terça-feira, 21 de maio de 2013

Paulinho


Sou da opinião que dos volantes para trás não se deve vender ninguém que seja importante para a equipe. O motivo é que o retorno financeiro nunca compensa o desajuste causado no time. Temos vários exemplos recentes disso, como André Santos e Castan. A sorte com Ralf depois da saída do Christian foi exceção. Por isso acho acertada a decisão da diretoria de estipular um valor bem razoável (20 milhões de euros) para liberar o atleta.
Claro que isso tudo tem que ser combinado com os russos - nesse caso, jogador e empresário/investidores. Para o jogador, geralmente há poucos motivos para deixar o Brasil na situação atual. A proposta salarial da Inter de Mião é de 3 milhões de euros ano, o que dá uns 600 mil reais por mês. Consideradas as diferenças tributárias, é equivalente a uns 450 mil reais no Brasil, salário facilmente coberto na realidade brasileira para um titular da seleção, com 4 anos de casa e unanimidade entre torcedores e imprensa. Do ponto de vista profissional, há tempos que ir para "qualquer clube" da Europa, em qualquer situação, não é mais negócio. A Inter é um p* clube, mas não jogará champions e hoje não entra no italiano como favorita. O Castan, por ex, está longe na lista para ser lembrado para seleção - alguém duvida que estaria no grupo da Copa das Confederações se tivesse continuado por aqui, jogando o que jogava? Nessas horas, a maior dificuldade seja convencer o investidor de que ele ganha mais esperando uma venda mais polpuda se (e somente se) o jogador se valorizar mais.
Os valores que o Shaktar oferece, no entanto, são sim quase irrecusáveis. 5 milhões de euros por ano para o jogador, 20 de euros pela transferência. Aí a questão financeira pode pesar, embora profissionalmente e pessoalmente seja uma fria (literalmente) pro jogador. Vai sumir do radar, dificilmente chegará a um grande centro europeu. Por ex, se um Manchester ou Real vem e oferece esses valores, não dá para discutir. Em qualquer outra situação (99% das vezes) tem sim que se avaliar com muito cuidado. Quase sempre é melhor pro jogador e pro clube ficar. No caso do Paulinho, continuar na sua cidade natal, titular da seleção, destaque do maior clube das américas, sempre disputando títulos importantes e ganhando na casa dos 400 mil por mês, o que mais você quer?

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