quarta-feira, 8 de maio de 2013

vai pegar no breu?

O desempenho esse ano ainda não empolgou; o time não passa a segurança de que é um time capaz de entrar em qualquer jogo importante e ser superior (às vezes, bem superior) do que o adversário, como passava ano passado. Podemos cogitar duas hipóteses básicas para isso. A primeira é de que o time esse ano não encaixará nem será tão vitorioso quanto no ano passado - algo se perdeu, o encanto se acabou e coisa do tipo. A segunda é a de que o time tem tudo para engrenar e crescer de produção, e que afinal nos últimos anos vencedores isso também não tinha acontecido tão cedo.


Sou otimista e, embora ande meio ressabiado, confio mais na segunda hipótese. Os últimos anos vencedores foram 2009, 2011 e 2012. Descarto 2011 da análise porque, nesse ano, o time não chegou a ganhar a confiança da torcida por um tempo razoável antes de, de fato, ser campeão brasileiro (ficamos até o fim desconfiando se no final não teria uma pipocada). Então vejamos 2009 e 2012 - em que momento nesses 2 anos o time, de fato, pegou no breu? Considero pegar no breu aquele momento em que o time mostra um desempenho que faça boa parte da torcida pensar "pqp, esse time vai longe...".


Em 2009, considero que tenha sido na segunda semi-final do paulista contra o São Paulo. Naquele ano, a semi ainda era disputada em 2 jogos e o time de melhor campanha (no caso, São Paulo), além de disputar o segundo em casa, levava a vantagem de 2 resultados iguais. Na primeira semi, aos 45 do segundo tempo, depois de um jogo parelho, empatávamos em 1x1, o que seria ruim porque o Leonor FC levaria pro seu estádio a vantagem do empate; até que o JWagner perde a bola, Cristian acerta aquele canudo, comemoração com dedinhos em riste etc etc. Bom resultado, mas desempenho ainda insuficiente para empolgar de vez. No segundo jogo, aí sim: time bem postado, postura tática eficiente e contrataques matadores, com direito ao lendário "que pique, gordo!". Depois veio o primeiro jogo da final na Vila, o segundo jogo nas quartas contra o Flu no RJ, as finais contra o Inter - todos jogos com ótimo desempenho que sedimentaram a confiança que a torcida tinha no time. Mas, na minha opinião, a primeira demonstração sólida foi naquela segunda semi do paulista.


Ano passado, acho que essa virada foi na primeira contra o Santos na semi da liberta. Até então, o time chegava, a torcida confiava que podia chegar, mas sempre com um quê de "será que dá?". As quartas com o Vasco foram emocionantes, mas um sufoco da p*orra. Ou alguém esquece que quando o Diego Souza pegou aquela bola todo mundo pensou "f*, tamo fora?'. E o gol de Paulinho num escanteio aos 41min num jogo com pouquíssimas chances de gols? Aí pegaríamos o Santos, até então 'queridinho salve salve melhor do mundo Neymar é o novo Messi' etc. Jogo na vila, postura tática inteligente, com saídas rápidas (inexistentes até então nos jogos fora de casa), sofrendo pouco atrás, sardinhada apagando a luz do estádio para não tomar segundo gol. Para mim esse jogo marcou a virada de confiança na torcida, que a partir dali pode pensar "dessa vez vai dar...".


Se for só por histórico, não estamos atrasados. Esses momentos aconteceram entre final de Abril e durante Maio. Esse ano voltamos de férias 15 dias depois. Futebol não é exato, então há margem um pouco para lá, um pouco para cá. O que me deixa um pouco mais confiante é que comparando a primeira fase da liberta desse ano com 2010 e 2012, acho que esse ano fizemos jogos em casa mais sólidos. Na bola, Milionários e Tijuana (adversários nada desprezíveis pro nível sulamericano) foram atropelados. Nos outros anos, embora ganhássemos os jogos, o desempenho era mais claudicante. Nada garante que esse ano o time crescerá na hora certa, como foi em outros anos, mas as condições estão aí. O lado negativo é que esse ano, em vez duma baba nas oitavas (seria importante para não correr riscos desnecessários enquanto o time ainda se arranja), pegamos um time tradicionalíssimo.


Sinceramente? O jogo contra o Boca vai ser o grande teste. Primeiro porque não haverá tempo para outros. A única possibilidade do time ir em frente na liberta sem mostrar um grande desempenho é aquela situação de fazer um a zero meio sofrível e levar nos penalties; no mais, só passará crescendo já nesse momento e fazendo um baita jogo. Esse jogo reune todas as condições para ser esse teste: motivação, pressão, adversário cascudo. No dia 15 saberemos qual das duas hipóteses do primeiro parágrafo é verdadeira.

2 comentários:

  1. Você tá certo quanto à "hora da verdade" ser o jogo contra o Boca. Problema é que, mesmo que a gente cresça nesse jogo e garanta a classificação, nosso próximo adversário, independente de quem passe, é muito difícil. Eu tava achando que essa libertadores seria mais fácil que a do ano passado, tanto pelo aspecto psicológico quanto pelo fato do nosso elenco atual ser melhor, mas prevejo grandes emoções nas noites de quarta.

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  2. nossa chave é muito difícil...quarta vai ser bem complicado, também. esse é o problema: a chave muda muito as chances. Flu e Grêmio se deram muito bem nessa...

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