quarta-feira, 29 de maio de 2013

Goiás 1 x 1 Corinthians

Tudo bem que tínhamos cinco desfalques – seis, se contar Renato Augusto – mas o time fez um primeiro tempo horrendo. Desencontrado, mal tecnicamente, as linhas muito afastadas no campo enorme do Serra Dourada. Sheik não achou suficiente errar 100% dos lances em que participou, ainda tinha que arrumar uma confusãozinha e fez de tudo para tomar cartão. Romarinho também muito mal; Pato recebeu poucas bolas, mas poderia contribuir para os que – como eu – clamam para que ele seja titular e fazer alguma coisa com as 4 ou 5 que recebeu. Douglas, por incrível que pareça, era o único que destoava do time e merece um comentário a parte. Uma das justíssimas reclamações sobre o Tite é sua montagem no escanteio defensivo – 11 jogadores dentro da área, 8 dentro da pequena área – e ainda assim o goiano consegue cabecear?? Enfim, primeiro tempo para esquecer.
Vem o segundo tempo, o time melhora, cria chances, principalmente com a saída do Sheik, entrada de Guerrero e mudança do esquema – inclusive dois gols perdidos no melhor estilo “clodô etô” (a do Pato foi pior...). E a pergunta que nos fazemos há quase 3 anos: porque precisa estar perdendo para provar que é muito melhor que o adversário? A diferença técnica para esse time limitadíssimo do Goiás, que lutará ardorosamente para não cair, é gritante. Com Guerrero e Pato, alguma aproximação no ataque, marcação dividida e, claro, espaços surgindo. No fim, empate e aquele gostinho de que perder 2 pontos para esse time é prejuízo dos grandes.

- Douglas já teve quase 3 semestres para provar que é opção relevante para a armação – sem sucesso. Mas entrou bem contra o Santos e fez uma belíssima partida hoje – marcando, com vontade, acertando excelentes passes. E aí? É uma posição dificílima para contratar, então é melhor testar ele de novo. Acho que o esquema deve ser mudado e, num novo esquema, ele é candidatíssimo para titular.

- No post passado falei sobre esquema. Na minha opinião, esse esquema com 2 abertos não dá certo pelo posicionamento e falta de aproximação. Isso não vai mudar, então deve-se mudar o esquema. Já tínhamos visto que o Pato fazendo dupla com o Guerrero foi o que funcionou melhor ao longo do semestre, vimos isso de novo hoje. Tite dificilmente fará mudanças drásticas pela coerencibilidade; mas além do Pato, enquanto RA não volta é de se pensar seriamente em botar o Douglas com o Danilo para armar.

- Gil vem sendo um dos melhores zagueiros em atividade no Brasil Aí o Chicão vai entrar, e para não comprometer, joga o Gil para a esquerda pro Chicão jogar na dele? Acho que no segundo tempo eles inverteram. Ruim por ruim deixa o Chicão na torta e deixa o Gil na dele.

- a (pouquíssima) técnica do FS fica evidente a cada jogo. Também já sabíamos que ele é um dos mais nervosinhos do grupo - dar a faixa de capitão para ele é piada de mal-gosto...


- Esse tipo de arbitragem a la Vuaden não dá certo. O cara quer ser Europeu, não dar faltinha, mas na prática acaba escolhendo qual falta dar – não marca faltas claras e escolhe umas a la paulista para dar. Fica tosco.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O que o Bayern tem a nos ensinar

Esse texto vem por conta - claro - do jogo de sábado. Mas não só disso; acompanho razoavelmente o futebol europeu (assisto pouquíssimos jogos inteiros, mas vejo partes de vários jogos). Minha idéia primeira era escrever sobre o futebol europeu de modo geral e coisas (táticas e comportamentais) que deveríamos aprender com eles. Mas a questão tática do Bayern, por me parecer com o estilo que Tite tenta impor o Corinthians, me pareceu mais importante.

