liberou a multa. Tanto é assim que seis meses depois ele foi embora criticando Deus e o mundo no Fluminense, já cavando uma vaguinha no Santos com o Adilson na degola. De vez em quando alguém solta a pérola de que se o Muricy for para a seleção ele vai impor as suas regras e não cair nos "esquemas do Teixeira". Pois bem. Sabe aquela piada de que se colar um pão com manteiga nas costas dum gato e jogar ele pro ar, ele fica girando, porque nem o gato pode cair de costas nem o pão pode cair com a parte sem manteiga no chão? Se o Muricy for para a seleção vai ser parecido; será que vão falar mal dele pelas falcatruas da CBF ou a CBF vai "se moralizar" por conta do Muricy?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A matemática do campeonato

Esse campeonato deverá ser, na história dos pontos corridos, o campeonato onde o campeão deverá ter o menor número de pontos. Exceção feita a algum time dos 4 da frente fazer um final de campeonato excepcional, emendando uma seqüência de 6 ou 7 vitórias, o campeão ficará na faixa de 68 pontos ou menos – menos ou igual ao Flamengo, “pior” campeão da história dos pontos corridos. Explico. O líder é o Vasco, com aproveitamento de 62%. Mantendo esse aproveitamento até o final, chegaria a 71 pontos. Mas o campeonato de pontos corridos esconde alguns elementos no seu desenho: a tabela engana. O Vasco, dos times da frente, foi o que teve o caminho mais fácil até agora. (para mais sobre os caminhos dos times, procure pela classificação planejada do blog do perrone). Acho que cabe uma análise individual para o líder e outra para os outros times.

Se o Vasco chegar a 70 pontos, deve levar o campeonato. Isso porque os times que vem atrás dificilmente chegarão a 71; o mais próximo, o Corinthians, deveria fazer 24 pontos em 12 jogos, o que equivaleria a 8 vitórias, o que, pelo futebol apresentado, é um tanto improvável. Vamos supor que o Corinthians empate com o Vasco no RJ no próximo o jogo – o Vasco chega a 50 pontos e 11 jogos faltando. Para chegar a 70 pontos, faltariam 6 vitórias e dois empates, bastante razoável, não? Pois é, mas olha os jogos que o Vasco terá pela frente: além dos 3 clássicos que ainda falta fazer, joga fora com Inter, Atl-pr, Bahia, Santos e Palmeiras, e joga em casa com São Paulo (melhor visitante do campeonato), Avaí e Galo. Os únicos 2 jogos tranqüilos são esses 2 últimos citados; o resto é tudo pedreira, daqueles que, em condições normais, até empatar seria um bom resultado. Contando que o Vasco é um time sem técnico e que seu bom momento, vivido de 10 rodadas para cá, deve ter hora para diminuir, não seria estranho o Vasco fazer algo como 50% de aproveitamento nesses jogos.


E os outros times da frente?

Não confio no São Paulo. Deve subir de produção com a entrada do Luis Fabiano, mas o Pardilson é muito ruim. Acho que o máximo que o torcedor são-paulino pode esperar é algo parecido com o que o corinthiano poderia esperar - o time manter o desempenho que vem mantendo e torcer pros outros times não embalarem. De repente ganha o título com 68 pontos; para chegar em 70 ou mais, seriam precisas 8 de 12 vitórias e algum empate, coisa difícil de acreditar. A tabela do sp não é tão difícil, mas é o mesmo problema do Corinthians – é um time que tem dificuldade de ganhar seus jogos mais tranqüilos.


E tem o Botafogo, que tem um caminho relativamente fácil daqui para frente, com um jogo a menos...acho a situação do Botafogo no campeonato parecida com a do Vasco, no sentido que o time vem experimentando seu melhor momento nas últimas 10 rodadas; com o elenco ainda mais limitado que o do Vasco, acho difícil o time manter o rendimento. E, diferentemente do Vasco, o Botafogo ainda não passou por aquela fase onde o time joga cinco ou seis rodadas consecutivas com 7 ou 8 desfalques (situação que, nos pontos corridos, todo time passa em algum momento.) Na matemática, se existe a probabilidade de algum time conseguir alcançar um pouco mais de 70 pontos, o Botafogo é quem tem mais chance; naquele feeling futebolístico, acho muito difícil acreditar que um time que tem como craques Elkesson e Maicosuel possa melhorar o rendimento (que já é ótimo relativamente falando) nessa fase final.

