O nome é de um livro bem conhecido de um ex-dirigente do
Barcelona, que fala sobre uma série de aspectos importantes na montagem de um
time vencedor. Pego carona no título do livro para fazer analogia a um projeto
tático de um time em campo: atacar e fazer gols não são coisas que acontecem,
com consistência e frequência, por acaso; se não houver um planejamento tático
de forma que o time produza ofensividade de forma organizada, gols não sairão.
Falo isso porque ontem assisti o primeiro tempo de Gremio x
Atlético PR, assim como tinha assistido o primeiro tempo da quarta passada.
Fica para depois, mas é interessante como esse time do Atlético, que é um monte
de refugo e desconhecido comandados pelo folclórico Paulo Baier, joga uma
bolinha interessante. Voltando...no jogo do Paraná, ficou clara a diferença de
características dos times. Tudo bem que o Grêmio tinha que se defender, o que
faz muito bem, mas é claramente um time montado para não tomar gols e com uma
dificuldade abissal de produzir algo na frente. O Atlético sofreu um pouco pra
criar chances, mas você enxerga com facilidade o desenho tático do time e sua
estratégia para fazer gols. Muita movimentação – os atacantes saem da área,
atraindo a marcação para a entrada dos homens de meio. O gol no Paraná foi
assim (chamou-me a atenção que o Ederson, que fez o cruzamento pro De la Torre,
recebeu a bola no ´último terço de campo´, coisa que Tite gosta de falar, mas
seu time faz muito pouco).
No jogo no RS ontem as coisas se inverteram – era o Gremio
que tinha que partir para cima. Renato tentou Zé Roberto, mas pouco funcionou.
Criaram duas boas chances de chutes de fora da área e só. Sempre me pareceu que
no primeiro tempo que o Atlético rondava com mais perigo a área adversária.
Pelos melhores momentos parece que o Gremio partiu para o tudo nada e teve boas
chances, mas deve ter sido naquela base do desespero que nós corinthianos
estamos muito acostumados a ver com Tite.
O lance é que ofensividade não se cria do dia para noite. Um
time que não está montado para chegar ao gol adversário de algums formas
específicas, ocupando certas faixas do campo, explorando fraquezas das defesas
adversárias, vai viver de gols achados aqui e acolá. Nesse sentido, Grêmio e
Corinthians se aproximam muito. Talvez a diferença das campanhas dos times esse
ano (que de fato nem são tão diferentes assim, olhando a pontuação no
brasileiro e o fato de que eles passaram por nós nos penalties) tenha sido só o
fato de que o Gremio achou um pouco mais desses gols (também com jogadores no
geral mais jovens, correndo mais e menos de barriga cheia por títulos).
Taticamente, são dois times muito limitados . A chegada ao ataque não foi
pensada taticamente; o esquema principal de jogo é pensado para cobrir a
defensa, e a alguma produção ofensiva tem de ocorrer a partir daí, quando e se
der. É claro que, frequentemente, não dá.
E quando o técnico se desespera porque precisa do resultado, é aquele
Deus nos Acuda. No time gaúcho, Renato se apegou ao esquema que "deu certo", tirando Zé Roberto, Elano e Vargas do time para botar um monte de volante, porque tomava pouquíssimos gols e na frente um gol aqui e acolá meio que achados garantiam bons resultados. Aí outro problema: todo time que se destaca um pouco é mais estudado, e se o esquema não for consistente e permitir variações, vai ser engolido num confronto mais complicado. Fazer um time do qual não se espera muito produzir acima por um tempo muita gente faz; o difícil é manter o time produzindo bem por mais tempo.
César, assisti aos 2 jogos e o Grêmio de fato se assemelha muito ao Timão na incapacidade criativa e ofensiva. O meio é repleto de volantes que fazem pose, estufam o peito e somente acertam passes curtos pro lado. Zé Roberto ontem entrou mas foi bem marcado - aqui em Curitiba sequer jogou.
ResponderExcluirO Clube Atlético Paulo Baier tem mesmo muito refugo, mas o treinador W. Mancini (que eu nem acho grande coisa) acertou o time, que no começo do BR capengava. O fato de terem boicotado o estadual (por desavenças entre seu presidente e o resto do universo), jogando-o com o time sub-23, lhes permitiu uma pré-temporada de 4 meses, então eles ainda aguentam correr o jogo todo (PB, que tem quase 40a, saiu de campo ontem aos 30 do segundo tempo). É um time que ataca com bastante movimentação dos da frente e se comportou bastante bem o jogo todo em Porto Alegre. Só levou um sufoco ao final, pois após fazer as 3 substituições seu atacante teve um estiramento e passou a andar em campo.
Flamenrgo não terá vida fácil.
Leonardo, considerações interessantes...se fosse só bola, eu apostaria no Atlético com facilidade frente ao Flamengo. Mas não será só bola...não gosto de teoria das conspirações, mas temos o sério risco de nenhum time carioca ou paulista na libertadores, será que vão deixar? Acho que o Flamengo ganhará, mesmo que tenha de ser na marra...vamos ver!
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