O quadrado

O padrão tático de Tite no Corinthians se parece muito, em teoria, com o padrão do Bayern. A linha de quatro atrás com laterais que apoiam pouco - se revezam no apoio e dificilmente chegam à linha de fundo. Dois volantes fechando o meio, três semi-meias e um centroavante enfiado. Ok, aqui as diferenças começam a aparecer. Voltemos aos volantes depois e falemos antes do quarteto na frente. Os 4 do Bayern (mas, em especial, os 2 'pontas', Ribery e Robben) participam mais do jogo, guardam menos posição e se movimentam mais. Os 2 gols do sábado são exemplos disso: Robben conduz a bola pela meia esquerda (embora atue pela direita), e quando recebe de volta em diagonal, Muller já está na entrada da área enquanto Mandžukić (claro que eu googlei para escrever corretamente!) esperava quase dentro do gol. Aliás, outro detalhe: os 3 meias entram muito mais dentro da área. No segundo gol, Ribery faz o pivô para Robben entrar na diagonal. Além das trocas de posição mais constante, o deslocamento é diferente. Robben canhoto e Ribery destro atuam nas posições invertidas, o que faz com que naturalmente busquem mais a diagonal do que a ponta, buscando a aproximação com um dos outros três companheiros para tabelas e infiltrações (a jogada mais manjada do Robben é cortar pro meio e chutar). Você vê pouco no estilo Bayern aqueles toques de lado sem objetividade porque ninguém está infiltrando ou dando uma opção razoável de enfiada.
No Corinthians, a ocupação do espaço é diferente; Guerrero fica enfiado, ou vem tentar trazer a marcação para abrir espaços. Na formação mais recente, Romarinho fica espetado na direita, Danilo na esquerda, e Sheik tenta flutuar pelo meio (as vezes trocando com Danilo). As peças ficam mais distantes. Romarinho destro joga na direita, Danilo canhoto na esquerda, naturalmente tendem a buscar menos a diagonal (e o Sheik quando joga na esquerda gosta de driblar mais para fora do que para dentro). Ultimamente os lances mais perigosos tem saído quando Romarinho recebe, mesmo enfiado na ponta, mas já mata saindo do marcador se deslocamento pro meio (coisa que faz muito bem) - quebra a marcação e chama alguém para se aproximar e tabelar. Renato Augusto também compreendeu isso em alguns jogos e pediu pro Tite para jogar na esquerda (contra o Santos na fase classificatória do paulistão, por ex).
Desse posicionamento mais distante, entendo que Tite tenta abrir a defesa adversária e dar espaço para a chegada do Paulinho. Aí temos a diferença dos volantes: Martinez e Schweinsteiger (outro google) são dois volantes com funções parecidas; marcam e saem pro jogo mais ou menos na mesma proporção. É diferente da disposição de Ralf (cão de guarda e cobertura de laterais) e Paulinho (mais saída de bola, quase um meia). O problema é que quando Paulinho não joga, o time não joga.
Diferenças técnicas à parte, gosto mais da disposição tática do atual campeão de tudo. A disposição corinthiana faria sentido com laterais que apoiam - lembram do triângulo Kleber, Gil e Ricardinho? Buscar a ponta funciona quando você tem um lado muito forte e dificulta muito a marcação ou tem um elemento surpresa no meio (como o Paulinho já foi um dia). Do contrário, é só trancar os lados com laterais subindo pouco (como o Boca fez) e você congela a criação - os atacantes só recebem bolas mais longas, matam com dificuldade e não tem alguém por perto para triangular. Quase todo mundo no Brasil aprendeu a marcar o Corinthians. O modelo corinthiano lembra mais o do Real Madri, que é mais estático. Di Maria dificilmente sai da direita e Ozil também flutua mais entre meia e esquerda. Só que os caras tem Cristiano Ronaldo, que faz gol jogo sim outro também e (claro) deve ter liberdade para flutuar meio por onde quiser. Ainda assim o Real não foi de longe o melhor trabalho do Mourinho e ele deixa tendo ganhado apenas um espanhol.

Nova formação



Uma formação corinthiana mais 'a la Bayern" depende de jogadores com características de se adaptar ao sistema. Nessa acho que Renato Augusto e Pato viriam a calhar; Renato é um meia-atacante clássico, que jogava pelo meio e já mostrou que pode atuar muito bem na direita e na esquerda. Pato pode fazer a do Muller, sendo o que atua mais pelo meio e que chega mais dentro da área, dividindo a atenção dos zagueiros com o centroavante. E Danilo pode continuar tendo seu lugar cativo no time, talvez caindo pela direita. Na época do Mano, pouco antes dele sair para a seleção, ele já ensaiava uma formação com 2 meias com Danilo invertido (Bruno César ficava mais pela esquerda), e era algo que parecia promissor. O problema é a capacidade física - essa movimentação exige uma condição acima da média que, por óbvio, Danilo não tem. Nessa Sheik e Romarinho como opções para revezar quando Danilo precisar de recuperação encaixam bem.

Jogo balada

Não assisti o jogo balada, nesse horário horrendo que inventaram e que, não sei por que, vão enfiar o Corinthians nas próximas rodadas. Pelo que pude perceber por comentários aqui e acolá e assistindo os melhores momentos, jogamos mal e o empate foi lucro. Há 2 coisas a serem faladas sobre o Botafogo. A primeira é que, estranhamente, para o Corinthians, tem sido mais fácil ganhar deles fora de casa do que em casa - tem sido rotina o Botafogo vir ao Pacaembu e aprontar. A segunda é que esse é o típico confronto muito mais complicado no começo do campeonato - quando eles estão mais arrumados taticamente do que os adversários, empolgados com o título carioca com sobras e achando que tem chances - do que do meio pro fim, corroídos por desfalques e já confrontados com a dureza do campeonato. Enfim, quem quiser e puder, comente o jogo!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pequenos ajustes