Então ficamos assim; se o campeão girar por volta de 68 pontos, faltam 7 vitórias ao Corinthians – em 12 jogos. É bem razoável, ainda mais com uma tabela favorável que teremos ao final. Cada jogo é uma decisão e, mais do que nunca, vale mais ganhar do que jogar bem. Entre o jogo contra o Vasco e a última rodada, no Paca, contra os porco, os jogos são: atl-go, botafogo, avaí, atl pr e galo em casa, e inter, américa-mg, ceará, figueira e cruzeiro fora. Esse jogo contra o cruzeiro é um que, na letra fria, seria complicado; mas pelo que o cruzeiro tem jogado e pelo ambiente fora de jogo, torna-se mais tranqüilo. Pega um figueira fora de casa que, teoricamente, também complica, mas provavelmente não estará disputando mais nada, assim como o Ceará fora faltando 3 para acabar. A tabela Corinthiana é a mais fácil dos 4 que estão na frente. Mesmo jogando muito mal, de repente dá a mesma sorte que deu no começo e embala umas 8 vitórias nesses 12 jogos e garante o título com sobras. Se acontecer, dificilmente não será campeão. O difícil é torcer para essa sorte e não pro time...

domingo, 25 de setembro de 2011

Corinthians 1 x 0 Papai Joel

Foi um jogo fraco. Tite entrou com o esquema tática que muita gente (eu inclusive) vinha pedindo: 442 clássico, com 2 meias. Mas além de ter tido pouco tempo para trabalhar com esse esquema (1 treino), dentre as ausências tinham 2 importantes: Liedson e Paulinho. Percebia-se um time pouco encaixado; no ataque, Willian e Sheik no 442 não se entendem muito bem – não se sabe quem fica enfiado na área quem cai pelas pontas. Nesse esquema, o ideal é Liedson centralizado e o Sheik com liberdade para flutuar. Sheik jogou abaixo do que vinha jogando, o que é uma oscilação normal para quem vinha fazendo bons jogos. No meio-campo, os 2 meias não iam bem. Eu juro que torço para o Alex e que para esse seu “mau-jogar” seja exclusivamente culpa do esquema – mas ta difícil. No primeiro tempo, ele errou cerca de 90% do que tentou, e nem tentou nada de muito diferente. Recebeu duas bolas em condição de chutar – uma errou feio, outra demorou tanto para armar o chute que foi bloqueado. Fora isso, perdeu umas 2 bolas no meio e errou uns 3 passes. Danilo, com toda a sua sonolência e lentidão, era um pouco mais efetivo – ao menos, dificilmente erra passes de 5 metros e, quando os dá, são passes um pouco mais agudos pro lateral chegar no fundo ou pro volante que ta chegando. O Alex parece que acha que joga no tempo do Gerson, que quando recebe a bola, tem tempo de receber, pensar um pouco, andar, pensar um pouco mais...o Danilo é até mais lento, mas consegue por o corpo na frente e impedir a chegada do adversário, além de conseguir dar passes de lado ou de costas, coisas que o Alex tem dificuldade de fazer. Edenilson não chegou a ir mal, mas a diferença pro Paulinho é aquela diferença esperada entre um reserva e um titular absoluto – o primeiro menos confiante, menos entrosado, desempenhando as funções com menos eficiência. O gol foi meio achado, na única jogada do Alex no jogo (antes de sair). Esse é daqueles jogos que realmente o que vale o resultado, e agora é esperar o que o Tite consegue montar com uma semana de treinamento antes do jogo contra o Vasco. Outros destaques:
- Tite foi bem na montagem do time e na substituição; achei que ele não ia ter coragem de tirar o Alex e deixar o Danilo, mas teve.
- Zaga nova: Wallace inseguro, PA bem. Não gosto de analisar números frios, mas 2 jogos sem tomar gol é alguma coisa.
- Ok, o Sheik não pode ser tão irresponsável; podia ter sido expulso na entrada no Maranhão. Depois, receber o cartão amarelo já indo embora, fica quieto. Ponto. Parágrafo. É a segunda vez que um jogador do Corinthians é expulso por suposta “cera”. Dessa vez o jogador nem cartão tinha. Tirando goleiro na hora de tiro de meta, é incomum jogador tomando cartão por fazer cera. Como o juiz avalia que é cera? Ele é médico? Agora ele vai ficar analisando cada jogador que cai para ver se é cera ou não? Não sei se me lembro de expulsão nesse tipo de situação em algum outro jogo que tenha visto. Se fosse o contrário – o Corinthians jogando fora de casa contra um time fazendo cera, será que algum juiz expulsaria um jogador do time da casa? E se fizesse, como tratariam do caso na imprensa?
Acho absurdo o comportamento do jogador brasileiro de cera, ainda mais a hipocrisia do fair play em uma cultura de futebol muito malandra para isso. Mas sou contra a “ações moralizantes” em casos isolados só para um lado. O que é aceitável pro juiz? Bater palma não pode, xingar até a última geração do juiz como o Fabinho fez num lance de lateral pode? Falta muito critério para a arbitragem.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Jardim Leonor 0 x 0 Corinthians

