Antes do jogo, algumas palavras sobre o esquema tático,
jeito de jogar, Tite e os comentários da imprensa em geral de “time irreconhecível”
ontem:
Tite é campeão brasileiro, da liberta, mundial. O que fez e
conquistou com esse time é absurdo e não faz sentido falar mal por causa de uma
derrota. Ainda assim, não cabe atribuir a esse time e a esse jeito de jogar
algo que não tem. Por ex, essa lenga lenga de que o Corinthians impõe o seu
ritmo e sempre tem mais posse de bola. Faz isso, sim, de forma quase
impressionante quando joga em casa. Quando joga fora, em especial na liberta, é
mais ou menos o que vimos ontem. Sabe a diferença básica entre ontem e a
primeira da final ano passado? Ano passado a bola do Romarinho entrou. A
diferença foi basicamente essa e, como sempre, o resultado dita os comentários.
É sempre o mesmo estilo nos jogos fora: tenta se fechar para
não tomar gols, quase abdica do contrataque e muito de vez em quando acha um
gol. Ano passado, todo jogo fora foi um sufoco, onde as coisas, no fim,
aconteceram mais ou menos bem. A gente
poderia pensar que, esse ano, por estar com mais moral, isso tenha mudado, mas
não. Perdeu pro Tijuana (tudo bem, com gol impedido e gramado sintético),
apenas empat ou com o fraquíssimo San Jose
(tudo bem, altitude), e embora tenha vencido o Millonários, fez um dos piores
jogos , sofrendo muito. Então, não, isso não mudou: fora de casa, o Corinthians
continua fazendo jogos fracos, abdicando de jogar, e tentando fazer (e até
agora, conseguindo) a diferença em casa. Ano passado, deu certo, embora Tite não
tenha ainda se deparado com uma desvantagem para reverter. Vamos ver como será.
Ao jogo: no primeiro tempo o time se comportou bem, dentro
da proposta tradicional dos jogos fora. Não sofreu, em alguns momentos
controlou a bola, em um jogo muito brigado, catimbado. Poderia, pela
fragilidade da defesa do adversário, ter forçado mais o jogo no ataque, mas
sabemos porque não fez (e não faz isso) nos jogos fora. Ok. O segundo tempo
vira, Danilo machuca, JH entra, o time fica torto. Ainda assim tudo corria bem
até a mal rebatida do Alessandro, chute torto e Blandi na cara de Cássio. Falha
da zaga? Mais ou menos, entendo mais como o tipo de lance que pode acontecer
quando você deixa o time adversário rondar sua zaga, mesmo sem muito perigo. A
partir daí, nos perdemos. Erros bobos de passe, falta de concentração total,
faltou alguém (Danilo?) chamar a responsa, acalmar o pessoal. A tirada do
Romarinho acabou com o time; entendo que Tite tinha como intenção reposicionar
o time taticamente, trazendo JH para a sua (direita), reposicionando Sheik na
esquerda e deixando Pato no meio, no mesmo esquema que vinha jogando antes de
Renato se machucar. O problema é que Romarinho era o único jogador que fazia
alguma ligação e não sentiu tanto o gol. O segundo tempo poderia durar 60
minutos que não faríamos o gol.
A situação é muito parecida com aquela contra o Flamengo. A
diferença (vantajosa) é que o time hoje é mais experiente e mais forte
emocionalmente; do outro lado também não há Adriano e Wagner Love. A diferença
(desvantajosa) é que o Boca vai catimbar e jogar com o nosso nervosismo de uma
forma muito mais intensa do que o Flamengo conseguiu fazer. A avaliar. Embora o
resultado tenha sido muito ruim, quem quer ser campeão precisa superar um obstáculo
como esse que, afinal, não é tão grande. Bola por bola, o Boca não joga mais do
que Tijuana e Millonários, que foram atropelados no Pacaembu. Será preciso
intensidade e maturidade.
Pois é,vejo como você.O jogo de ontem não foi muito diferente do jogo do ano passado, a diferença é que dessa vez a bola não entrou. Também não acho que seja motivo pra desespero, querer trocar o técnico,chamar jogador de vagabundo, como andei lendo em vários espaços corinthianos.Só tenho uma ressalva:achei o time muito nervoso de uma maneira geral, exceto Romarinho e Danilo. Paulo André, Sheik, Paulinho, Cassio estavam muito pilhados. Pela experiência do ano passado, era pro time ter entrado mais tranquilo. Tite tbm mexeu muito mal, tá de brincadeira tirar o Romarinho
ResponderExcluirestavam nervosos mesmo, e as vezes o time faz uma confusão entre não acusar o golpe e apatia. Por ex, os passes errados do Ralf e do Cássio (bola para lateral) são típicas de um jogador que 'quer mostrar' que não está nervoso e faz cag* - eram bolas típicas para dar bicão ou fazer o passe mais fácil num momento em que o jogo estava sim complicado. Maturidade também é isso - reconhecer o momento do jogo...
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