Bom, acho que o time entra em excelentes condições para ganhar, com folgas, o Brasileiro. Mas há mudanças a serem feitas.
Há tempos os laterais são o ponto fraco do time. Alessandro é quase nulo no apoio, mas compensa em partes com liderança e sendo um bom marcador (embora sua condição física tenha deteriorado bastante de 1 ano para cá). É um ótimo cara para jogar quando o melhor jogador do outro time cai pelo lado esquerdo (Neymar, Bernard etc). Já Fábio Santos...quando assumiu a posição, já achava o elo fraco do time. Sempre foi fraquíssimo no apoio - quantas vezes ele recebe a bola na entrada da área, ou já invadindo, com chance de chutar ou fazer algo que presta, e ou chuta porcamente ou tenta cavar a falta (e você nesse momento lembra dos gols que o André Santos fazia)? Uma vez a cada vinte jogos recebe uma bola na lateral da área e consegue dar um bom cruzamento. E defensivamente tem sido fraco também. Na Liberta 12 não comprometeu - depois ficou evidente que era pela enormidade que o Castan tava jogando. Enfim, há algo a ser feito. Fábio merece sair mais do que Alessandro, mas nesse momento a direita tem uma opção muito mais viável (Edenilson). Entendo a coerenbilidade de Tite, e se já o conhecemos bem, o que ele fará é continuar colocando Edenilson aos poucos, até que ninguém consiga mais conceber que o Alessandro continue titular. Por outro lado, entendo que o Igor (o Denner não volta da cirurgia nunca?) tem de ser testado regularmente, e até pensarem em contratação para a posição. Se há uma posição para a qual seria importante gastar dinheiro, é essa. Um tempo atrás a Roma parecia atrás do Fábio Santos. É um ótimo momento para fazer essa troca.
Do meio para frente, vejo o esquema com Danilo, RA, Pato e Guerrero como o ideal. Renato pela direita, Danilo pela esquerda, Pato flutuando no meio e Guerrero centralizado (como jogamos contra Milionários e o começo contra Tijuana no paca). Pato tecnicamente é o melhor que temos no Brasil (exceção feita ao Neymar), muito superior à média, não pode ficar de fora. Esse esquema, com a possibilidade de troca de posições entre Pato e Renato e Pato e Danilo ao longo do jogo, vai demorar para acertar - muito treino e uns 15 jogos. Mas a hora que estiver tinindo tem tudo para ser um Bayern das Américas.
Preocupa-me a opção da armação quando Danilo estiver sem condições, ou mesmo não estiver rendendo bem. Já temos 3 semestres de Douglas e pouquíssima produção - ou tá gordo, ou tá machucado, ou simplesmente não rende. Creio que uma contratação nesse setor cairia bem, alguma aposta, para ir sendo testada. Também acho que Edenilson pode ser pensado mais seriamente nessa posição, como alguém de drible / carregador de bola.
A grande indefinição é se Paulinho sai ou não sai. Se sair, vai pesar, e muito. Tem o Guilherme, tem o próprio Edenilson, mas a diferença que faz pro time quando Paulinho rende ou não demonstra que teremos grandes dificuldades para acertar o time após sua saída.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Paulinho


Sou da opinião que dos volantes para trás não se deve vender ninguém que seja importante para a equipe. O motivo é que o retorno financeiro nunca compensa o desajuste causado no time. Temos vários exemplos recentes disso, como André Santos e Castan. A sorte com Ralf depois da saída do Christian foi exceção. Por isso acho acertada a decisão da diretoria de estipular um valor bem razoável (20 milhões de euros) para liberar o atleta.
Claro que isso tudo tem que ser combinado com os russos - nesse caso, jogador e empresário/investidores. Para o jogador, geralmente há poucos motivos para deixar o Brasil na situação atual. A proposta salarial da Inter de Mião é de 3 milhões de euros ano, o que dá uns 600 mil reais por mês. Consideradas as diferenças tributárias, é equivalente a uns 450 mil reais no Brasil, salário facilmente coberto na realidade brasileira para um titular da seleção, com 4 anos de casa e unanimidade entre torcedores e imprensa. Do ponto de vista profissional, há tempos que ir para "qualquer clube" da Europa, em qualquer situação, não é mais negócio. A Inter é um p* clube, mas não jogará champions e hoje não entra no italiano como favorita. O Castan, por ex, está longe na lista para ser lembrado para seleção - alguém duvida que estaria no grupo da Copa das Confederações se tivesse continuado por aqui, jogando o que jogava? Nessas horas, a maior dificuldade seja convencer o investidor de que ele ganha mais esperando uma venda mais polpuda se (e somente se) o jogador se valorizar mais.
Os valores que o Shaktar oferece, no entanto, são sim quase irrecusáveis. 5 milhões de euros por ano para o jogador, 20 de euros pela transferência. Aí a questão financeira pode pesar, embora profissionalmente e pessoalmente seja uma fria (literalmente) pro jogador. Vai sumir do radar, dificilmente chegará a um grande centro europeu. Por ex, se um Manchester ou Real vem e oferece esses valores, não dá para discutir. Em qualquer outra situação (99% das vezes) tem sim que se avaliar com muito cuidado. Quase sempre é melhor pro jogador e pro clube ficar. No caso do Paulinho, continuar na sua cidade natal, titular da seleção, destaque do maior clube das américas, sempre disputando títulos importantes e ganhando na casa dos 400 mil por mês, o que mais você quer?

domingo, 19 de maio de 2013

Paulista: é campeão!!