- tava uma disputa interessante para ver quem arma o esquema tático mais esquisito: Tite ou Pardilson?
- Importante deixar claro: as vezes eu elogio a escalação do Willian, por ex. Mas isso é devido as circunstâncias: com as peças que o Corinthians tem, eu claramente prefiro o 442, ou clássico, com 2 meias, ou no esquema do losango com 2 volantes chegando. Como o Tite insiste no 443, nesse esquema eu prefiro o Willian ao JH. Assim sendo, quando vi o posicionamento inicial, gostei da idéia do Willian aberto na esquerda em vez da direita; o Tite parecia querer corrigir o erro do jogo contra o Santos, quando o Alex tinha que fechar pela esquerda. Na prática, não deu certo, porque o Corinthians nem explorava contrataque nem conseguia segurar a bola no ataque para segurar o ímpeto do São Paulo.
- Saída do Liedson a parte, no 442 o time chegou perto de se parecer com um time normal. Alex apareceu mais, Danilo povoou a meia direita, atacantes revezando os lados.
- Sheik, de novo, melhor jogador do time. Se conseguir ser mais objetivo e não se machucar é um jogadorzasso.
- Zaga: Paulo André atuou bem; Wallace não convence. Quanto tempo fazia que o time não sofria gol em algum jogo? Sorte, acaso, pode ser, mas ponto pro Tite (apenas nisso)
- Alessandro fez outra partida horrenda; lento na marcação, inefetivo (inerce?) no ataque. Já era...
- quem diria sentir saudades do Fabio Santos hein? Acho que a diferença entre o Fabio e o Ramon é que o primeiro sabe que não sabe apoiar e já nem tenta...ja na marcação o Fabio é seguro, enquanto o Ramon é uma besta. E o Fábio não fez curso de Liminha...
- Seneme fez uma ótima arbitragem no jogo contra o Santos. Hoje, no meio do caminho mudou o critério só para um lado: para o São Paulo, era cair que ele marcava falta; para o Corinthians, usou padrão europeu.
- Dadas as circunstâncias o empate não foi ruim. Mas não tem hora melhor para trocar o técnico: semana que vem, com o jogo da seleção, tem uma semana para treinar o time. Tomara que o Parmera empaque amanhã e o Felipão caia...
- Não dá para não comentar a torcida da Vila Sônia: musiquinha ridícula dos mamonas; festa pro Rivaldo no aquecimento, e em vários momentos o que se ouvia ao longe, pela tv, era “vai para cima delas timão – da bicharada!!”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Porque Tite tem de sair...

