Com o time todo à disposição, Tite vai a campo com sua
formação preferida: dois atacantes abertos pelas pontas (Sheik e Romarinho),
Danilo centralizado pelo meio e Guerrero enfiado. Já Autuori vem a campo com 3 volantes, na
intenção de se defender e tentar sair no contrataque. Agora, dos 3 jogadores
responsáveis por puxar saídas rápidas, 2 (Ganso e pipoqueiro) são
lentos...tinha como dar certo? Corinthians começou com uma postura bem agressiva, marcando na frente –
sem a bola, Guilherme subia para fazer quase uma dupla de meias com Danilo.
Fizemos 15 minutos estrondosos, pressionando o adversário no seu campo e tendo
duas boas chances de gols. Depois aquele gás inicial caiu um pouco, mas ainda
assim o São Paulo não oferecia a mínima reação. Nessa toada, dominávamos
amplamente os espaços do campo, tínhamos muito mais posse, não sofríamos nada,
mas também não criávamos muito. Compreensível – o que fazer quando se joga
contra um adversário que já está atrás no placar agregado mas não quer sair
para jogar? Até que Edenilson enfia uma belíssima bola pro Sheik, bate e
rebate, gol do Romarinho.
Vira o segundo tempo, Autuori troca Wellington por Aloísio
par ver o que dá; mas de novo erra, pois coloca Aloísio (aliás, como é ruim) na
direita, voltando ao esquema 433 do Ney Franco, ignorando que um dos grandes
problemas bambísticos no jogo era perder o meio de campo. Do nosso lado, parece
que Tite conscientizou os caras de que ali vantagem era ganhar de mais, pois
voltamos com grande força, pressionando a marcação e dominando de novo os
espaços. Até o fim do jogo: segundo gol,
chances perdidas (inclusive aquela incrível do FS) e o gostinho de que poderia
ter sido de mais. O Título, em si, não vale muito; vale a rivalidade, vale
novamente fazer um bom jogo, vale a motivação para o resto da temporada.
- Venho falando do esquema tático aqui. Com todo o elenco à
disposição, em casa, contra um adversário com laterais muito fracos, essa
formação é boa, desde que faça o que fez nos dois jogos da Recopa: movimentação
dos atacantes abertos e aproximação para tabelas. O problema é a falta de
variação quando esse esquema não funciona, quando alguns jogadores não estão à
disposição.
- Tudo bem que o time reserva do galo também não era, mas
hoje o São Paulo não é parâmetro de adversário para dizer que fizemos um ótimo
jogo.
- A diferença de `resposta`(para usar uma expressão que o
Tite gosta) que o time dá em partidas decisivas e partidas mais normais é
gritante e preocupante. Hoje, dá para confiar mais num ótimo desempenho na Copa
BR do que num campeonato brasileiro brilhante.
- Sheik e Danilo fizeram partidas primorosas. Gostei do
Guilherme – se com a bola nos pés não foi brilhante, tá encontrando seu lugar
na ocupação de espaços em campo. E correu muito.
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