quinta-feira, 24 de maio de 2012

Na semi de novo


E estamos novamente numa semi. Se o objetivo é disputar “que uma hora ganha”, até aqui o trabalho foi bem-feito. Mas com muito sofrimento..

A escalação já antecipava as dificuldades, que se confirmaram por 2 motivos. O primeiro é que esse esquema de 460 é torto; acabou funcionando 1 vez, contra o próprio Vasco no BR11 no RJ, e um pouco por falta de opção. Mas também só deu certo porque o jogo era fora de casa. E aí temos o segundo motivo: jogar sem alguém no meio da área batendo com os 2 zagueiros é o caminho mais fácil para você não conseguir exercer pressão sobre o seu adversário. Com um centroavante isolando os zagueiros, você abre espaços para tabelas pelas laterais. Sem eles os zagueiros ficam livres para compor no meio ou fazer cobertura nas laterais. O Vasco tinha uma vantagem – o empate com gols – e o Corinthians outra – jogar em casa. Tite praticamente abriu mão da sua vantagem ao mandar para campo um esquema tático que não permitia pressionar o Vasco. De fato, o que se viu em campo foi uma cautela sem sentido. O time precisava ganhar o jogo, ponto. A preocupação com não tomar gols devia ser a mesma de qualquer time que joga em casa porque não tinha o milagre da multiplicação dos gols: se tomasse um, precisaria fazer 2 (como sempre); ganhando o jogo de 1x0 ou 5x4 seria a mesma coisa, só precisava ganhar o jogo. O jogo “acautelado” favoreceu o Vasco, porque igualava as forças, como se o jogo fosse em campo neutro.
Num primeiro tempo de muita marcação, muitos do time estavam claramente nervosos. Nas faltas ou laterais no meio-campo, ninguém aparecia para receber a bola, por ex. Jorge Henrique fez 3 faltas desnecessárias na defesa e arrumou uma confusão que só ajudava o Vasco. A melhor chance veio duma bola cruzada, e a impressão geral era que só conseguiríamos ganhar em um lance isolado mesmo. Outro ponto é o quanto esse time é dependente ofensivamente do Sheik. Ele não jogou necessariamente mal,mas parou na forte marcação vascaína, e errou os 3 ou 4 dribles que tentou no primeiro tempo. Quando ele não produz, o time pára na frente.
No segundo tempo, com as mesmas peças, o time mudou um pouco a postura e começou a marcar a saída de bola (porque não fez antes?). O que acontecia era óbvio: os horrendos zagueiros do Vasco tinham que rifar a bola, e o Corinthians mantia a posse de bola no ataque. Apesar disso, pouca produção. Aí cag* do Alessandro, São Frankstein salvando, bola na trave aqui, bola na trave acolá, até o gol salvador de Paulinho – catarse, torcedor ao delírio, comemoração com a fiel. Mas também sofrimento desnecessário. Por outro lado, a sorte está do nosso lado, e isso é nítido.
- o nervosismo é claro. Dos jogadores, da torcida. Assim vai ficar muito difícil nas próximas fases. Tite não pode ser expulso por uma reclamação daquele tipo; se o técnico que é o técnico não mantém o controle...
- a questão do Cássio é o que muitos já falavam: um time com o estilo tático do Corinthians não pode se dar o luxo de ter um goleiro ruim. Se tomar um gol de vacilo, não vai reverter (vide Goiás, Santos, Ponte...). Cássio salvou o time no momento essencial do jogo. Se Diego Souza faz o gol ali, Alessandro entraria na mesma conta que entraram Roger e Betão.
- É difícil escolher Globo ou Fox. Na Globo o Casagrande, que teoricamente estava lá ‘do lado de São Paulo’, insiste em fazer uma avaliação contrária ao Corinthians em qualquer aspecto. Na Fox, depois do jogo, os comentaristas discutiam que sem dúvida os próximos jogos corinthianos seriam no Morumbi (oi?). Um deles lembrou que a final exige um estádio com 40 mil e o Pacaembu não comporta, a Comembol não aprovaria (Santos x Peñarol, oi?).

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