Não vou falar da falta de padrão tático, do fato do time não ter espírito de vencedor, da fragilidade da bola aérea, tanto defensiva quanto ofensiva. A questão é prática: não teremos muito mais jogos decisivos. Tem o clássico na quarta contra o São Paulo, o jogo contra o Inter no Beira-rio e contra o Vasco em São Januário. O resto, são jogos mais ou menos tranquilos: bahia, atl go, botafogo, avaí, atl pr, atl mg e palmeiras em casa, cruzeiro, america-mg e figueirense fora. Como todo mundo já devia saber, é assim que se ganha (ou pelo menos se faz um bom campeonato) de pontos corridos: ganhando os jogos fáceis. Pontos corridos não premia os times que fazem jogos decisivos geniais (como fizemos contra o Flamengo). Se Tite tem algo de bom, é que em boa partes dos confrontos diretos ele consegue montar e motivar o time de modo efetivo; mas o contraponto é a incapacidae de fazer o time jogar bem os jogos mais tranquilos.
Não precisamos de um time brilhante, em especial nessa situação que o Corinthians terá na tabela. Precisamos do simples bem organizado: uma zaga mais ou menos efetiva, o time bem postado, jogando o beabá, uma armação mais ou menos pros atacantes concluírem. Se isso acontecer, temos tudo para fazer muitos pontos nos próximos jogos. Por isso, fora Tite já! Que venha alguém minimamente competente: não precisamos de um gênio.

domingo, 18 de setembro de 2011

Corinthians 1 x 3 Santos

- Raros são os jogos como os contra o Fluminense, quando o Corinthians joga mal de um tudo. A maioria deles, uma das duas coisas acontece: ou o Corinthians cria bastante mas não consegue fazer os gols, ou tem um domínio do jogo em posse de bola e marcação mas não consegue ser muito efetivo. Hoje foi o segundo caso; fez um primeiro tempo razovelmente melhor do que o Santos mas acabou virando pro segundo com 1x1 no placar. Essa é uma característica de um time que tem a cara do Tite: não tem cara/espírito/vontade de vencedor.
- Alex fez outra partida horrenda. Eu vinha comentando que o problema era de posicionamento, mas tem aspectos técnicos indiscutíveis: ele errou uns 7 passes ou lançamentos naquela região de armar o ataque, mesmo quando estava com a marcação frouxa. Fora as 4 ou 5 bolas que ele perde por jogo, caindo no chão e chamando faltas que não existem, e resultando em contrataque. Para mim ele vai provando aos poucos que não é aquele jogador decisivo; inclusive tende a jogar pior em momentos de pressão.
- Neymar não é apenas o melhor jogador no Brasil; é o melhor jogador em atividade no Brasil desde o Tevez (pelo menos). Muricy foi inteligente nesse esquema de 3 atacantes, porque dá mais liberdade de deslocamento ao Neymar, que diferentemente de outros jogos não ficou parado ali na esquerda, o que possibilitaria uma marcação quase individual do Alessandro nele. No primeiro tempo, a marcação por zona deu certo, mas um pouco porque, em vários lances, Neymar levou um pouco de azar: virava pro lado errado, errava um pouco o tempo da bola etc. Mas não dá para contar com isso o jogo todo contra ele; no segundo tempo, ele acertou um pouco o pé e fez o que fará sempre que não tiver marcação especial: resolveu o jogo.
- Sheik fez um ótimo primeiro tempo; mas ele me irrita demais com essa mentalidade de quem acha que é o Messi; quase todo lance ele tenta mais um drible. Se o gol estiver aberto e ele vir um zagueiro adversário com as pernas abertas, vai tentar dar uma caneta em vez de fazer o gol. Nenhuma responsabilidade dele na derrota, apenas um comentário.
- Aquele segundo gol é de zaga de time de solteiros contra casados, como diz o Felipão; o Ramon deixar o Alan Kardek, lento daquele jeito, fazer aquela jogada de fundo e, depois, o Castan esperar o Borges se antecipar e fazer o gol. Bizarro.
- É comum, quando o Corinthians está tentando fazer pressão, os chuveirinhos. A bola aérea do Corinthians é ridícula e nem nosso centroavante é alto. Não é como se tivéssemos Adriano e Loco Abreu dentro de campo; não entendo essa insistência. Hoje, com 1 a mais, em vez tentar a tabela nas pontas, que uma hora inevitavelmente abre os espaços, ficavam aqueles cruzamentos em diagonal que nunca dão em nada.
- Agora perdeu a liderança; na real, é uma coisa natural de acontecer nos pontos corridos. Mas era a justificava que davam pro Tite “ué, mas é líder...”. Pois é, agora não é mais...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Comentários...