O jogo começou com o time compacto, marcando na frente, não deixando o Santos sair. Jogo truncado, sem muitas chances, mas com o Corinthians bem melhor. Gol do Santos – aqueles lances que pouco há a fazer; o cara acerta uma bela finalização sem deixar a bola cair no chão, não há esquema de marcação que evite essas coisas. Reação rápida, bela jogada, empate. E chance de virar ainda no primeiro. Aí vem o segundo tempo e aquela coisa: defensividade titeana, Santos com 2 chances de passar a frente de novo. Mas depois da bela entrada do Edenilson (que a despeito da falta de compreensão tática do Caio e do Casa, entrou para fazer uma das funções que poderia fazer: de meia aberto, na esquerda, jogando o Romarinho para esquerda). A partir daí foi um ataque (sem produtividade) do Santos contra uma defesa bem montada e ótimos contrataques, sempre mais perto de abrir 2 gols a frente no agregado do que tomar o empate. Título com gosto tanto amargo pela eliminação na liberta, mas mantém a folga na liderança de títulos e impede o tetra Santista. No fim de tudo...é campeão!!

- se o Santos fosse campeão, certamente só o seria nos penalties, o que mostra a fragilidade do time: teria sido campeão levando os 3 playoffs nos penais.

- Quando Neymar apareceu com o Ganso na virada 2009 / 2010, achei que Ganso seria a estrela e o Neymar seria mais uma fraude. Logo eles me provaram errado e passei a ser um defensor do Neymar. Mesmo quando muitos já o achavam ‘mala’, que só joga na Vila etc, e continuava achando um p* jogador. Mas a cada dia fica mais claro que enquanto ele não sair do Brasil, vai ser apenas uma promessa. 60% das faltas que ele “sofre” no Brasil não são consideradas falta na Europa. Ele já está muito acostumado a sair voando quando alguém encosta nele. Quando for para Europa, sofrerá muito e só o tempo dirá se conseguirá ser de fato um grande jogador.

- Nos 2 jogos contra o Boca, Sheik manteve a posição no nome – quem saiu para entrar o Pato foi o Romarinho, que era um dos melhores do time nas duas situações. Hoje, finalmente Tite se rendeu e tirou o Sheik para por o Edenilson – mesmo que ele fosse atuar na direita, onde era o Romarinho que estava. Enquanto Renato Augusto não volta, aposto em Danilo, Romarinho Pato e Guerrero.

- Arbitragem horrenda. Não acho que um dos times tenha sido muito prejudicado, não; até acho que houve penalty (não sei se tava dentro da área) na mão do PA. Mas um critério de faltas e cartões totalmente zoado, incapacidade de levar o jogo, muito confuso – em suma, muito ruim.

- O fato de ainda sofrermos riscos nos últimos minutos aponta um (antigo) problema do time. Fomos muito melhores que o Santos no primeiro jogo e razoavelmente melhores no segundo. A superioridade no campo não é compatível com a situação de sofrer riscos no fim. Falta a esse time a capacidade de matar os jogos ou confrontos quando tem a chance - nocautear o adversário. 

- Há (pequenos) ajustes a serem feitos no time e elenco. Falemos disso depois. Começando o brasileiro semana que vem, sem distrações nem grandes perdas no time, o time tem tudo para levar o brasileiro com alguma folga. É só não fazer cag*das.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Corinthians 1 x 1 Boca Amarilla


Há algumas e importantes coisas a serem ditas sobre o time; mas é preciso tirar da frente um assunto sob o risco do resto perder importância: a arbitragem veio ao Brasil assaltar o Corinthians. Erros acontecem; num jogo uma expulsão exagerada, um penalty não marcado, um gol mal anulado. 2 gols mal anulados e um penalty escandaloso não dado num mesmo jogo? Nunca tinha visto, e não é uma expressão só não – em vinte e poucos anos de acompanhar futebol, não me lembro de ter visto isso não. No segundo toque do Sheik na bola, pensei “hoje ele quer jogo”; o próximo toque dele foi o penalty, e tomou um cartão que o juiz deu com tanto gosto que deu para notar claramente que o cara “murchou” – ficou com medo de ser expulso o resto do jogo. É provável que, após 3 títulos consecutivos de brasileiros e com o risco claríssimo de termos uma semi-final com 4 brasileiros, as orientações fossem de dificultar ao máximo essa possibilidade. Sei lá. Só sei que o time não ta jogando o suficiente para superar, além das dificuldades naturais, esse tipo de dificuldade.
Edit: não tinha visto o lance do Sheik (segundo penalty) com clareza. Vi agora, penalty claro. Outra coisa: Marin, que deu o tapa na bola, já tinha cartão por cera. No primeiro penalty, além do penalty deveria ter recebido segundo cartão e ser expulso. Acima de tudo: os dois penalties foram cometidos com uma cara-de-pau pelos jogadores argentinos que faz a gente pensar se eles mesmos já não sabiam que iam ser ajudados.

