Quando Tite definiu o time sem Pato, a imprensa deu que ele
entraria num 442. Em campo vimos o mesmo esquema – Sheik marcando o gandula dum
lado, Danilo marcando o bandeira do outro, e Romarinho centralizado (depois
Sheik começou a se estranhar com o lateral cruzereinse e Tite o colocou
centralizado). Aí você que entende um pouco de futebol, ou pelo menos de
lógica, pode responder sem muito problema: se o esquema com 2 abertos não vem
dando resultado com um centroavante de ofício, qual a chance de dar certo com
alguém sem cacoete improvisado? Sem Guerrero, só consigo imaginar um motivo
para Tite ter deixado Pato de fora: queria escalar os jogadores da sua panela,
quem fosse mais garantido de correr por ele e por seu emprego.
Ainda assim, o time ameaçou um começo que parecia não ser
ruim – com movimentação e um pouco mais de vontade do que ultimamente. Só que
as grandes chances foram do Cruzeiro, que não abriu 2 gols de vantagem porque
Cássio continuou a salvar o emprego de Tite. Na frente, não criamos nada, pois
os mesmos problemas de sempre voltavam a se apresentar. Se lembrarmos que o
Cruzeiro no papel é um time de refugos e do nosso lado temos alguns bons
jogadores, fica evidente a diferença de organização tática dos 2 times.
No segundo tempo, mas por uma pane do Cruzeiro do que por
qualquer mudança importante no Corinthians, voltamos melhor e começamos a
ameaçar o gol do Fábio. Romarinho fez um partida horrorosa, mas ainda assim,
para por Pato, Tite achou por bem tirar o Sheik (para não alterar a estrutura
tática e não perder a cobertura na esquerda). Não que Sheik estivesse
brilhante, mas pelo menos tentava e criava algo na frente. O jogo foi se
desenhando como um casado x solteiros, com o Corinthians se jogando ao ataque
sem organização e se expondo ao contrataque. Não perdemos porque Cássio fez mais
um milagre aos 47 e o empate só serviu para segurar a barra do Tite mais um
pouco.
- Não vou mais perder tempo falando de atuações individuais.
Para mim é óbvio ululante que a organização tática do time é ruim e não se faz
mudanças. Ou alguém acha que 2 pontos (e 1 gol só, impedido e contra) em 6
jogos é sinal de um time que está
funcionando? E não, não estamos falando de uma fase, estamos falando de mais de
um ano com alguns bons jogos aqui e acolá.
- O segundo tempo
mostra a fragilidade do campeonato. O líder disparado, e que para queimar minha
língua tem ótimas chances de ser campeão, é um amontoado de refugos bem
organizado taticamente. Bastou enfrentar um time com um pouco de vontade e
organização, como o Corinthians se postou no segundo tempo, e o time
simplesmente parou de jogar. Exceção ao Everton Ribeiro, o resto do time é
bastante limitado.
- A birra de parte da torcida em relação ao Pato vale um
texto a parte, mas não vamos falar disso aqui para não desvirtuar.
- Aliás, a vida tem suas ironias. Uma vitória hoje mudaria o
ambiente para o Tite. Pato pode perder gols bizarros aqui e acolá, mas de
cabeça é perigoso. Acho difícil que ele perdesse aquela cabeçada que o Sheik,
embaixo da trave, jogou a bola na piscina.
- Um lado de mim acharia melhor termos tomado uma piaba e
Tite ter caído. O outro sempre espera o melhor e (principalmente antes do jogo,
quando pensei que Tite ia tentar um esquema novo...) e torcia para que o time
se recuperasse para entrar confiante na quarta contra o Grêmio. Não aconteceu
nem uma coisa nem outra. E o que esperar para quarta-feira? Acho o Grêmio suficientemente
limitado para que mesmo nessa tiriça consigamos uma vitória.
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