- assisti 20 min do jogo do Barça hoje. Nesse tempo, o Daniel Alves todo poderoso salve salve apoiou quatro vezes o ataque: errou 2 passes, cometeu uma falta de ataque e ficou em impedimento. Na defesa, embora o Milan quase não atacasse, deu uma entrada perigosa e tomou cartão.
- além de tudo que se fala, o Barça impressiona porque não erra um passe - a não ser ja dentro da área do adversário quando é para tentar algo diferente. Esse aspecto não deveria ser tão difícil de imitar.
- tão falando do Ney Franco no Corinthians...e aí, é uma boa?
- e se o Felipão cair, será que o Andres faz proposta na mesma hora? Eu faria...
- alguém mais vai torcer pro Brasil tomar uma piaba e o Mano cair, para voltar pro Timão?
- quem não escutou, escute...o Andres soltando a pérola "um jogador só não faz andorinha" quando perguntado sobre o Adriano...
- nos últimos 3 jogos, 3 jogadores dos adversários agrediram corinthianos, e nada aconteceu...o do Gustavo do Flamengo ainda é desculpável porque, supostamente, nem juíz nem bandeiras viram. Agora o Leandro Donizetti do Curitiba e o Ciro do Fluminense foi sacanagem da grossa o juiz ver e não fazer nada. Aliás, o primeiro ainda teve a pachorra de reclamar, no jogo contra o Botafogo, que os juizes tem sido mais rígidos nos cartões para o Curitiba...

domingo, 11 de setembro de 2011

Fluminense 1 x 0 Corinthians

- Pensando rápido, não me lembro duma partida tão ruim do Corinthians nesse campeonato.
- O primeiro tempo foi um vareio; o gol foi cag*, mas antes disso o Fluminense já tinha tido 2 chances claras de gol.
- Mesmo quando tentou fazer pressão, o time foi muito inefetivo – na prática não teve nenhuma chance clara de gol.
- Eu já não tinha achado a partida do Alex contra o Flamengo muito boa; hoje ele fez uma partida ridícula. Mas comecei a achar que o problema é posicionamento. O Alex não é aquele meia organizador, que recebe a bola de costas e distribui o jogo (estilo Ganso, Douglas, ou como era o Ricardinho). Ele é meia de receber a bola da intermediária para a frente, para dar o último passe ou finalizar. Para um esquema com (supostamente) 3 atacantes, você precisa desse meia organizador; o Alex funciona no esquema do losango, com dois volantes chegando, ou com 2 meias do 442. Nesse esquema de ser o organizor único do time, ele sofre; vê-se claramente que ele recebe a bola e precisa de mais espaço e tempo para pensar o jogo do que, geralmente, esse tipo de meio tem.
- Eu tinha comentado no blog do Álvaro que não achava que a troca do Emerson pelo William seria uma perda muito grande. Enganei-me, mas também acho que é problema de posicionamento. Mesmo quando o Sheik joga junto com o Liedson, ele é segundo atacante tradicional: movimenta-se pelos lados, tem mais liberdade. Não sei porque o Adenor pois na cabeça que o William joga aberto e fixo na direita. Nessa posição ele rende muito menos do que rendia quando começou a entrar no time. Ontem foi muito marcado e não conseguiu sair da marcação. Vai ver o Sheik só é mais desobediente taticamente do que o William (o que, tendo o Tite como técnico, não pode ser coisa ruim).
- Porque raios o Tite ainda não corrigiu essa de ficar saindo pro jogo com bicão do Chicão? Depois o Paulo André entra e faz a mesma coisa?
- Tudo bem que o posicionamento do JH, de volante aberto pela esquerda, é esquisito. Mas tem uma parte técnica, de errar passe, de perder tempo de bola, que não ta rolando mais faz tempo. Se é para povar o meio-campo pela esquerda o Danilo faz essa função melhor que ele.
- No geral, muito ruim. Acho que foi a vez que fiquei mais desesperançoso com o futuro do time....Perder para um time limitado como o Fluminense, cujo craque é um cara que ta notadamente sem muito ritmo e com cara de cachaceiro, é de doer...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Corinthians 2 x 1 Flamengo