Ao jogo. O time começou nervoso, com uma postura que não me agradou. De fato o Boca mandou no jogo nos primeiros minutos. Entendo que é um jogo complicado, e como o Tite falou na entrevista, a estratégia é ter calma, pois há “90 minutos para fazer o resultado”. Mas ainda acho que é importante se impor, nem que seja fisicamente, marcando em cima, sufocando o adversário, pelo menos nos primeiros 25 min. De novo, o time não fez isso. O gol do Boca foi um castigo – acho que Riquelme quis cruzar, Cássio semi-falhou, um semi-azar. Isso acontece, é o risco de perder de 1 x 0 fora, qualquer gol do adversário põe uma baita pressão. Vem o segundo tempo e uma postura completamente diferente. A pergunta de sempre: precisa estar atrás no placar para ser agressivo? O time não teve forças para fazer tantos gols quanto seriam necessários (os que fossem validados e os anulados pelo juiz) para fazer o resultado. Sempre achei, desde o ano passado, que o grande risco do Corinthians ser eliminado seria se ver numa situação de fazer um resultado, 2 ou 3 gols, mesmo dentro de casa, e não ter força para isso. Com todos os méritos do time na era Tite, essa sempre foi uma grande dificuldade. Já no BR11, quantas vezes reclamamos de que o time fazia 1 gol em casa, contra adversários fracos, e se fechava e sofria até o fim? Ou entrava em campo meio murcho, sem agredir o adversário, aí sofria um gol e o Tite escalava o time para frente, e aí sim o time jogava bem? No BR o saldo foi mais positivo do que negativo, além da vantagem acumulada nas primeiras rodadas. Na liberta do ano passado, nunca saímos atrás nos mata-matas. A primeira vez que saímos, não conseguimos reverter. Não se pode ganhar todas, essa ‘estratégia’ nos deu títulos importantes nos últimos 2 nos. Não dá para crucificar todo mundo quando ela não funciona. Bola pra frente.

- O time parecia ter encontrado uma formação e um jeito de jogar contra o Tijuana, com Pato e Renato Augusto. Foi um certo azar as contusões dos dois – especialmente do segundo. Até por isso, era importante pegar uma ‘baba’ nas oitavas, para dar mais tempo pro time se reencontrar. Azar? Não, isso foi bobeada mesmo. O jogo contra o San José era para ter entrado para enfiar 6, não 3. De novo, faltou postura, vontade. Tivesse feito um placar mais elástico (e isso já dava para saber antes do jogo), teríamos ficado em 3° e pego uma chave bem mais fácil.

- A coerencibilidade titeana, de só tirar alguém do time quando estiver mais do que provado que não vai bem, funciona e tem sentido com um time vencedor. Nas derrotas, há mais espaço para mudanças. Pro brasileiro, mudanças devem ser feitas. Renato Augusto deve voltar; Pato deve ser titular. Não podemos ter dois laterais que são totalmente improdutivos no ataque; se na esquerda não há opções pro Fabio Santos, Edenilson deve jogar na direita. Douglas não funcionou como opção de armação; quando Danilo não joga (ou está morto) e Renato machucado, deveríamos ter uma outra opção, e isso fez muita falta. É preciso contratar nessa posição.

- Acho que temos tudo para repetir o que o São Paulo do Muricy fez em 3 anos – perdeu a liberta, entre outras coisas, porque o time não estava preparado naquele momento, mas se remontou e ganhou o brasileiro com folga. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Concentrando


Amanhã é o grande teste do ano.
Jornais dão conta que o Boca vem com uma escalação diferente, deixando apenas Riquelme na armação e Blandi na frente. O time deles entrará compacto com 2 linhas de quatro; na segunda linha de 4, Ervitti deverá ser o desafogo pela esquerda, e o Sanches Miño (que substituiu Riquelme no jogo de lá) pela direita. Eles não tem muita carta para tirar da manga não; o tal do Blandi vai brigar com os zagueiros e o Riquelme, que deve flutuar com certa liberdade por onde bem entender, vai tentar enfiar uma bola para alguém. O jogo é esse.
Do nosso lado, não acho que Tite irá inventar. Deve repetir a escalação e o jeito de jogar de domingo. Nesse caso importa mais postura e condições emocionais do que tática. Será um jogo chato, nervoso. O Boca vai tentar parar o jogo e catimbar o tempo todo. Desconfio muito da capacidade técnica e emocional do time deles de segurar a bronca se fizermos a nossa parte. Riquelme entra, principalmente, para dar essa "sustância". Está claramente fora de forma e, para essa partida, sem ritmo de jogo. Não precisa de muito dessas duas coisas para fazer o que sempre fez: proteger a bola, deixar alguém na cara do gol e ditar o ritmo do jogo. Ao seu lado, no entanto, tem um time pior tecnicamente e em pior fase do que ano passado - embora tenha num banco um técnico muito mais vencedor. É bom que o Amarilla que vá apitar o jogo; experiente, é provável que tenha a leitura correta do jogo e não deixe os argentinos ganharem no grito, nem permita o uso excessivo de faltas e anti-jogo.
Estou ao mesmo tempo receoso e confiante. Sei do que esse time é capaz e acredito que esteja muito mais maduro do que ano passado. Se não amarelar e o futebol não aprontar das suas, passaremos. Mas a concentração precisa estar nas alturas 80% do tempo e é preciso assumir de vez a postura de campeão do mundo. Torçamos.

domingo, 12 de maio de 2013

Corinthians 2 x 1 Santos


O Corinthians fez um bom primeiro tempo. Um estrangeiro – alheio ao contexto dos 2 times – assistindo o jogo concluiria “ta bom pro time de branco”. O posicionamento com Danilo centralizado deixou o time mais equilibrado. O time não marcava pressão na frente, mas a escalação com 3 volantes do Muricy já deixava naturalmente o Santos sem saída. Só o Corinthians jogava. Ainda assim, não gostei. Na minha leitura do contexto, é assim: essa semana é jogo em casa, com uma semana de descanso. Semana que vem, inverte. Pior – jogaremos semana que vem emocionalmente desgastados pelo jogo de quarta, na melhor das hipóteses; na pior, eliminados e com o emocional destruído. Entendo que Tite e comissão deveriam entrar pensando para esse jogo que placar bom é de 2x0 para cima. Do outro lado, tirando que é o Santos com Neymar, é um time tecnicamente parecido com um Mogi-Mirim e Ponte Preta. “ah, mas é clássico, final, não é assim que funciona...”. O Bayern pode receber o Barcelona e ter postura para meter 4 e o Borussia  receber o Real e ter postura para meter 4, e nós não podemos receber esse time meia boca do Santos e ter postura para meter quantos der? Achei que faltou intensidade no primeiro tempo, marcar mais na frente, sufocar mais. Até o gol as únicas duas chances foram a cabeçada do Paulinho e a bola que o Romarinho preferiu cavar o penalty a marcar o gol. Foi melhor que o Santos, mas pior do que o próprio Corinthians devia ter jogado. 
Tanto foi assim que bastou o Muricy arrumar a escalação no segundo tempo que o Santos equilibrou e até passou a jogar melhor. Poderia ter empatado; saiu o gol do PA, depois do Durval, e o resultado foi um boa expressão do que foi o jogo jogado de fato. Pra mim, pouco. Se fosse esse mesmo resultado mas o time tivesse jogado para enfiar 4, estaria mais satisfeito. Não foi o que aconteceu. Agora jogaremos domingo que vem, na melhor das hipóteses, espremidos entre um jogo extenuante na quarta e uma viagem a Buenos Aires na outra quarta.

Para quarta: minhas esperanças estão 100% depositadas na hipótese de que o problema seja, de fato, a (pouca) motivação no Paulistão, mesmo numa final, mesmo num clássico, mesmo com 38 mil no Pacaembu. Precisamos voltar a jogar como se fosse o último jogo da vida. Esse time sem essa motivação vira muito comum. Para mim o jogo de hoje tinha características parecidas com o de quarta: não é ganhar, é fazer um bom resultado, com pressão, estádio cheio, motivação. Nesse teste, na minha opinião, o time não foi mal, mas não passou. Veremos quarta.

edit: acabo de ver os melhores momentos de Galo 3 x 0 Cruzeiro. Situação parecida com o nosso jogo; mas lá foi 3 x 0 fora o baile.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

vai pegar no breu?

O desempenho esse ano ainda não empolgou; o time não passa a segurança de que é um time capaz de entrar em qualquer jogo importante e ser superior (às vezes, bem superior) do que o adversário, como passava ano passado. Podemos cogitar duas hipóteses básicas para isso. A primeira é de que o time esse ano não encaixará nem será tão vitorioso quanto no ano passado - algo se perdeu, o encanto se acabou e coisa do tipo. A segunda é a de que o time tem tudo para engrenar e crescer de produção, e que afinal nos últimos anos vencedores isso também não tinha acontecido tão cedo.


Sou otimista e, embora ande meio ressabiado, confio mais na segunda hipótese. Os últimos anos vencedores foram 2009, 2011 e 2012. Descarto 2011 da análise porque, nesse ano, o time não chegou a ganhar a confiança da torcida por um tempo razoável antes de, de fato, ser campeão brasileiro (ficamos até o fim desconfiando se no final não teria uma pipocada). Então vejamos 2009 e 2012 - em que momento nesses 2 anos o time, de fato, pegou no breu? Considero pegar no breu aquele momento em que o time mostra um desempenho que faça boa parte da torcida pensar "pqp, esse time vai longe...".