- Não foi uma partida brilhante, mas fazia tempo que o Corinthians não fazia partida tão boa
- O Tite não fez tecnicamente nada errado: escalou bem, mudou bem, talvez um pouco tarde as 2 mudanças "tudo ou nada". Mas esse time tem meio a cara dele (pro bem e pro mal); no caso, o mal é que é um time que se acomoda com pouco. Ontem, depois do empate, caiu muito o ritmo. Parece que assimilaram que é isso que o técnico quer.
- Felipe é um fdp, mas é 5x mais goleiro que o mãozinha de jacaré. Se os goleiros fossem trocados o placar seria uns 5 x 0.
- Venho criticando o Alessandro, mas ontem fez uma partidassa. Gaucho não viu a cor da bola. Mais um motivo para ele ser útil no elenco: ser escalado quando o craque do adversário cai pela esquerda (ex: Neymar).
- o Alex parece que amarela quando a responsa ta nas costas dele. Parece que só joga se não tiver sendo marcado.
- Vai lacraia, vai lacraia!!
- Para tirar o William do time alguem tem que jogar muito; e o JH tá longe disso...
- Alô teóricos da conspiração: expulsão do Gustavo?
- fdps da Globo colocaram transmissão toda carioca: toda a narração era sob a ótica do Flamengo que, a rigor, tomou um vareio. Apice foi a imagem do soco passando e o Luiz FlaCarlos Junior dizendo "Liedson diz que tomou um soco"
- Até então, Flamengo e Corinthians eram os 2 principais times do torneio. Corinthians jogou melhor os 2 confrontos diretos.

Pontos Corridos

Não gosto dos pontos corridos - já escrevi sobre isso no outro blog: campeonato sem final é muito chato. "ah, mas é justo...". Não acho mais justo e, mesmo que fosse, ora bolas, o principal fator de um esporte não deve ser justiça. Importamos um aspecto do modelo europeu sem conseguir importar o modelo todo. Nos principais campeonatos europeus, o estádio lota, mesmo tendo jogos sem graça. Também, no geral são países com pib per capital 5x maior que o nosso, estádios e organização muito melhores - 90% dos ingressos são vendidos antecipadamente. Junte-se a isso a cultura de que cada time sabe o que pode almejar no campeonato - diferentemente daqui, que muitos times já tiveram seus momentos de grandeza e, no geral, qualquer coisa diferente de brigar na parte de cima da tabela desanimada qualquer um. Em frente.

Estava conversando com amigos sobre eventos esportivos nos EUA, e em um momento chega-se a inevitável constatação de como os americanos são imbatíveis em termos de promoção e marketing desse tipo de coisa. Veja a NBA, o Superbowl etc. Pois bem...já imaginou que coisa sem graça uma NFL sem superbowl? Uma NBA por pontos corridos? Todos os campeonatos esportivos americanos importantes envolvem um (ou mais) encontros finais para a decisão de quem é o melhor. Alguma dúvida de que é o melhor modelo?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

na tentativa de ser coerente...

São Paulo x Galo; Leonardo Silva divide uma bola perigosamente - lance para cartão amarelo. O juiz, que vinha bem, mete um vermelho direto. Um baita exagero, considerando-se os critérios utilizados em média pelos árbitros no brasileirão. Se todo mundo seguisse esse critério cada jogo teria uns 5 expulsos...bom, o Muller, comentando o jogo no PFC, descreve o lance, concluindo "expulsão justa". 1 min depois, o Rever comete uma falta típica de cartão amarelo (e recebe) mas, a rigor, até mais dura do que a do Leonardo Silva. O que o Muller, para não perder a coerência, fala? "se o juiz quisesse expulsar também daria..". É duro assistir futebol ouvindo comentarista...