Em 2009, considero que tenha sido na segunda semi-final do paulista contra o São Paulo. Naquele ano, a semi ainda era disputada em 2 jogos e o time de melhor campanha (no caso, São Paulo), além de disputar o segundo em casa, levava a vantagem de 2 resultados iguais. Na primeira semi, aos 45 do segundo tempo, depois de um jogo parelho, empatávamos em 1x1, o que seria ruim porque o Leonor FC levaria pro seu estádio a vantagem do empate; até que o JWagner perde a bola, Cristian acerta aquele canudo, comemoração com dedinhos em riste etc etc. Bom resultado, mas desempenho ainda insuficiente para empolgar de vez. No segundo jogo, aí sim: time bem postado, postura tática eficiente e contrataques matadores, com direito ao lendário "que pique, gordo!". Depois veio o primeiro jogo da final na Vila, o segundo jogo nas quartas contra o Flu no RJ, as finais contra o Inter - todos jogos com ótimo desempenho que sedimentaram a confiança que a torcida tinha no time. Mas, na minha opinião, a primeira demonstração sólida foi naquela segunda semi do paulista.


Ano passado, acho que essa virada foi na primeira contra o Santos na semi da liberta. Até então, o time chegava, a torcida confiava que podia chegar, mas sempre com um quê de "será que dá?". As quartas com o Vasco foram emocionantes, mas um sufoco da p*orra. Ou alguém esquece que quando o Diego Souza pegou aquela bola todo mundo pensou "f*, tamo fora?'. E o gol de Paulinho num escanteio aos 41min num jogo com pouquíssimas chances de gols? Aí pegaríamos o Santos, até então 'queridinho salve salve melhor do mundo Neymar é o novo Messi' etc. Jogo na vila, postura tática inteligente, com saídas rápidas (inexistentes até então nos jogos fora de casa), sofrendo pouco atrás, sardinhada apagando a luz do estádio para não tomar segundo gol. Para mim esse jogo marcou a virada de confiança na torcida, que a partir dali pode pensar "dessa vez vai dar...".


Se for só por histórico, não estamos atrasados. Esses momentos aconteceram entre final de Abril e durante Maio. Esse ano voltamos de férias 15 dias depois. Futebol não é exato, então há margem um pouco para lá, um pouco para cá. O que me deixa um pouco mais confiante é que comparando a primeira fase da liberta desse ano com 2010 e 2012, acho que esse ano fizemos jogos em casa mais sólidos. Na bola, Milionários e Tijuana (adversários nada desprezíveis pro nível sulamericano) foram atropelados. Nos outros anos, embora ganhássemos os jogos, o desempenho era mais claudicante. Nada garante que esse ano o time crescerá na hora certa, como foi em outros anos, mas as condições estão aí. O lado negativo é que esse ano, em vez duma baba nas oitavas (seria importante para não correr riscos desnecessários enquanto o time ainda se arranja), pegamos um time tradicionalíssimo.


Sinceramente? O jogo contra o Boca vai ser o grande teste. Primeiro porque não haverá tempo para outros. A única possibilidade do time ir em frente na liberta sem mostrar um grande desempenho é aquela situação de fazer um a zero meio sofrível e levar nos penalties; no mais, só passará crescendo já nesse momento e fazendo um baita jogo. Esse jogo reune todas as condições para ser esse teste: motivação, pressão, adversário cascudo. No dia 15 saberemos qual das duas hipóteses do primeiro parágrafo é verdadeira.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

0 x 0


Tava com a idéia sobre o que escrever lá pelos 38 do segundo tempo (já bastante entediado com o jogo), e pensei que mesmo se algo acontecesse até o fim do jogo, ou mesmo o resultado dos penalties, ainda assim a análise permaneceria.

No começo do jogo vimos o time esperar o São Paulo, e quando tentava sair, sem muita vontade, parar na forte marcação. Jogo brigado, catimbado e sem muita inspiração. Depois dos 30min, alguma tentativa de time mais solto, uma escapada aqui e acolá, e só. Comentaristas repetindo aquela ladainha de “estranho, porque Corinthians sempre dita o ritmo do jogo” etc. Eu, otimista, ainda pensava assim “hum...é provável que o Tite tenha pensado que pegar o São Paulo, cansado, com emocional destruído, nesse campo grande, seria melhor esperar para ver a postura, deixar eles virem para cima, segurar, cansar, e no segundo tempo se soltar mais e matar o jogo”. Pois é, mas aí vira o segundo tempo e o jogo já ruim piora. O Tite gosta de falar em intensidade, em volume...nada disso aconteceu. Nem em intenção...nesse tipo de jogo, às vezes lá pelos 20min o técnico faz mudanças, o time cresce, cria 2 ou 3 boas chances de gol mas não converte...acontece, né? Você pensa “bom, fizeram o que dava”... Mas ontem, nem isso...aquele marasmo até os penalties. Não sei o que Tite queria com aquilo, se não queria e os jogadores é que se acomodaram, sei lá. A esperança que fica é que seja mesmo motivação, que no paulista os caras já não consigam se concentrar e os jogos sejam assim xoxos, mas que na liberta tenha motivação, desempenho, intensidade, como diz o Tite.

- Já não tinha gostado desse juiz em algum outro jogo que ele apitou. É fraco, não segura o jogo e apita o que a pressão do momento dita. Voltar o penalty não foi “ser macho”, como falaram. Era o mínimo a ser feito.

- O time do São Paulo anda muito chato. Reclama com a arbitragem (sempre xingando, em gestos largos) até de lateral. Muita simulação, também (mão no rosto e rolando no chão). Não surpreende os problemas emocionais que o time tem nos jogos.

- E o Rogério, hein? Ás vezes o aceitável e o não aceitável se diferem por intensidade.  Não me lembro de ter visto adiantada tão desenvergonhada como a de ontem. Rogério quis ser deliberadamente malandro, tinha certeza que o juiz voltaria o penalty e só queria tumultuar. Ainda foi mais sem ética ao reclamar do juiz por ter voltado o penalty absurdo. Já há algum tempo Rogério vem se sentindo acima da crítica, o “diferenciado”, como falam. É só um bobalhão.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Boca 1 x 0


Antes do jogo, algumas palavras sobre o esquema tático, jeito de jogar, Tite e os comentários da imprensa em geral de “time irreconhecível” ontem:

Tite é campeão brasileiro, da liberta, mundial. O que fez e conquistou com esse time é absurdo e não faz sentido falar mal por causa de uma derrota. Ainda assim, não cabe atribuir a esse time e a esse jeito de jogar algo que não tem. Por ex, essa lenga lenga de que o Corinthians impõe o seu ritmo e sempre tem mais posse de bola. Faz isso, sim, de forma quase impressionante quando joga em casa. Quando joga fora, em especial na liberta, é mais ou menos o que vimos ontem. Sabe a diferença básica entre ontem e a primeira da final ano passado? Ano passado a bola do Romarinho entrou. A diferença foi basicamente essa e, como sempre, o resultado dita os comentários.

É sempre o mesmo estilo nos jogos fora: tenta se fechar para não tomar gols, quase abdica do contrataque e muito de vez em quando acha um gol. Ano passado, todo jogo fora foi um sufoco, onde as coisas, no fim, aconteceram mais ou menos bem.  A gente poderia pensar que, esse ano, por estar com mais moral, isso tenha mudado, mas não. Perdeu pro Tijuana (tudo bem, com gol impedido e gramado sintético), apenas empatou com o fraquíssimo San Jose (tudo bem, altitude), e embora tenha vencido o Millonários, fez um dos piores jogos , sofrendo muito. Então, não, isso não mudou: fora de casa, o Corinthians continua fazendo jogos fracos, abdicando de jogar, e tentando fazer (e até agora, conseguindo) a diferença em casa. Ano passado, deu certo, embora Tite não tenha ainda se deparado com uma desvantagem para reverter. Vamos ver como será.

Ao jogo: no primeiro tempo o time se comportou bem, dentro da proposta tradicional dos jogos fora. Não sofreu, em alguns momentos controlou a bola, em um jogo muito brigado, catimbado. Poderia, pela fragilidade da defesa do adversário, ter forçado mais o jogo no ataque, mas sabemos porque não fez (e não faz isso) nos jogos fora. Ok. O segundo tempo vira, Danilo machuca, JH entra, o time fica torto. Ainda assim tudo corria bem até a mal rebatida do Alessandro, chute torto e Blandi na cara de Cássio. Falha da zaga? Mais ou menos, entendo mais como o tipo de lance que pode acontecer quando você deixa o time adversário rondar sua zaga, mesmo sem muito perigo. A partir daí, nos perdemos. Erros bobos de passe, falta de concentração total, faltou alguém (Danilo?) chamar a responsa, acalmar o pessoal. A tirada do Romarinho acabou com o time; entendo que Tite tinha como intenção reposicionar o time taticamente, trazendo JH para a sua (direita), reposicionando Sheik na esquerda e deixando Pato no meio, no mesmo esquema que vinha jogando antes de Renato se machucar. O problema é que Romarinho era o único jogador que fazia alguma ligação e não sentiu tanto o gol. O segundo tempo poderia durar 60 minutos que não faríamos o gol.

A situação é muito parecida com aquela contra o Flamengo. A diferença (vantajosa) é que o time hoje é mais experiente e mais forte emocionalmente; do outro lado também não há Adriano e Wagner Love. A diferença (desvantajosa) é que o Boca vai catimbar e jogar com o nosso nervosismo de uma forma muito mais intensa do que o Flamengo conseguiu fazer. A avaliar. Embora o resultado tenha sido muito ruim, quem quer ser campeão precisa superar um obstáculo como esse que, afinal, não é tão grande. Bola por bola, o Boca não joga mais do que Tijuana e Millonários, que foram atropelados no Pacaembu. Será preciso intensidade e maturidade.