Consensos

O esporte favorito da imprensa esportiva, ultimamente, tem sido bater no Mano Menezes. Embora, como corinthiano, ache o Mano um baita técnico e gostaria muito que, um dia, ele voltasse ao Corinthians, reconheço que o trabalho na seleção não tem dado muitos frutos. Também acho que apenas uma parte da culpa é dele - uma boa parte da culpa é da entressafra de jogadores. Os jogadores mais tarimbados estão machucados ou sem vontade de jogar (Kaká, Adriano, Gaúcho) e os mais novos ainda precisam ganhar corpo (Neymar, Ganso). Ainda sim, virou unanimidade criticar convocações, escalações, esquema tático, mesmo quando se faz o que todo mundo estava pedindo.

Mas alguns consensos revelam, na média, o baixíssimo nível de conhecimento de futebol ou de pensamento lógico da imprensa esportiva. Por ex, no jogo contra Gana, o time estava encaixado com um esquema tático, no meio para frente, numa espécie de losango: ganso centralizado vindo de trás, gaúcho aberto pela esquerda entrando em diagonal, Neymar fazendo o mesmo papel pela direita, Damião dentro da área. Ganso machuca com 8 min, Mano põe o Elias. Ok, critique-se a convocação, que não tinha ninguem para fazer o papel do Ganso (embora também não houvesse muitas opções com essa característica: talvez o Alex do Fenerbahce, Douglas do grêmio...); ou que o Elias é muito limitado. Mas o que todo mundo falou foi...tinha que por o Lucas! Lucas? Não vou entrar no mérito da qualidade do jogador que, noves fora, ainda não mostrou estabilidade de futebol para ser essa unanimidade. Mas o pior é o entendimento tático: Lucas não desempenha o mesmo papel tático do Ganso mas nem de longe. Lucas ocuparia o mesmo espaço que Neymar ou Gaucho ocupavam. A opção seria mudar apenas uma peça (opção feita, mesmo com a notória perda de qualidade) ou mudar todo o esquema tático. Por mais um jogador de característica de carregar a bola, driblando, não era uma opção das mais inteligentes. Se os 3 (neymar, gaucho e lucas) jogassem no mesmo time, mesmo com dor no coração o técnico teria dificuldade de armar algum esquema tático para colocar os 3 para jogar juntos. "Ah, mas porque levar o Lucas?"; porque é um bom jogador, porque pode entrar no lugar de um dos 2, porque pode-se mudar o esquema tático em algum momento. A unanimidade com a qual os comentaristas falavam depois do jogo "tinha que por o Lucas!" revela o quanto falta-se pensar realmente em tática e quanto comentar virou um esporte de aderir à corrente do momento.

Outro exemplo: André Santos virou o pior lateral esquerdo que já passou pela seleção. Não acho que ele tenha nível de Seleção, se levamos em consideração que o titular por quase 15 anos foi Roberto Carlos. Mas acho que, novamente, o problema é falta de opção. Na Copa América, e já há algum tempo, Daniel Alves vem desempenhando um futebol ridículo. Erra 70% dos passes que tenta e é atrapalhado na marcação; pode jogar muito no Barcelona (embora, nos jogos que eu tenha assistido do Barcelona, não estivesse entre os melhores do time, e jogue no meio de campo e não na lateral), mas na seleção é uma fraude. Acho, francamente, que se Andre Santos não foi brilhante, tem sido menos comprometedor do que Daniel. Mas as críticas ao primeiro são 5x mais frequentes do que ao segundo. E o Marcelo? Acho um bom jogador, talvez até um pouco melhor do que o André. Mas, de novo, a unanimidade "Marcelo tem que jogar!" é um tanto esquisito. Primeiro, ele não é lateral há muito tempo no Real Madrid. Depois, os poucos jogos que eu vi do Real (e aposto que vi mais jogos do Real do que a maioria esmagadora desses comentadores) não vi nada demais. Aí, no jogo contra Gana, Marcelo faz um jogo muito parecido com o os jogos que o André vinha fazendo: algumas boas jogadas, alguns erros de passe, uma marcação insegura. Qual o comentário geral depois? "Marcelo joga muito", "um cara desse não pode ficar de fora". Até o fato dele ter pedido cartão pro juíz foi apontado como vantagem "ele joga no Real, tem mais peso".

É difícil achar alguém, na imprensa, que fala mesmo sobre futebol...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Coritiba x Corinthians

O jogo de ontem pode ser analisado de 2 formas diferentes.

A primeira é: o Corinthians jogou razoavelmente melhor o primeiro tempo. Dominou as ações, teve algumas chances de gol. No segundo tempo, depois que tomou o gol, foi pra cima e criou umas 3 chances claras, inclusive com 2 bolas na trave. Considerando que o juiz teve pelo menos 1 erro grave (e não expulsão do Leandro Donizetti), dá para creditar essa derrota aos "deuses do futebol" e a uma certa zica.

A segunda é: por que, de novo, o Corinthians cai muito de produção no segundo tempo? Por que se acovarda e aceita ser dominado? Mais uma vez, o Tite esperou tomar o gol para tomar uma atitude e mudar a formação do time, que já vinha sendo dominado há vinte minutos, pelo menos. Ontem, a sensação foi parecida com tantos outros jogos do brasileiro (por ex, contra o Ceará): "logo logo vamos tomar um gol". A pressão não era tão grande, mas quem conhece futebol pressente um time tendo seu domínio aumentado, fazendo chuveirinho, e que a chance de uma bola pipoca e entrar é grande. E foi o que aconteceu.

Tudo que deu certo nas primeiras 10 rodadas começou a dar errado agora. As bolas nossas que entravam não entram e as dos adversários que batiam na trave estão entrando. Ok, mas jã são 21 rodadas e alguns erros deveriam ter sido consertados. Não pode cair tanto de produção no segundo tempo, perder o foco; não pode se acovardar. Se o técnico não percebe e faz alguma mudança, alguém dentro de campo tem de assumir essa responsabilidade.

Para mim Alessandro já deu. Um cara que joga 40% dos jogos porque o resto está machucado e, quando joga, demora mais uns 5 jogos para recuperar ritmo...é deficiente no apoio e, se antes compensava marcando muito bem, hoje já não tem pique para correr atrás: no jogo contra o Grêmio perdeu todas de cabeça pro Brandão e, ontem, não acompanhou quem passou nas suas costas umas 2 ou 3 vezes - perdeu até corrida pro Tcheco. O Alex é um caso estranho: toda vez que entra no segundo tempo entra mordendo, mudando a cara do jogo; mas quando começa jogando é sonolento, perde um monte de bola porque acha que é o Zidane e pode se dar o luxo de pensar antes para ver o que vai fazer com a bola...Eu tentaria o 442 de novo, com Alex, Danilo, Sheik e Liedson, colocando fogo no rabo do Danilo e do Alex para eles entrarem ligados em campo. Vamos ver quinta-feira contra o Flamengo...

Arbitragem: na quarta-feira, a imprensa toda repercutiu o penalty no Sheik que, supostamente, não havia cometido. Eu acho o lance interpretativo e, pessoalmente, daria o penalty. Zagueiro se acha muito malandro e tá sempre deslocando atacante nas costas, empurrando, puxando - quando algum juíz marca aí ele é o vilão. De qualquer forma, em outros cinco ou seis lances, o juiz interpretou pró-grêmio (corretamente, ao meu ver: os dois penalties em Danilo e Sheik no segundo tempo, as 2 expulsões, não marcar o recuo pro Vitor etc). Mas parece que desses ninguem reclamou...

Ontem, houve uma série de lances polêmicos. o amarelo no lateral esquerdo pela falta no Sheik achei até justo - o lance não era reto pro gol. Mas a não expulsão do Leandro Donizetti foi dos erros mais grotescos esse ano. Como o Marsiglia falou: podia expulsar até direto, mas o fato é que o cara já tinha inclusive amarelo...Naquele momento o jogo estava zero a zero e a expulsão seguraria o ímpeto do Coxa. Pois é, e hoje os teóricos da conspiração amanhecem caladinhos...

E o Cruzeiro, depois da passagem do Cuca, ficou com o péssimo hábito de chorar: o Gilberto diz que vai parar a carreira por erros de arbitragem. Mas ele fez muito penalty em cima do João Vítor...